Tibouchina | |||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||
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Espécies | |||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||
Lasiandra DC. |
O gênero Tibouchina pertence à família Melastomataceae. Espécies de árvores do gênero Tibouchina (Quaresmeiras, Jacatirões ou Manacás) têm notável valor ornamental e, como pioneiras, em atividades de restauração ambiental em florestas do Sul e do Sudeste do Brasil. Sua propagação por sementes, embora abundante na natureza, encontra dificuldades em viveiros comerciais, o que enseja estudos de biologia reprodutiva[1].
Várias espécies de melastomáceas apresentam mudanças de cor em suas flores, porém as mais notáveis estão entre espécies do gênero Tibouchina: no manacá-da-serra as flores mudam de branco para lilás durante o período de antese. Aparentemente, esta mudança de cor atua como um aviso às abelhas para estas não visitarem flores já velhas. Mas a persistência das pétalas nas flores não mais receptivas confere um colorido intenso às plantas, atuando na sinalização aos polinizadores a longa distância.
São, em geral, árvores de médio porte, atingindo cerca de 5 metros de altura. A observação de suas folhas, que apresentam nervuras longitudinais, deixa claríssima a sua identidade como tibouchina.
Espécies
Existem mais de 350 espécies contidas neste gênero.
- Tibouchina ademari J.P.F.Guim., R.Romero & Leoni - VU - Mata Atlântica, Minas Gerais
- Tibouchina aegopogon (Naudin) Cogn.
- Tibouchina anderssonii Wurdack - EN
- Tibouchina angraensis Brade - CR - Mata Atlântica, Rio de Janeiro
- Tibouchina bergiana Cogn. - VU - Cerrado, Minas Gerais
- Tibouchina boudetii J.P.F.Guim. & R.Goldenb. - VU - Mata Atlântica, Espírito Santo
- Tibouchina campii Wurdack - VU
- Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn.
- Tibouchina castellensis Brade - VU - Mata Atlântica, Espírito Santo
- Tibouchina dubia (Cham.) Cogn. - EX
- Tibouchina eichleri Cogn. - EX
- Tibouchina frigidula (Schrank & Mart. ex DC.) Cogn. - EX
- Tibouchina gardneriana Cogn. - EX
- Tibouchina gleasoniana Wurdack - VU
- Tibouchina grandifolia (quaresmeira-anã)
- Tibouchina granulosa (quaresmeira, quaresmeira-roxa)
- Tibouchina herbaceae (quaresminha)
- Tibouchina mutabilis (manacá-da-serra, jacatirão, cuipeúna)
- Tibouchina oroensis Gleason - VU
- Tibouchina papyrus (Pohl) Toledo - VU - Cerrado, Goiás
- Tibouchina pulchra, espécie de restinga (jacatirão, quaresmeira-do-frio)
- Tibouchina quartzophila Brade - CR Mata Atlântica, Espírito Santo
- Tibouchina riedeliana Cogn. - EX
- Tibouchina schenckii Cogn. - EX
- Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn.(quaresmeira-da-serra, manacá-de-minas)
- Tibouchina semidecandra ou T. urvilleana (Sinônimos) (quaresmeira-roxa-anã)
- Tibouchina stenocarpa (Schrank & Mart. ex DC.) Cogn (manacá)
- Tibouchina trichopoda (DC.) (jacatirão)
- Tibouchina 'Alstonville' (Híbrido)
Espécies notáveis
T. herbaceae
A Tibouchina herbaceae tornou-se uma praga no Hawaii – seus habitats naturais são pântanos, campos e bordas de matas e sua floração ocorre entre os meses de Janeiro e Maio.
T. mutabilis
A Tibouchina mutabilis é conhecida como "Flor-de-Maio" e "Manacá-da-Serra". Pode atingir até 10 metros de altura e o diametro de seu tronco, 30 centímetros. Ainda apresenta flores de coloração rosada que floram entre os meses de Novembro e Fevereiro.
T. pulchra
Tibouchina pulchra, conhecida popularmente como "Jacatirão" ou "Manacá-da-Serra", é uma espécie nativa de restingas na Mata Atlântica que se destaca por apresentar flores muito vistosas, de coloração que pode variar de brancas a violetas. Os flavonóides, entre eles as flavonas, os flavonóis e as antocianinas são responsáveis pela gradação dessas cores nas flores, frutos, folhas, e raízes.
Um aspecto intrigante relacionado à coloração desta espécie é o papel ecológico desempenhado por esses pigmentos na relação com seus polinizadores, podendo-se diferenciar quatro estágios de gradação de cores nas flores – os estágios iniciais (botão e após antese) apresentam coloração branca com bordas ligeiramente violeta, enquanto que os estágios posteriores se caracterizam por uma gradação da cor violeta.
T. sellowiana
A Tibouchina sellowiana, assim como a T. pulchra, muda de cor após a polinização, sendo que as mais novas são brancas enquanto as mais velhas, arroxeadas.
T. granulosa
A variedade mais comum é a roxa, sendo bastante utilizada também a variação kathleen, rosa. Estão entre as mais cultivadas para paisagismo na cidade de São Paulo.
Outras
- Outras espécies notáveis: T. benthamiana - T. bicolor - T. clavata - T. elegans - T. gaudichaudiana - T. gayana - T. grandifolia - - T. holosericea - T. langsdorffiana - T. laxa - T. maudhiana - T. multiflora - T. organensis - T. stenoccarpa - T. viminea;
- T. semidecandra e T. urvilleana são sinônimos;
Ver também
Fontes
- IUCN Red List
- Instituto de Botânica de São Paulo
- Fundação Biodiversitas
- Catalogue of Life
- Centro de Referência em Informação Ambiental
Ligações externas
- «Flora Brasiliensis: Tibouchina» (em português)
- «Tibouchina grandifolia ou orelha-de-onça: Aves e Jardins» (em português)
- ↑ Ruilova, Xavier Rojas; Marques, Isabel (1 de outubro de 2016). «Better common than rare? Effects of low reproductive success, scarce pollinator visits and interspecific gene flow in threatened and common species of Tibouchina (Melastomataceae)». Plant Species Biology (em English). 31 (4): 288–295. ISSN 1442-1984. doi:10.1111/1442-1984.12114