𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Maja squinado

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMaja squinado
santola
A face inferior de uma santola adulta.
A face inferior de uma santola adulta.
Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável Predefinição:Cat-artigo
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Subfilo: Crustacea
Classe: Malacostraca
Ordem: Decapoda
Infraordem: Brachyura
Família: Majidae
Género: Maja
Nome binomial
Maja squinado
(Herbst, 1788)
Sinónimos
  • Maja brachydactyla

Maja squinado (Herbst), conhecido pelo nome comum de santola ou pelo sinónomo taxonómico Maja brachydactyla, é uma espécie de caranguejo comestível pertencente à família Majidae de artrópodes decápodes. É uma espécie migradora, com uma área de distribuição que se estende das costas europeias do Atlântico nordeste até aos Açores e às costas do Mediterrâneo.[1] O epíteto específico squinado deriva do nome da espécie na língua provençal — "squinado", "esquinade", "esquinado" ou "esquinadoun" — já registado por Guillaume Rondelet em 1554[2].

Descrição

Caranguejo de carapaça cordiforme (em forma de coração) que na fase adulta mede cerca de 18 cm de comprimento e 20 cm de largura. A carapaça, de superfície irregular e em geral revestida por algas, apresenta numerosas protuberâncias e é recoberta por numerosos espinhos pouco desenvolvidos, com 6 espinhos mais longos sobre os bordos laterais. O rosto é formado por dois grandes espinhos divergentes. As fêmeas produzem até 4 desovas por ano[3].

Ecologia

O habitat da santola são os povoamentos de algas infralitorais, ocorrendo também no circalitoral.

Alimenta-se de uma grande variedade de organismos, com predominância para as macroalgas e os moluscos durante o Inverno e equinodermes como os ouriços-do-mar e os pepinos-do-mar durante o Verão[4].

As migrações geralmente ocorrem no Outono[5] com algumas santolas a percorrer distâncias superiores a 160 km ao longo de 8 meses[2].

Pescaria e conservação

As populações de M. squinado são objecto de uma pescaria comercial com capturas que ultrapassam as 5 000 toneladas por ano, mais de 70% das quais provenientes das costas da França, mais de 10% do Reino Unido, 6% das Ilhas do Canal, 3% da Espanha, 3% da Irlanda, 2% da Croácia, 1% de Portugal e o restante da Sérvia, Montenegro, Dinamarca e Marrocos[6], apesar dos números oficiais de captura serem duvidosos[1]. A União Europeia impõe um tamanho mínimo de captura de 120 mm para M. squinado [7] e algumas autoridades nacionais reguladoras das pescarias têm imposto restrições diversas, como a proibição de descarga de fêmeas com ovas em Espanha e o estabelecimento de períodos de defeso em França e nas Ilhas do Canal[1].

Como todos os caranguejos, a santola fica particularmente vulnerável à predação durante a fase de muda. Naquela fase a espécie torna-se gregária, presumivelmente como forma de defesa contra os predadores[8].

Uma revisão do complexo de espécies em torno de M. squinado conseguiu determinar a existência de diferenças entre espécimes do Mediterrâneo e do Atlântico, indiciando que as populações do litoral atlântico formam uma espécie separada, denominada Maja brachydactyla (Balss, 1922[9]).

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 Carl Meyer. «Maja squinado, the European Spider Crab: Biology and Fishery» 
  2. 2,0 2,1 Predefinição:Fr icon Le Foll, D. (1 de novembro de 1993). «Biology and fisheries of the spider crab Maja squinado (Herbst) in western English Channel» (PDF). Ph.D. thesis, Université de Bretagne Occidentale 
  3. L. Garcia–Florez & P. Fernandez–Rueda (2000). «Reproductive biology of spider crab females (Maja brachydactyla) off the coast of Asturias (north-west Spain)». Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom. 80 (6): 1071–1076. doi:10.1017/S0025315400003131 
  4. Bernardez, C., J. Freire & E. Gonzalez–Gurriaran, (2000). «Feeding of the spider crab Maja squinado in rocky subtidal areas of the Ria de Arousa (north-west Spain)». Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom. 80 (1): 95–102. doi:10.1017/S0025315499001605 
  5. E. Gonzalez–Gurriaran, J. Freire & C. Bernardez (2002). «Migratory patterns of female spider crabs Maja squinado detected using electronic tags and telemetry». Journal of Crustacean Biology. 22 (1): 91–97. doi:10.1651/0278-0372(2002)022[0091:MPOFSC]2.0.CO;2. Consultado em 6 de novembro de 2008. Arquivado do original em 14 de janeiro de 2007 
  6. «Global Capture Production 1950–2004». Food and Agriculture Organization. 9 de setembro de 2006 
  7. «Council Regulation (EEC) No 3094/86». Jornal Oficial da União Europeia. 7 de outubro de 1986 
  8. Sampedro, M. P. & E. Gonzalez–Gurriaran (2004). «Aggregating behaviour of the spider crab Maja squinado in shallow waters». Journal of Crustacean Biology. 24 (1): 168–177. doi:10.1651/C-2404 
  9. Neumann, V. (1998). «A review of the Maja squinado (Crustacea : Decapoda : Brachyura) species-complex with a key to the eastern Atlantic and Mediterranean species of the genus». Journal of Natural History. 32 (10–11): 1667–1684. doi:10.1080/00222939800771191 

Ligações externas

Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Maja squinado

Predefinição:Fauna protegida Açores Predefinição:Bases de dados taxonómicos Predefinição:Crustáceos comestíveis

talvez você goste