Predefinição:Info/Jornal A Tribuna da Imprensa é um jornal brasileiro fundado em 27 de dezembro de 1949, no estado do Rio de Janeiro, pelo jornalista Carlos Lacerda.
História
O nome do veículo deve-se à coluna Da Tribuna da Imprensa que Lacerda escreveu no Correio da Manhã de 1946 a 1949, quando foi afastado deste jornal mas manteve o direito ao nome.[1]
Foi na Tribuna, em 12 de agosto de 1954, que Lacerda escreveu o editorial sugerindo que os militares exigissem a renúncia do Presidente Getúlio Vargas, reverberando a crise que o levaria ao suicídio no dia 24 de agosto. Após a morte de Getúlio, governistas invadiram e tentaram empastelar a sede do jornal.[2]
Em outubro de 1961, durante o Governo de João Goulart, em consequência de dificuldades financeiras Lacerda vendeu a Tribuna da Imprensa, por 10 milhões de dólares, para Manuel Francisco do Nascimento Brito, genro da condessa Pereira Carneiro, dona do Jornal do Brasil. No final de 1962, o jornalista Hélio Fernandes assumiu o passivo e o ativo do jornal. Em entrevistas, ele garante não ter pago um centavo por isso, apenas tendo livrado Nascimento Brito do contínuo prejuízo.
Na ocasião do Golpe de Estado no Brasil em 1964, o jornal publicou, em 2 de abril de 1964:
“ | Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas. Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou, o Sr João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu | ” |
De junho de 1968 a junho de 1978 submeteu-se à censura prévia. Foi o jornal que mais sofreu intervenção durante o Regime Militar: teve mais de vinte apreensões, censores instalados dentro de seu prédio por dez anos e dois dias e seu proprietário foi preso por seis dias em 1973.[4]
Em 26 de março de 1981, uma bomba explodiu na sede do jornal na Rua do Lavradio, 98, um ato creditado a defensores radicais, pertencentes a Linha-dura da ditadura militar, com o objetivo de culpar os militantes da esquerda.
Em 2001, a sede do jornal chegou a ter a sua falência decretada e seu acesso lacrado, em razão do pedido feito pelo desembargador Paulo César Salomão, pelo não pagamento de uma indenização por danos morais decorrente de uma ação que impetrara contra o jornal. Ele se sentira atingido por um artigo assinado pelo economista Romero da Costa Machado – que não pertencia aos quadros da Tribuna – publicado em 1994, sob o título ‘O crime ao amparo da lei’, no qual era chamado de ‘PC Salomão’.[5]
A Tribuna da Imprensa tem como colaboradores os jornalistas Carlos Chagas, Argemiro Ferreira, Roberto Monteiro Pinho, Sebastião Nery, Carlos Chagas entre outros, e atualmente, somente é editado em versão via internet online, sem mais a versão impressa. Em 2015 o jornalista Helio Fernandes passou a escrever no seu blog: http://heliofernandesonline.blogspot.com/, tendo como editor o seu amigo, jornalista e escritor Roberto Monteiro Pinho, cuja publicação findou em 10 de Março de 2021 com o falecimento do titular.
Sua ultima publicação no blog , ficou cunhado o seu DNA incomparável , inimitável e exclusivo, conforme extrai do seu texto: ( ...) Um dia recebeu telefonema do Recife. Um amigo advogado, contava que seu filho de 21 anos estava preso no DOI-Codi, apavorado que fosse torturado. Ligou logo para Orlando Geisel, pediu providências. Relato integral de Cordeiro de Farias: “Ele me disse, vá lá na Barão de Mesquita, mostre a identidade de general, chame o coronel, (foi dizendo os nomes) diga que fala em meu nome, que em mandei soltar logo o estudante”.
Continuando: “Fui, não me deixaram nem passar da portaria, telefonei de volta para o Ministro Geisel: Você não manda nada, não pude nem entrar, nem procurar o coronel da tua confiança”. O general-Ministro perguntou onde eu estava, mandou esperar. Chegou fardado, foi demitindo todos que apareciam. O coronel encontrou o menino que procurávamos, conseguiu retirá-lo.
E Cordeiro de Farias, ainda emocionado: “Não adiantava mais nada, ele já fora torturado”. O coronel explicou que procuravam informações. E Pedroso Horta, revoltado: “Que informações poderiam obter de um estudante de 21 anos?”...
Para manter a ''chama acesa'', do histórico da Tribuna da Imprensa agora está sendo editado, com noticioso na linha editorial, que consagrou o periódico, disponível no link: https://www.tribunadaimprensadigital.com.br/. E conforme informou seu diretor executivo Ralph Lichotti.
Em 2008, o jornal anunciou a suspensão "temporária" de suas edições impressas. Porém está na internet com notícias através do seu portal.[6]
Referências
- ↑ Di Carlo, Josnei (2018). «À espera da política: a intervenção do crítico de arte Mário Pedrosa no debate político entre 1945 e 1968 na imprensa». ANPOCS (em português)
- ↑ Institucional. «Tribuna da Imprensa». FGV. Consultado em 3 de março de 2017
- ↑ Tribuna da Imprensa, 2 de abril de 1964.
- ↑ Gaspari, Elio (2014). A Ditadura Escancarada 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca. 526 páginas. ISBN 978-85-8057-408-1
- ↑ Fernando Segismundo (4 de maio de 2001). «TRIBUNA DA IMPRENSA». Observatorio da Imprensa. Consultado em 24 de março de 2016
- ↑ Luiz Antonio Magalhães (2 de dezembro de 2008). «Tribuna da Imprensa deixa de circular». Observatorio da Imprensa. Consultado em 24 de março de 2016