Do ponto de vista da biologia, um tecido é um conjunto de células especializadas, iguais ou diferentes entre si, separadas ou não por líquidos e substâncias intercelulares, que realizam determinada função num organismo multicelular.
Podem ser encontrados em organismos do reino animal e vegetal. Os tecidos em animais podem ser classificados em quatro categorias básicas: o tecido epitelial, o conjuntivo, o muscular e o tecido nervoso. Já em plantas, os tecidos podem ser agrupados em: tecido de preenchimento, como o parênquima; os tecidos de sustentação colênquima e esclerênquima; de revestimento como a epiderme e periderme; e tecidos de condução, como o xilema e floema.
O estudo dos tecidos biológicos e de como estes se organizam para formar os órgãos chama-se histologia;[1] na medicina, o estudo dos tecidos como meio de diagnóstico de uma doença é a histopatologia. A disciplina acadêmica que estuda tecidos vegetais é conhecida como histologia vegetal.
Composição
Tecidos são constituídos por células juntamente com a matriz extracelular produzida por células. A matriz é quase inexistente em alguns tecidos, porém em outros é abundante e contém estruturas e moléculas importantes do ponto de vista estrutural e funcional.[2] São agrupamentos de células e matriz extracelular que desempenham funções específicas, como as de proteção, absorção, secreção de substâncias, percepção de sensações, sustentação, locomoção, movimentação de órgãos internos, transmissão de informações, preenchimento, armazenamento, regeneração, defesa, e transporte de sustâncias.[1] Apesar da complexidade de organismos como os mamíferos, há apenas 4 tipos básicos de tecidos: o epitelial, o conjuntivo, o muscular e o nervoso. Esses quatro tipos de tecidos não existem isoladamente mas juntam-se uns aos outros em proporções vaiáveis; os órgãos abrangem pelo menos dois ou todos os quatro tipos de tecidos.[2][3][4]
Tipos de tecidos biológicos
Os tecidos biológicos podem dividir-se em:
Alguns exemplos de tecidos dos vertebrados são os epitélios, que formam a superfície dos órgãos, o tecido muscular, o tecido que forma os ossos (tecido ósseo), o sangue, o tecido nervoso, a medula óssea, que produz as células do sangue e os vários tecidos glandulares.
A serosa e mucosa recobrem órgãos por fora e por dentro destes, ajudando os tecidos na proteção.
Nas plantas vasculares, os tecidos equivalentes aos vasos sanguíneos dos vertebrados são o xilema e o floema. Outros tecidos das plantas são os parênquimas e os meristemas, que são responsáveis pelo crescimento da planta.
Métodos de estudo dos tecidos biológicos
A principal ferramenta usada na histologia para o estudo de tecidos é o microscópio, usando cortes finos de material em luz transmitida num capo claro.[5] É necessário que o tecido seja submetido a cortes finíssimos, através da sua inclusão num bloco de parafina para ser cortado num micrótomo.[6] Depois de cortado, retirada a parafina é colocado numa lâmina, o corte é fixado (para não se deteriorar) e corado.
Os desenvolvimentos recentes na área da microscopia electrónica, a imunofluorescência e o corte por congelação permitiram um enorme avanço no campo da histologia.
Ver também
Referências
Bibliografia
- Aires, Marlúcia Bastos; Soares, R. C., da Silva, S. O., & Ting, E. (2011). Histologia Básica (PDF). São Cristóvão, Brasil: Biblioteca Central da Universidade Federal de Sergipe. p. 8
- Bailey, Frederick K.; Copenhaver, Wilfred M.; Bunge, Richard M.; Bunge, Mary B. (1973). Histologia. São Paulo, Brasil: Editora Edgard Blücher
- Junqueira, L. C.; Carneiro, José (1995). Histologia Básica 8 ed. Rio de Janeiro, Brasil: Guanabara Koogan
- Telser, Alvin G.; Young, John K.; Baldwin, Kate M. (2008). Histologia. Rio de Janeiro, Brasil: Elsevier Editora. ISBN 978-85-352-3061-1