Predefinição:Info/País fictício
A Sildávia é um reino ficcional, na região dos Bálcãs, que aparece na série de quadrinhos As Aventuras de Tintim, do célebre cartunista belga Hergé. Provavelmente o nome é uma palavra-valise de Transilvânia e Moldávia. Lembra os países do leste europeu Eslovênia e Eslováquia e a região croata de Eslavônia[1].
Visão geral
A Sildávia é uma monarquia, regida por seu rei; sua capital chama-se Klow (e, anteriormente, Zileheroum) localizada na confluência dos ficcionais rios de Moltus e Wladir. Outras cidades citadas na obra são: Niedzdrow, Istow, Dbrnouk, e Zlip. A população da Sildávia é algo em torno de 642 000 habitantes; destes, 122 000 vivem na capital Klow. Há uma companhia aérea nacional chamada Syldair[1].
A Sildávia também é conhecida como o "Reino do Pelicano Negro" e a divisa do reino é: Eih bennek, eih blavek![1].
Os sildavos parecem ser grande apreciadores de água mineral, o que, para o Capitão Haddock, apreciador convicto de uísque, não era nada interessante.
A célebre cantora Bianca Castafiore descreveu a Sildávia como "um país encantador para quem gosta de velharias".
Cultura
A cultura medieval da Sildávia manifesta-se sobretudo no vestuário da população e nos costumes curiosos do monarca e da aristocracia sildava. O expoente máximo desta cultura é o castelo de Kropow, onde estão guardados o tesouro real e os arquivos nacionais, que pode atualmente ser visitado.
Os violinistas sildavos são muito afamados.
Cozinha
A culinária da Sildávia está associada à culinária dos países do leste europeu. Blini (algo como um crepe), condimentos e salsichas. Era comum as salsichas expostas decorarem a cozinha de um restaurante sildavo[1]. Menciona-se que o primeiro prato normalmente servido é o Slaczec (a pata traseira de um jovem cão servida com um pesado molho sildavo), porém, deve-se ressalvar que, pelo contexto da história, isso não parece ser verdade. A Slaczec é servida a Tintim com cogumelos e uma salada[1].
Geografia
Durante a aventura "O Cetro de Ottokar", Tintim lê em uma enciclopédia que a Sildávia pertence à península balcânica, situando-se algures no local da ex-Jugoslávia[1].
O país tem dois rios principais o Wladir e o seu afluente Moltus. O nome "Wladir" é, sem dúvida, uma ligação ao rio que atravessa Praga, na República Checa, o rio Vltava (Moldau em alemão). Esta tradução parece ter inspirado o nome do rio "Moltus", a menos que o nome se refira ao rio Olt na Roménia. Os dois rios unem-se em Klow, a capital e maior cidade da Sildávia[2][3][4] com 122.000 habitantes.
Outras cidades conhecidos são:
- Kragoniedin, famosa pelas suas águas termais
- Dbrnouk, no litoral sul (provavelmente inspirado no porto de Dubrovnik na Dalmácia)
- Niedzdrow junto ao Wladir,
- Zlip
- Istow
- Duma, principal local de entrada, na costa do país
- Tesznik
- Klow
- Sbrodj, o centro espacial.
O país faz fronteira com outro país imaginário, a Bordúria, e uma das fronteiras dos dois países é a do lago Fléchizaff.
História
A moderna Sildávia surge em 1127 quando um chefe tribal, chamado Hvegui expulsou conquistadores turcos e adotou o nome Muskar. A Bordúria conquistou o país em 1195 e em 1275 Otokar os expulsa ressurgindo assim a soberania sobre Sildávia.
O rei Otokar IV tornou-se rei em 1360 quando um inimigo, o barão Staszrvitch reclamou o trono e o atacou com uma espada. Otokar derrubou-o com seu cetro. E, desde então, o governador da Sildávia deve portar o cetro e mostrá-lo ao povo no Dia de São Vladimir, caso contrário perderá da sua autoridade e aquele que tiver o cetro será o novo rei. Tal costume teve o status de lei não-escrita até 1939[1].
Em 1939 a Sildávia estava novamente sob o risco de uma invasão de sua vizinha Bordúria como parte de um plano para expulsar Otokar XII. Tintim tinha um plano para neutralizar a situação (algo muito semelhante ao Anschluss da Áustria em 1938, embora não com o mesmo resultado).
