Construção | () | |
Estilo | ||
Conservação | ||
Homologação (IGESPAR) |
IIP | |
Aberto ao público | ||
Site IGESPAR | 74871 |
O Solar dos Metelos, também conhecido como Torre dos Metelos e Torre Solar dos Metelos, localiza-se em Figueira de Castelo Rodrigo, na freguesia de Freixeda do Torrão, Distrito da Guarda, em Portugal.[1]
Trata-se de um solar seiscentista, construído em pedra, à moda dos solares da Beira Alta. É famoso pela sua rubusta e rude torre.
O Solar dos Metelos está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1977.[2]
História
A rústica torre remonta ao século XV, provavelmente em adição ao primitivo paço. Segundo a tradição local, afirma-se que o seu primeiro proprietário seria o caldeireiro do Rei, pois a pedra de armas exibe duas caldeiras. Historicamente, entretanto, é de época posterior, pois tal proprietário seria da família Metelo, morgados de Valongo, condição instituída em 1357 por D. Sanches Martins e sua esposa D. Maria Domingues Martins.
Dois séculos mais tarde foi construído o actual solar, que conta uma sucessiva acumulação de acrescentos e alterações nos remates do casario e da torre e na disposição perpendicular dos pináculos piramidais.
No início do século XIX, no contexto da Guerra Peninsular, quando as redondezas foram devastadas pelas tropas napoleônicas sob o comando de Jean-Andoche Junot, André Masséna e Nicolas Jean de Dieu Soult, devido ao seu isolamento, o solar não conheceu o destino de muitos outros na região, sendo tão somente ignorado. Neste momento, inclusive, foi-lhe acrescentada uma janela, datada de 1808.
No século XX o rústico paço foi vendido, cerca de 1930, a Francisco António Mexedo Pinto Bordalo, a Aires de Beirão e a Diogo Américo de Beirão, que abateram, no interior do casarão, a antiga capela de Nossa Senhora da Esperança, onde, segundo a tradição, as parturientes acendiam velas em sinal de promessa. Demolido foi, igualmente, o arco que sustentava o passadiço que dava acesso à ala norte do palácio. Foram, juntamente com estas modificações, feitas várias remodelações no interior do paço, o que incluiu a decoração, por iniciativa de Diogo de Beirão.
O conjunto encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto de 29 de Setembro de 1977.[2]
Actualmente de propriedade privada, é utilizado como residência de uma família.
Características
A edificação é constituida por uma torre de planta quadrada, com os ângulos marcados por pináculos piramidais coroados por esferas, que sobressaem tanto quanto a porta principal em arco recto que ostenta a seu lado a pedra de armas dos Metelos. A torre sustenta pequenos varandins com mata-cães, que se podem dizer ex libris do solar.
Um passadiço, cuja entrada frontal forma um arco de volta perfeita, dá acesso ao solar.
O paço tem três pisos, todos de pavimento de madeira e ligados entre si por escadas de madeira.
Bibliografia
- ALMEIDA, José António Ferreira de (dir.). Tesouros Artísticos de Portugal. Lisboa: 1980.
- ARROCO, Joaquim Manuel. Panoramas do Distrito da Guarda. Guarda: 1978.
- AZEVEDO, Joaquim de. História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego. Porto: 1877.
- AZEVEDO, Carlos de. Solares Portugueses. Lisboa: 1971.
- BIGOTTE, José Quelhas. O Culto de Nossa Senhora na Diocese da Guarda. Lisboa: 1948.
- BORGES, Júlio António. O Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo III. in: Beira Alta, vols. LXI, fasc. 3 e 4. Viseu: 2002. p. 319-350.
- DIONÍSIO, Sant'Ana. Guia de Portugal. Lisboa: 1924.
- SILVA, António Lambert Pereira da. Nobres Casas de Portugal. Porto: s.d..