Trova é um poema autônomo de quatro versos em redondilha maior. A definição de trova que foi adotada como definitiva, segundo Luiz Otávio, éː
“ | Composição poética de quatro versos de sete sílabas cada um, rimando pelo menos o segundo com o quarto verso e tendo sentido completo.
De Jorge Amado: "Quanto à Trova, não pode haver criação literária mais popular, que fale mais diretamente ao coração do povo. É através da Trova que o povo toma contato com a poesia e sente a sua força. Por isso mesmo, a Trova e o Trovador são imortais". |
” |
Exemplo de trova de autoria de Luiz Otávio:
“ | Às vezes o mar bravio |
” |
Fernando Pessoa considera que "a trova é o vaso de flores que o povo põe à janela de sua alma."[1]
Para Waldir Neves " A Trova é a arte de acomodar o infinito nos limites de um grão de areia.""Quando esse gênero literário chegou ao Brasil trazia o nome de quadra, que assim é ainda chamada em Portugal, mas aqui foi batizada de Trova. O movimento trovadoresco foi moldando o perfil da Trova brasileira, incluindo no rol de suas características desejáveis, a simplicidade, a harmonia e a musicalidade, para a qual contribuem a melodia, o ritmo, a cadência métrica e a sonoridade das rimas. Tudo isso unido, dentro da síntese absoluta que o sentido completo exige como característica indispensável, é que distringue a Trova de uma simples estrofe que dá continuidade a um poema."[1] A Trova Raízes e Florescimento - UBT p. 29.
Sem prejuízo de outras subdivisões, as trovas podem ser Líricas, Filosóficas e Humorísticas:
LÍRICAS – (“eu” lírico, subjetividade, estado da alma, romance)Página Predefinição:Quote/styles.css não tem conteúdo.
Eu sou daqueles românticosque abraçam seu desvario,
sonhando com transatlânticos
num porto, há muito, vazio...
(José Ouverney)
FILOSÓFICAS - (marcadas pela racionalidade, procuram definir ou conceituar uma ideia)Página Predefinição:Quote/styles.css não tem conteúdo.
Sem qualquer mancha ou resíduo
nos pilares da moral,
na ética é que o indivíduo
mostra o seu valor real.
(Eliana Jimenez)
HUMORÍSTICAS - que fazem rir ou contém algum componente divertido. Hoje em dia, o humor deve respeitar o politicamente correto, não são bem-vindas trovas de nacionalidade, aparência física, chulas ou escabrosas)Página Predefinição:Quote/styles.css não tem conteúdo.
Lá em casa, a bagunça é boa,
tudo de pernas pro ar,
e o analista da patroa
ainda a manda relaxar…
(Elton Carvalho)
Estrutura
Trova é um poema monostrófico (contém uma estrofe apenas) com quatro versos heptassílabos (redondilha maior), sem título, que se completa em seus quatro versos[2], como nos exemplos a seguir, de Pedro Ornellas:
“ | O acerto, sim, amedronta, mas creio que estamos quites: |
” |
“ | A situação tá tão feia, |
” |
A trova também é chamada de "quadra" ou "quadrinha"[3][4], mas esta sinonímia não é perfeita, uma vez que as regras rígidas da trova não se fazem necessariamente na quadra[2]. Entre os atuais cultores desta forma de poema, é preferível o termo "trova" como designativo.
Há a necessidade de se diferenciar a trova da quadra que compõe um poema maior, uma vez que a trova se completa em si, sem aceitar mais nenhuma estrofe.
O esquema rímico da trova é de rimas alternadas (ABAB) ou cruzadas (ABBA).[2]
Para os concursos literários, atualmente, as trovas de rima simples ABCB foram preteridas em função das trovas de rima completa ABAB, como segue:
Trova de rima simples (ABCB), de autoria de Luiz Otávio:
“ | Desconfio que a saudade (A) não gosta de ti, meu bem: (B) |
” |
Trova de rima completa (ABAB) de autoria de Antonio Augusto de Assis:
“ | Tem muito mais graça a vida (A) quando a gente tem com quem (B) |
” |
Ver também
- União Brasileira de Trovadores
Referências
Ligações externas
- Oficina de elaboração de trovas on line: TROVADORANDO: http://poesiaemtrovas.blogspot.com/
- Editais de concursos de trovas e outros materiais: Falando de trova
- Poesia em trovas