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Tipos textuais

Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. Em outras palavras, tipos textuais são segmentos de diferentes características que constituem um texto; segmentos esses que podem ser reconhecidos pelas regularidades no emprego de determinados recursos linguísticos.[1]

Os tipos textuais podem ser encontrados articulados entre si, ou seja, é possível encontrar textos pertencentes a determinados gêneros que se compõem de um ou mais tipos. Por exemplo, podemos nos deparar com contos em que o tipo textual predominante é o narrativo, mas que também possui o tipo descritivo.[1]

As tipologias mais usadas são: narração, descrição, dissertação (ou exposição), argumentação, informação e injunção.[2] É importante que não se confunda tipo textual com gênero textual.

Gêneros textuais são modelos de texto que circulam na vida social, pois atendem às necessidades comunicativas da humanidade, se renovando ao longo do tempo e podendo surgir novos gêneros a qualquer instante. Os tipos textuais, por sua vez, "são atitudes enunciativas que acarretam modos característicos de emprego dos recursos linguísticos presentes em um texto ou sequência de texto." (VAL, 2007, p.20).[1]

Os tipos textuais

Texto narrativo

Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos seguintes textos: contos, fábulas, crônicas, romances, novelas, piadas, poemas e lendas.

Texto descritivo

Um texto em que se faz um retrato escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. E fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as coisas acontecem ao mesmo tempo. É o tipo predominante em textos como o diário, o relato, a biografia e autobiografia, a notícia, o currículo, a lista de compras e o cardápio.

Texto dissertativo expositivo

A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em relação ao que se discute têm grande importância.

O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.

Nesse tipo de texto a expressão das ideias, valores, crenças são claras, evidentes, pois é um tipo de texto que propõe a reflexão, o debate de ideias. A linguagem explorada é a denotativa, embora o uso da conotação possa marcar um estilo pessoal.

A objetividade é um fator importante[3], pois dá ao texto um valor universal, por isso geralmente o enunciador não aparece porque o mais importante é o assunto em questão e não quem fala dele. A ausência do emissor é importante para que a ideia defendida torne algo partilhado entre muitas pessoas, sendo admitido o emprego da primeira pessoa do plural, pois esse não descaracteriza o discurso dissertativo. A dissertação, o artigo, o editorial, o ensaio e a carta do leitor são exemplos de textos dissertativos.

Texto dissertativo argumentativo

Esse texto tem a função de persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também mostra fatos para embasar (justificar) a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.

Esta tipologia apresenta:

  1. Uma Introdução (tese);[4]
  2. Argumentos (desenvolvimento);[5]
  3. Conclusão (o que dá a prova os argumentos).[6]

Texto injuntivo/instrucional

Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza-se uma linguagem objetiva e simples. Os verbos são na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Exemplo: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais de instruções, leis, bula de remédio, convenções, regras, eventos, editais e propagandas.

Tipos de textos e outras categorias

Não há outros tipos de texto senão os citados acima. Existem apenas cinco tipos textuais para as teorias da linguística textual correntemente aceitas. Diálogo, relato, entrevista, explicação, reportagem, entre outros, são gêneros textuais.

Poesia e Prosa são formas literárias ou formas textuais.

Texto épico, dramático e lírico são gêneros literários.

Geralmente, percebe-se uma confusão entre os conceitos de gênero textual e tipo textual. Tipo de texto ou tipo textual é o conteúdo do texto e o formato padrão comum dele. Gênero textual é a forma variada do texto. Um gênero textual não tem quantidade limitada: pode surgir um novo a qualquer momento. Qualquer pessoa pode "criar" um novo gênero textual, porém, tipo de texto não.

Ver também

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 VAL, Maria da Graça Costa (2007). Produção escrita: trabalhando com gêneros textuais. Belo Horizonte: Ceale/FaE/UFMG. pp. 19–20 
  2. Werlich (1975), apud FÁVERO; KOCH, 1987
  3. Belarmino, Ana Paula (24 de setembro de 2016). «As principais qualidades de uma boa redação». As 4 principais qualidades de uma boa redação. Acrobata das Letras. Consultado em 17 de outubro de 2016 
  4. Belarmino, Ana Paula (26 de abril de 2013). «A Introdução na Dissertação». A introdução: qual a melhor forma de começar uma redação?. Acrobata das Letras. Consultado em 16 de outubro de 2016 
  5. Belarmino, Ana Paula (28 de abril de 2013). «O Desenvolvimento e a Argumentação na Dissertação». O desenvolvimento de uma redação. Acrobata das Letras. Consultado em 17 de outubro de 2016 
  6. Belarmino, Ana Paula (1 de maio de 2013). «A Conclusão na Dissertação». Como fazer a conclusão de uma redação?. Acrobata das Letras. Consultado em 17 de outubro de 2016 

Bibliografia

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  • FÁVERO, Leonor Lopes; KOCH, Ingedore G. V. Contribuição a uma tipologia textual. Letras & Letras, Uberlândia, Departamento de Letras/UFU, v. 3, n. 1, p.3-10, jun. 1987.
  • TRAVAGLIA, Luiz Carlos. "Aspectos da pesquisa sobre tipologia textual". Revista de estudos da linguagem. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, v. 20, n. 2, p. 361-387,jul./dez. 2012.
  • WERLICH, E. Typologie der texte. Heidelberg: Quelle & Meyer, 1975.

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