Seja Você Mesmo (mas não Seja sempre o Mesmo) | |||||||
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Álbum de estúdio de Gabriel, o Pensador | |||||||
Lançamento | 15 de maio de 2001[1][2] | ||||||
Gênero(s) | Rap rock | ||||||
Duração | 52:50 | ||||||
Idioma(s) | Português | ||||||
Gravadora(s) | Sony Music | ||||||
Produção | Itaal Shur, Liminha, Chico Neves | ||||||
Cronologia de Gabriel, o Pensador | |||||||
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Seja Você Mesmo (mas não Seja sempre o Mesmo) é o quinto álbum de estúdio do rapper brasileiro Gabriel, o Pensador, lançado em 2001 pela gravadora Sony Music. Para o disco produzido por Itaal Shur, Liminha e Chico Neves, o cantor queria fazer algo mais reflexivo comparado ao que havia feito anteriormente. Ele queria ajudar as pessoas a pensarem em suas realidades e instigá-los ao desejo de mudança.
Diferente de seus antecessores, o disco usa guitarras, por sugestão do produtor Itaal Shur, o que foi notado e elogiado pela maioria dos críticos, que qualificaram esse como o "mais pesado" de seus álbuns. No entanto, a produção também contou com ritmos mais parecidos com os de seus trabalhos anteriores. A canção "Tem Alguém Aí?" teve a participação de Digão, guitarrista dos Raimundos, enquanto Lenine cantou ao lado de Gabriel em "Brasa".
O disco tem uma concepção interessante em sua capa: na frente se vê uma foto de Gabriel ainda criança, encostado na janela de casa, na contracapa ele já adulto exatamente no mesmo local.
Antecedentes e produção
Com seu disco anterior, Nádegas a Declarar, que foi certificado pela ABPD com um disco de ouro,[3] Gabriel havia chegado ao posto de "preferência nacional".[4] No entanto, nessa época, ele estava "realmente obcecado" em instigar as pessoas a "pensarem, protestarem e quererem mudar isso que está aí"; querendo "dizer as coisas com mais força", encontrou na música essa possibilidade.[5][6] O cantor afirmou que sempre imaginava que uma hora todos chegariam no limite do que poderiam suportar e que uma hora tudo mudaria, porém ele percebia que, ao invés disso, as coisas pioravam. Ele conclui dizendo: "Mas acho que desta vez está demais. Não dá para continuar." Ele criticou essa situação em "Até Quando?", música na qual diz "espetar" o ouvinte, pois, segundo ele, "os escândalos e as tragédias não provocam mais nenhuma comoção".[6] O uso de guitarras foi uma sugestão dada pelo produtor do CD, Itaal Shur, no entanto Gabriel disse que Seja Você Mesmo (Mas Não Seja Sempre o Mesmo) "não é um CD só de rock, são algumas músicas".[5]
Estilo e temas
O disco se diferenciou dos anteriores por seu "som mais pesado" e uso de guitarras,[5] que acontece em "Se Liga Aí", "Pega Ladrão!" e "Até Quando?", enquanto que "É Pra Rir Ou Pra Chorar?", "Sem Parar" e "Mário" se mantém com a sonoridade de seus discos anteriores.[7] Além do rock, o disco contou com peso de instrumentos de samba em "Até Quando?", funk em "Sem Parar" e swing em "É pra Rir ou pra Chorar?".[8]
Paulo Vasconcellos, do CliqueMusic, descreveu o álbum como um "disco temático contra a corrupção, a violência policial, a injustiça e o conformismo da população."[6] Já Mauro Ferreira, crítico carioca, disse que o CD "pode ser encarado como um tratado politizado sobre o exercício benéfico da cidadania" e que nele o cantor crítica a desigualdade, "radiografa[ndo] em seu discurso as fraturas expostas de uma sociedade injusta".[8]
A canção que abre o disco, "Se Liga Aí", "é praticamente uma carta de princípios pelas liberdades" e contém "riff bem rock n roll e vocais nervosos de Gabriel";[8][9] ela é seguida de "Até Quando?", cuja letra crítica o conformismo da sociedade brasileira.[6][8] "Ãh" trata de forma não explicíta a questão da alienação,[6][9] enquanto "Pega Ladrão!" critica a política brasileira.[5][7] "Tem Alguém Aí?", com a participação de Digão, aborda a dependência as drogas, com foco nos motivos que levam os jovens a se tornarem usuários; nessa música o artista contou com o auxílio do psiquiatra Merinho Pereira.[5]
