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Senhor da Trofa

Predefinição:Título Nobiliárquico

Senhor da Trofa, de juro e herdade, foi um senhorio criado pelo Rei de Portugal D. Afonso V, por Carta de 13 de Novembro de 1449, em favor de Gomes Martins de Lemos.[1][2][3]

Senhores da Trofa

  1. Gomes Martins de Lemos (c. 1410-1490), 1.º Senhor da Trofa.
  2. João Gomes de Lemos (c. 1445-1514), 2.º Senhor da Trofa.[4]
  3. Duarte de Lemos (c. 1485-1558), 3.º Senhor da Trofa.[5][4]
  4. João Gomes de Lemos (c. 1510-1575), 4.º Senhor da Trofa.
  5. Duarte de Lemos (c. 1540-1616), 5.º Senhor da Trofa.
  6. Diogo Gomes de Lemos (c. 1570-1651), 6.º Senhor da Trofa.
  7. João Gomes de Lemos (c. 1610-16??), 7.º Senhor da Trofa.
  8. Bernardo de Carvalho e Lemos (21.01.1645 - 02.09.1704), 8.º Senhor da Trofa.[6]
  9. Luís Tomás de Lemos e Carvalho e Menezes de Vasconcelos (1697-1756), 9.º Senhor da Trofa.
  10. Bernardo de Lemos de Carvalho e Vasconcelos, 10.º Senhor da Trofa (1726-?)

Casa da Trofa

O Senhorio de juro e herdade da vila da Trofa do Vouga[7], permaneceu durante mais de 350 anos na posse dos Lemos, desde o seu 1.º senhor, Gomes Martins de Lemos (13 de Novembro de 1449) até à morte do seu 8º neto, Bernardo de Lemos de Carvalho e Vasconcelos,[8] 10.º senhor (2 de Novembro de 1757), falecido já nos inícios do século XIX, sem geração[7],

O 1º senhor, Gomes Martins de Lemos (c. 14051497), «o Moço», foi fidalgo do Conselho (1458) de D. Afonso V, com quem esteve na batalha de Alfarrobeira e no Norte de África. Este rei fê-lo, por carta passada em Évora a 13 de Novembro de 1449, senhor da vila, padroado e terra da Trofa (do Vouga), incluindo o senhorio do rio Vouga na extensão de 35 quilómetros, de juro e herdade, com jurisdição e império, para ele e seus descendentes, em sistema de morgadio a transmitir apenas à linha da primogenitura varonil.

O mesmo rei fê-lo ainda 1.º senhor da vila de Pampilhosa, com suas jurisdições, de juro e herdade, por carta passada em Ceuta a 12 de Novembro de 1458, e 1.º senhor de Álvaro, então na comarca da Covilhã, também com suas jurisdições cível e crime e de juro e herdade (1455). Foi ainda 1.º senhor de Jales e Alfarela (Vila Pouca de Aguiar), também de juro e herdade, por carta passada a 26 de Novembro de 1449, em atenção a sua mulher, herdeira deste senhorio, D. Maria de Azevedo, donzela da infanta D. Isabel, que era neta de Lopo Dias de Azevedo, 15.º senhor do couto de Azevedo (Barcelos) e chefe desta linhagem, senhor da quintã e torre do Crasto (Amares), e da quintã e torre de Vasconcellos (Amares), 6.º senhor de juro e herdade da vila do Souto (Amares), 1.º senhor de juro e herdade de São João de Rei e das Terras do Bouro (20 de Maio de 1384), senhor do castelo e terra de Aguiar de Pena e das terras de Jales e Alfarela (15 de Setembro de 1384, em que sucedeu a seu sogro), senhor de Pereira, Abitureiras, Azoia, Vila Nova de Anços, Santa Leocádia, etc. (14 de Abril de 1385) e do reguengo de Alviela (5 de Dezembro de 1387), etc., e de sua mulher D. Joana Gomes da Silva, senhora da quintã e honra da Silva, solar desta família, que também passou aos senhores da Trofa.

Gomes Martins de Lemos era filho de outro Gomes Martins de Lemos, «o Velho», senhor de Góis (antes de 1396), senhor de juro e herdade de Oliveira do Conde (15 de Janeiro de 1386), 1º morgado do Calhariz (27 de Dezembro de 1396), em Lisboa, aio do infante herdeiro D. Afonso e fidalgo do Conselho de D. João I, a quem acompanhou a Ceuta (1415), comandando uma das sete grandes galeras.