O Rei Otokar XII, um notável motorista que sempre carregava sua própria arma para sua proteção pessoal, torna-se algo como um monarca constitucional de seu país. Ordenou a seus ministros e generais que se fizessem as mudanças necessárias para evitar um golpe e uma nova invasão[5].
Defesa Nacional
A Sildávia possui uma extensa força militar que vai desde baterias antiaéreas a estações de radar. O exército parece ter uma aparência considerável possivelmente inspirado em exércitos do Leste Europeu como a Polónia ou a Rússia. Possui também um programa espacial[6] sobre o qual recaem duvidas sobre se será para efeitos pacíficos ou militares[7][8]. Também tem uma base secreta onde desenvolve novos tipos inovadores de armas[5][9].
A Sildávia no mundo real
Em Objectivo Lua, o foguete decola da Sildávia, mas o lugar onde aparece no mapa é a atual República Checa.
Da mesma forma, o nome da capital Klow é inspirado na sua contra-parte ucraniana Kiev e na cidade romena de Cluj (capital da Transilvânia). Mas segundo o Google Maps a localização exata da Sildávia está na maior parte no condado de Zagreb, onde fica a capital da Croácia.
O analista Dodo Nita ficou impressionado com as semelhanças da Sildávia com a Roménia. Outros estudiosos têm comparado o país com a Albânia, Bulgária e também Bósnia e Herzegovina e Montenegro. A bandeira albanesa é, na forma, muito semelhante à sildava.
O Sildavo, é muito semelhante ao holandês, sendo inspirado no brusseleer[10], mas também vai buscar algumas características peculiares à Valónia. Os leitores holandeses podem, portanto, seguir o Sildavo com bastante facilidade. Há diferenças na escrita: O sildavo usa o alfabeto cirílico e o croata usa o latino.
- Eih bennek, eih blavek (a divisa sildava) é parecido com a expressão holandesa "Hier ben ik, hier blijf ik" (Aqui estou eu, aqui vou ficar).
- Czesztot on klebcz (dito por um camponês quando vê Milou a cair do céu): uma mistura saborosa da gíria francesa da Valónia, C'èsteût on clebs (É um cão).
Em 1994, o músico francês Pascal Comelade fez um álbum inteiro de canções e danças da Sildávia.
Durante uma dezena de anos, os Escuteiros da França organizaram sob o nome de São Vladimir, campos de férias cujos principais temas de jogo eram retirados da Sildávia e das aventuras de Tintim.
A 20 de Agosto de 2008, o jornal online Rue89 publicou um artigo sobre uma guerra entre a Sildávia e a Bordúria (paródia há noticia publicada no Le Monde por Bernard-Henri Levy, sobre o conflito armado entre a Geórgia e a Rússia sobre a província separatista da Ossétia do Sul)[11].
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 O Ceptro de Ottokar, Le Sceptre d'Ottokar, (1939)
- ↑ Jean-Marie Apostolidès; Jocelyn Hoy. The Metamorphoses of Tintin: Or Tintin for Adults, p. 94.
- ↑ http://www.proaktiva.ch/shadowfax/tintin/klow/en.html
- ↑ http://www.examiner.com/x-12467-Tintin-Examiner~y2009m6d6-Best-Tintin-books-for-children
- ↑ 5,0 5,1 O caso Girassol, L'Affaire Tournesol, (1956)
- ↑ Casterman. «Objectif Lune» 🔗 (em Francês). Consultado em 24 de abril de 2010[ligação inativa]
- ↑ Objectivo Lua, Objectif Lune, (1953)
- ↑ Rumo à Lua, On a marché sur la Lune ,(1954)
- ↑ Casterman. «L'Affaire Tournesol» 🔗 (em Francês). Consultado em 24 de abril de 2010. Arquivado do original em 7 de janeiro de 2010
- ↑ Mark Rosenfelder. «Le Syldave d'Hergé: Une grammaire» (em Francês). Consultado em 24 de abril de 2010
- ↑ Zineb Dryef. «Choses vues dans la Syldavie en guerre» (em Francês). www.rue89.com. Consultado em 22 de outubro de 2008
- Bibliografia
- O Ceptro de Ottokar, Le Sceptre d'Ottokar, (1939).
- Objectivo Lua, Objectif Lune, (1953).
- Rumo à Lua, On a marché sur la Lune ,(1954).
- O caso Girassol, L'Affaire Tournesol, (1956).