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Sucessão apostólica

Em algumas vertentes do Cristianismo, a doutrina da Sucessão Apostólica sustenta que a Igreja Cristã, hoje, é a sucessora espiritual do grupo de seguidores de Cristo, composto pelos Doze Apóstolos. Nas Igrejas episcopais, a Sucessão Apostólica é entendida como sendo a base da autoridade dos bispos (o episcopado).

Diferentes denominações Cristãs interpretam esta doutrina, de diferentes maneiras. A Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa, a Igreja Anglicana e outras denominações reivindicam suas linhas episcopais desde os apóstolos. Essa doutrina é rejeitada por muito dos Protestantes, embora algumas de suas denominações, também, reivindiquem essa doutrina e sucessão.

Bases bíblicas

Na Bíblia, um exemplo de Sucessão Apostólica, pode ser visto quando Judas Iscariotes, após trair Jesus Cristo, cometeu suicídio e assim teve seu posto (ministério), declarado vago, pelo Apóstolo Pedro que apontou a necessidade de que alguém o ocupasse (Atos 1,16-17.21-26). Dessa forma, na disputa da sucessão apostólica, entre Matias e José Barsabás, também chamado "Justo", foram lançadas sortes, que recaíram sobre Matias.

Igreja do Oriente

A Igreja do Oriente mantém contínua sucessão de seus bispos desde que os apóstolos pregaram aos povos siríacos. Segundo a Bíblia, o apóstolo Pedro foi bispo em Antioquia antes de ir para Roma.[1]. A partir do século V as igrejas do mundo do Mediterrâneo se separaram da Igreja una e indivisa, que continuou nos fundamentos apostólicos fora do controle do mundo político romano e bizantino. [2] Com a sucessão dos bispos interrupta, hoje se constitui a Igreja do Oriente.

Igreja Católica Apostólica Romana

Ver artigo principal: Hierarquia católica

A Igreja Católica tem como exemplo apóstolo Pedro. Para os católicos romanos teria ele sido nomeado o primeiro Papa, líder espiritual da Igreja Católica, instituída por Jesus Cristo.

A sucessão apostólica, feita pela presença da carne, é dita ordem romana. A Igreja Católica acredita e defende que, devido ao sacramento da Ordem, todos os Bispos válidos e legitimamente consagrados, em comunhão com o papa (o sucessor de São Pedro), são todos sucessores dos doze apóstolos. Assim, quando morre um papa, outro é eleito para o seu cargo, sucedendo-lhe, e, enquanto que um bispo válido e legitimamente consagrado estiver vivo e em funções, ele consagra outros bispos e ordena os presbíteros e os diáconos, dando por isso uma continuidade ininterrupta à sucessão apostólica, sendo por isso a base de toda a hierarquia da Igreja Católica.

Igrejas nacionais católicas e apostólicas

Existem também as igrejas nacionais, que em sua maioria são descendentes da Igreja Católica Apostólica Brasileira que também é conhecida como: Igreja Brasileira, ou simplesmente pela sigla ICAB, fundada pelo bispo de Maura, Carlos Duarte Costa, antigo bispo da cidade de Botucatu, no interior do estado de São Paulo, Brasil, que fora excomungado pelo papa Pio XII aos 6 de agosto de 1945, por suas críticas ao suposto relacionamento amistoso da Sé Romana com Benito Mussolini e Adolf Hitler, a quem acusava de cumplicidade nos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. Sendo o bispo de Maura legítimo sucessor dos apóstolos, entroncou a Igreja Brasileira nessa tradição e a ICAB por sua vez a transmitiu às outras igrejas nacionais. Hoje existem igrejas nacionais em todos os continentes e se reunem num organismo chamado "Comunhão Mundial das Igrejas Católicas e Apostólicas". Para a ICAB e suas descendentes coirmãs, a sucessão apostólica é parte fundamental de sua doutrina e autoridade.

Reforma

De um modo geral, as denominações cristãs surgidas a partir do cisma religioso europeu no século XVI, desencadeado inicialmente pela manifestação de Martinho Lutero na Alemanha, confessam o princípio sola scriptura, ou seja, de que a doutrina cristã primitiva e apostólica se encontra perfeita e suficientemente nas Escrituras Sagradas. Desse modo, a ideia de sucessão apostólica nesse horizonte se explicaria não pela transmissão ritual da autoridade apostólica, como pela imposição de mãos, mas pela conservação fiel da doutrina de Cristo e dos apóstolos, expressa particularmente nos livros sagrados do Novo Testamento.

Algumas igrejas batistas têm uma doutrina parecida, a do Landmarkismo. Segundo essa doutrina há uma sucessão ininterrupta de igrejas até culminar nos batistas de hoje. Já as atuais igrejas apostólicas ou neo-pentecostais acreditam que a sucessão apostólica se refere a uma continuação do trabalho de Jesus Cristo nesta terra por intermédio de apóstolos.

Igreja Anglicana

Catedral Anglicana das ilhas Falkland.

A Comunhão Anglicana "nunca endossou oficialmente qualquer teoria particular da origem do episcopado histórico, sua relação exata com o apostolado, e o sentido em que deveria ser pensado como dado por Deus, e de fato tolera uma ampla variedade de visões. sobre estes pontos ". [3]A sua reivindicação à sucessão apostólica está enraizada na Igreja da Inglaterra como parte da Igreja Ocidental. [4] A sucessão apostólica não é vista pelos anglicanos reformados como uma continuidade ininterrupta de ordenação de bispos, mas como expressão de continuidade ininterrupta de compromisso, crenças e missão começando com os primeiros apóstolos; e, portanto, enfatizando a natureza duradoura ainda em evolução da Igreja.[5] O episcopado histórico é visto como um símbolo de unidade cristã, o Arcebispo da Cantuária é reconhecido por todos os anglicanos como o Primeiro entre os Iguais, por isso é ele quem convoca reuniões entre todos os bispos anglicanos do mundo, e é o símbolo da unidade anglicana.

Igreja Ortodoxa

A Igreja Ortodoxa, como mais um exemplo, defende também que os seus bispos eram oriundos de uma sucessão apostólica contínua e ininterrupta, afirma que a Igreja Católica Romana perdeu sua sucessão apostólica no período compreendido entre os séculos XIV e XV devido as duvidosas eleições de Papas duvidosos e antipapas e pela prática das simonia durante todo o século XV e XVI vigente nas ordenações de Bispos e altos cargos na Igreja de Roma. A Igreja Ortodoxa defende também que todos os seus bispos eram iguais entre si (incluindo o Patriarca Ecuménico de Constantinopla, que é só considerado como o Primeiro entre os Iguais), não reconhecendo por isso a autoridade universal e a primazia papal do Papa, defendendo somente que ele tem apenas uma primazia de honra.

Ver também

Referências

  1. Dimitrisvetsikas, Philip Kosloski. "How St. Peter first became a bishop in Antioch, not Rome" Aleteia. 02/22/18
  2. Wilhelm Baum and Dietmar W. Winkler, The Church of the East: A Concise History. London/New York: Routledge Curzon 2003.
  3. Jay, Eric G. The Church John Knox Press(1980), p.291 quoting the Anglican-Methodist Unity Commission Report 1968 p.37
  4. «The Anglican Domain: Church History». www.anglican.org. Consultado em 18 de junho de 2019 
  5. http://www.cofe.anglican.org/info/papers/pmreview/pmrappendix1.doc
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