The Great Global Warming Swindle | |
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A grande farsa do aquecimento global (BRA) | |
Reino Unido 2007 • cor • 75 min | |
Direção | Martin Durkin |
Roteiro | Martin Durkin |
Elenco | Syun-Ichi Akasofu Tim Ball Nigel Calder John Christy Ian Clark Piers Corbyn |
Género | documentário |
Idioma | inglês |
The Great Global Warming Swindle (A Grande Farsa do Aquecimento Global, em português) é um documentário produzido pelo britânico Martin Durkin e exibido no dia 8 de março de 2007 para a Channel 4 (mesma produtora de Beyond Citizen Kane) que apresenta idéias opostas àquelas sobre as quais se baseiam os estudos sobre o aquecimento global.
O filme apresenta cientistas, economistas, políticos, escritores e outros céticos do consenso científico sobre o aquecimento global antropogênico. A publicidade ao programa afirma que o aquecimento global provocado pelo homem é uma mentira, o maior embuste dos tempos modernos.[1]
O canal 4 britânico, que exibiu o documentário no dia 8 de março de 2007, descreveu o filme como:
- "uma polêmica que une as opiniões bem documentadas de cientistas respeitados para alcançar as mesmas conclusões. Este é um filme controverso, mas sentimos que é importante que todos os lados do debate sejam ouvidos."[2]
A exatidão do programa foi disputada em muitos pontos e vários comentaristas o criticaram, dizendo que é parcial, que apresenta factos fabricados,[3] e que o consenso prevalecente acerca do aquecimento global é apoiado por todas as academias científicas, países desenvolvidos e outras organizações científicas.[4] O filme contraria as posições destas instituições científicas entrevistando cientistas como Richard Lindzen e outros contribuintes para os relatórios do IPCC, que discordam das explicações que atribuem o aquecimento global a atividades humanas.
Pontos de vista expressos
A premissa central do filme é a de que o consenso científico atual sobre o aquecimento global tem muitas falhas científicas, e que interesses monetários escondidos nas instituições científicas e na comunicação social desencorajam o público e a comunidade científica a reconhecer ou mesmo debater isto. O filme explica o consenso científico como produto da "indústria ativista do aquecimento global", desencadeada pelo desejo de fundos para investigação. Outros alvos são os ambientalistas ocidentais que, segundo o filme, promovem a energia solar e eólica na África em vez dos combustíveis fósseis mais baratos, impedindo o desenvolvimento do continente. O filme faz a pergunta: "...se a energia solar e eólica são demasiado caras para os Estados Unidos, como pode a pobre África ter-lhes acesso?".
Algumas das pessoas que são entrevistadas são Patrick Moore, fundador, mas nos últimos 21 anos crítico da Greenpeace; Richard Lindzen, professor de meteorologia no Massachusetts Institute of Technology; Patrick Michaels, professor e investigador de ciências ambientais na Universidade da Virgínia; Nigel Calder, editor da New Scientist entre 1962 e 1966; John Christy, professor e diretor do Centro da Ciência do Sistema da Terra da Universidade de Alabama, e Paul Reiter, do Instituto Pasteur e Piers Corbyn.
Carl Wunsch, professor de oceanografia no Massachusetts Institute of Technology, foi também entrevistado. Desde então, diz que discorda fortemente das conclusões do filme e da forma como a sua entrevista foi usada.[5]
Algumas citações do filme:
- "Imaginamos que vivemos numa era de razão, e o alarme acerca do aquecimento global aparece como ciência; mas não é ciência, é propaganda."
- Paul Reiter, Instituto Pasteur, Paris.
- "Não podemos dizer que o CO2 vá dirigir as mudanças climáticas, certamente nunca o fez no passado."
- Ian Clark, Departamento das Ciências da Terra, Universidade de Otawa.
- "O movimento ambientalista tornou-se a maior força que impede o desenvolvimento dos países subdesenvolvidos."
- Patrick Moore, Co-fundador da Greenpeace.
Posições defendidas no filme
O filme defende que o consenso acerca das alterações climáticas é o produto de:
"uma indústria de milhares de milhões de dólares: criada e finaciada por ambientalistas fanaticamente anti-industriais, apoiada por histórias assustadoras de cientistas à procura de fundos e difundida por políticos cúmplices e pelos meios de comunicação."