O cantor utiliza "cinismo debochado" em "É pra Rir ou pra Chorar?";[8] já "Sem Parar" "tem a ver com superação, seguir em frente."[10] Em "Mário", o cantor defende a "politização do cidadão", como o personagem da música que "deixou de ser otário" e passou a lutar por seus direitos e a enfrentar os poderosos como um representante do povo.[8][6] A canção "Brasa" trata da relação do brasileiro que vive no exterior com o país, de duas formas: de quem vê o Brasil de fora e sente saudade e de quem volta e fica com vergonha de tudo de ruim que percebe na realidade nacional.[5][6] O artista muda de foco em "Sei Lá", onde canta sobre seus desamores.[8]
Recepção
Predefinição:Críticas profissionais O álbum, que havia vendido 100 mil cópias em setembro de 2001,[11] foi bem recebido pela crítica.[12] Os críticos em geral avaliaram esse álbum como "mais rock" que seus anteriores,[5][8][7][9] elogiando a participação do produtor Ital Shur.[12] A crítica da revista IstoÉ Gente, Cassia Dian, disse que a mudança foi positiva, por Gabriel ser não ser tão integrado ao hip hop. Ela escolheu "Se Liga Aí" e "Até Quando?" como as melhores canções da obra e, escrevendo pouco depois do lançamento do disco, classificou o álbum como o melhor da carreira do artista.[13]
Mauro Ferreira afirmou que Shur foi "um plus e tanto no som do Pensador" e que em "Se Liga Aí" as "guitarras dão um tempero-extra à música, de refrão pegajoso". Ferreira disse que Gabriel "toca na ferida" em "Tem Alguém Aí?"; elogiou "É pra Rir ou pra Chorar?" dizendo que ela é "uma das músicas mais suingantes do CD" e o refrão desta tanto quanto de "Masturbação Mental" que ele qualifica como "quase hipnotizante".[8]
O escritor Affonso Romano de Sant'Anna comparou Gabriel com os repentistas, dizendo que já no título do disco o cantor demonstra tais características, "pois à frase 'seja você mesmo' segue-se 'mas não seja sempre o mesmo', aparentemente contradizendo, mas duplicando a mensagem."[14]
Escrevendo para o Whiplash.net, Rodrigo Simas disse que só o nome "já valeria comprar esse disco" e elogiou a mudança de comportamento do cantor. Simas comentou que o disco se diferencia dos anteriores, pois "são pouquíssimas músicas com barulhos eletrônicos e texturas pop/dance bastante presentes nos seus outros CDs." Ele elogiou a maioria das músicas, dizendo que são "composições bastante interessantes, tanto no instrumental, como logicamente nas letras". Simas destacou "Até Quando?", que ele qualifica como "sensacional"; e "Ãh" que "é uma música bem fraquinha, mas sua letra é engraçada e seu final é uma lição a ser entendida." Ele ainda elogiou "Pega Ladrão" e "Tem Alguém Aí".[9]
Em um crítica não tão favorável quanto as outras, Marco Antonio Barbosa do CliqueMusic disse que o "radicalismo, claro, que ficam restritos (aparentemente) às letras." Ele elogiou as críticas sociais feitas, mas disse que "falta humor, ou quando o há, é sem graça" e qualificou os trocadilhos de "Mário" e "Se Liga Aí" como "tristes". Ele elogiou a música "Brasa" dizendo que nela "há emoção verdadeira". Ele finalizou dizendo que é "um álbum que dá aos fãs de Gabriel quase tudo o que eles esperam", mas que "faltaram algumas risadas e mais indignação - sonora, e não verbal."[7]
Faixas
Equipe técnica
A seguir estão listados os músicos e técnicos envolvidos na gravação e produção de Seja Você Mesmo (Mas Não Seja Sempre o Mesmo).[15][16]
Banda
Produção
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Capa
Rótulo
Referências
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