Entre os senhores da Trofa ficou famoso Duarte de Lemos (1485 – 27 de Junho de 1558), o 3.º senhor, capitão-mor do Mar e da Costa da Etiópia e da Arábia no governo de Afonso de Albuquerque, fidalgo do Conselho de D. Manuel I e D. João III, cavaleiro da Ordem de Cristo e nesta ordem comendador de Castelejo, que mandou fazer o chamado Panteão dos Lemos, belíssimo monumento nacional.[9]

Também famoso ficou seu neto homônimo, o 5.º senhor da Trofa (c. 1540 – 11 de Fevereiro de 1616), apoiante do prior do Crato e feroz opositor de D. Filipe I. O 9.º senhor, Luís Tomás de Lemos e Menezes (13 de Março de 1697 – 27 de Outubro de 1756), moço fidalgo da Casa Real (15 de Junho de 1709), capitão-mor da Ordenança de Aveiro (16 de Fevereiro de 1732) e superintendente das caudelarias da comarca, 5.º morgado de Lamarosa (Tentúgal) e de Vila Maior (São Pedro do Sul), comendador de Cambra (Vouzela) e Santa Maria de Ventosa na Ordem de Cristo, senhor do padroado dos mosteiros de Santa Clara de Trancoso e de São Francisco do Campo de Coimbra, etc., mandou fazer o palácio da família na Calçada da Graça, em Lisboa.

A varonia dos senhores da Trofa era originalmente a dos Lemos, mas com o 8.º senhor da Trofa, Bernardo de Carvalho e Lemos[10] (filho de Jerónimo Carvalho de Vasconcelos e de D. Jerónima de Lemos, irmã e herdeira do 7.º senhor da Trofa), passou a ser a de Vasconcelos.[11]

A representação desta Casa era, no fim da Monarquia, de D. Maria Isabel Antónia do Carmo de Lemos e Roxas de Carvalho e Menezes de Saint-Léger (1841 - 16 de Fevereiro de 1920), 1.ª marquesa da Bemposta-Subserra, que casou (com licença real de 11 de Setembro de 1861) com o futuro 1.º marquês de Rio Maior, então 4.º conde de Rio Maior, António de Saldanha de Oliveira Juzarte Figueira e Sousa, sem geração.

Referências

  1. «Sentença dada contra Álvaro Gonçalves da Maia, pela qual se julgou a Gomes Martins de Lemos as terras da Trofa e Castrovais - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 12 de agosto de 2020 
  2. Nobiliário das Famílias de Portugal - Vol. VI, pág. 337 (Lemos)
  3. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira - Vol. 33, págs. 32-35
  4. 4,0 4,1 «A Duarte de Lemos, fidalgo da casa del-rei, confirmação, para logo serem trespassadas nele, das cartas confirmadas em Évora, a 7 de Novembro de 1497, a João Gomes de Lemos, seu pai, para as haver como haveria por seu falecimento. - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  5. «Confirmação da doação do padroado da nossa igreja que he na sua terra da Trofa a Duarte Lemos, fidalgo da casa real. - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  6. «Bernardo Carvalho de Lemos, carta de doação da casa da Trofa, mercês de D. Pedro II, liv. 12, f.325 - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  7. 7,0 7,1 Soveral, Manuel Abranches de (1999). «A Casa da Trofa». Edição do Autor. Consultado em 28 de julho de 2019 
  8. «Bernardo de Lemos de Carvalho e Vasconcelos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 2 de agosto de 2021 
  9. «Direção Geral do Património Cultural - Igreja da Trofa, compreendendo os túmulos dos Lemos.». www.patrimoniocultural.gov.pt. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  10. «Bernardo Carvalho de Lemos. Carta de doação da casa da Trofa, filiação: Jerónimo Carvalho de Vasconcelos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 2 de agosto de 2021 
  11. Soveral, Manuel Abranches do. «Casa da Trofa. Lemos. Representação genealógica.». www.soveral.info. Consultado em 2 de agosto de 2021 

Bibliografia

  • Aarão de Lacerda, "O Panteom dos Lemos na Trofa do Vouga", Edição do Autor (Tipografia da Companhia Portuguesa Editora), Porto, 1928[1].
  • Amaro Neves, "Os Lemos da Trofa, na História e na Arte de quinhentos", Serviços Culturais da Câmara Municipal, Águeda,1984[2].


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