Uma série de entrevistas e gráficos para defender as suas posições que são listadas abaixo.[6]
Contradições da teoria do aquecimento global antropogênico (Causado pelo homem)
- Os dados da concentração de dióxido de carbono na atmosfera desde 1940 mostram um aumento contínuo, mas durante este período, a temperatura global decresceu até 1975, subindo desde então (este gráfico usado na primeira exibição do programa tinha vinte anos e foi originalmente apresentado como tendo como fonte a NASA, mas posteriormente foi indicado como sendo de um gráfico de 1998 encontrado no Jornal Sentinela Médica. Os autores do gráfico eram do Instituto do Oregon de Ciência e Medicina, editor da Petição Oregon. Durkin reconheceu que o eixo temporal do gráfico estava mal descrito, indicando que os dados de 1988 eram válidos até 2000. O gráfico foi corrigido em exibições posteriores acabando os dados em 1988).[7]
- Todos os modelos de aumento das temperaturas como resultado do efeito de estufa prevêm que o aquecimento será maior numa determinada localização na troposfera e menor à superfície da Terra. Os dados atuais de satélites e de balões meteorológicos não estão de acordo com os modelos e, pelo contrário, mostram que a superfície da Terra está a aquecer ao mesmo ritmo, ou mesmo mais rapidamente que a baixa troposfera.
- O filme mostra que os aumentos nos níveis de CO2 aconteceram depois dos acréscimos de temperatura durante o fim das eras glaciais.
- A análise dos gelos de EPICA[8] e da estação Vostok mostram a relação entre as temperaturas e os níveis de CO2 nos últimos 650000 anos. Os níveis de dióxido de carbono aumentam ou diminuem em resultado de as temperaturas aumentarem ou diminuírem e não o contrário, porque quando o clima global arrefece, os oceanos absorvem dióxido de carbono e, quando o clima aquece, os oceanos liberam dióxido de carbono.
- Devido à dimensão dos oceanos, demora centenas de anos para que as mudanças na temperatura global se verifiquem nas massas oceânicas, razão pela qual as análise da estação de Vostok e outras camadas de gelo mostram que as mudanças no nível de dióxido de carbono na atmosfera acontecem cerca de 800 depois das mudanças na temperatura global.
- O vapor de água compõe cerca de 95% de todos os gases do efeito estufa e tem o impacto mais forte na temperatura do planeta. As partículas de água na forma de nuvens reflectem o calor do sol. Os efeitos das nuvens não podem ser simulados de forma exata por cientistas que tentem prever o clima futuro e os seus efeitos no aquecimento global.
- A concentração total de dióxido de carbono na atmosfera terrestre é de apenas 0,054%, uma porção minúscula. Além disso, as actividades humanas contribuem para menos de 1% desse total. O documentário refere que os vulcões produzem significativamente mais CO2 que o homem (Durkin admitiu posteriormente que esta informação estava incorrecta[9]), enquanto que as plantas e os animais produzem 150 gigatoneladas de CO2 todos os anos. As folhas a apodrecerem produzem ainda mais CO2 e os oceanos emitem de longe a maior parte do CO2. As actividades humanas produzem umas meras 6,5 gigatoneladas de CO2 todos os anos. O filme conclui então que as emissões humanas não podem estar a causar o aquecimento global.
- A atividade solar está atualmente em um nível muito elevado, e está diretamente ligada a mudanças na temperatura global. O mecanismo envolve raios cósmicos, bem como o calor do sol, ajudando na formação das nuvens. A atividade solar é muito mais influente no aquecimento e arrefecimento da Terra do que qualquer atividade humana ou natural na Terra.
- O aquecimento atual não é pouco usual e as temperaturas eram ainda mais elevadas durante o Período Quente Medieval, uma época de grande prosperidade na Europa.
Ver também
- An Inconvenient Truth (pt: Uma Verdade Inconveniente)
- Antiambientalismo
- Bjørn Lomborg
- Ceticismo climático
- Esfriamento global
- Mudança do clima
- Painel Não Governamental Internacional sobre Mudanças Climáticas
- Pequena Idade do Gelo
- Recuo dos glaciares desde 1850
Referências
- ↑ «"O aquecimento global considerado um embuste"». Washington Times
- ↑ «Aquecimento global, uma verdade inconveniente...no C4». The Independent. 11 de março de 2007. Consultado em 9 de abril de 2007
- ↑ Newscientist
- ↑ http://www.royalsoc.ac.uk/displaypagedoc.asp?id=20742 Arquivado em 9 de junho de 2007, no Wayback Machine. National Academy of Sciences Declaração acerca do aquecimento global
- ↑ Wunsch, Carl (11 de Março de 2007). «Partial Response to the London Channel 4 Film "The Great Global Warming Swindle"». Consultado em 13 de março de 2007
- ↑ «The Great Global Warming Swindle from Channel4.com». Channel 4.com. Consultado em 12 de março de 2007
- ↑ Erro em Lua em package.lua na linha 80: module 'Módulo:Citação/CS1/Sugestões' not found.
- ↑ Esf Arquivado em 24 de novembro de 2009, no Wayback Machine. - European Project for Ice Coring in Antarctica (EPICA). Página visitada em 26/05/2011.
- ↑ name="MSNBC"