Salvia officinalis | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Salvia officinalis L. |
Salvia officinalis (nomes comuns sálvia, salva, erva-santa, sálvia-comum, sálvia-das-boticas, sálvia-rubra[1]) é uma pequena planta perene subarbustiva, com caules lenhosos, folhas acinzentadas, e flores azuis a violáceas. Faz parte da família das mentas, Lamiaceae. É nativa da região Mediterrânica e cultivada como erva aromática e medicinal ou como planta ornamental. O termo sálvia e nomes derivados são usados para várias espécies relacionadas ou não com esta.
Usos
Em algumas partes da Europa, especialmente nos Balcãs, a sálvia-comum é também cultivada para a destilação de um óleo essencial, apesar de outras espécies, como Salvia fruticosa, poderem ser conjuntamente colhidas e destiladas.
Culinária
Como erva aromática, a sálvia tem um sabor ligeiramente apimentado. Na cozinha Ocidental é usada para dar sabor a carnes gordas (especialmente em marinada), queijos, e algumas bebidas. Nos Estados Unidos, Reino Unido e Flandres, a sálvia é usada com cebola, em recheios de porco ou aves e também em molhos. Na cozinha francesa, a sálvia é usada para cozinhar carne branca e em sopas de vegetais. Os alemães usam-na frequentemente em pratos de salsichas. É também de uso comum na cozinha italiana. Nos Balcãs e no Médio Oriente, é usada em assados de borrego.
Medicinal
O nome latino para salvia, significa "curar". Apesar da eficácia da sálvia-comum ser discutível, tem sido recomendada ao longo do tempo para quase todas as enfermidades. As evidências modernas apoiam os seus efeitos como anidrótico, antibiótico, antifúngico, adstringente, anti-espasmódico, estrogénico, hipoglicémico e tónico.[2] Num ensaio duplo-cego, ao acaso controlado com placebo, concluiu-se que a sálvia era eficaz no controle de alguns estados de doença de Alzheimer.[3]
Os constituintes ativos mais fortes da sálvia encontram-se no seu óleo essencial, que contém eucaliptol, borneol e tujona. A folha de sálvia contém ácido tânico, ácido oleico, ácido ursónico, ácido ursólico, ácido fumárico, ácido clorogénico, ácido cafeico, niacina, nicotinamida, flavonas, glicosídeos flavonoides, e substâncias estrogénicas.[2]
É necessária precaução quando utilizada em conjunto com estimulantes ou depressores do sistema nervoso central.[2] A sálvia é usada como um nootrópico devido a suas propriedades como inibidor da acetilcolinesterase.
Saúde
De acordo com as pesquisas recentes da equipa de Peter Rogers da Universidade de Bristol[4] os pesquisadores concluíram que o extracto de salvia podem aumentar a performance cognitiva, com resultados superiores aos do café.
História
A Salvia officinalis é usada desde tempos antigos para afastar o mal, para tratar mordeduras de cobra, aumentar a fertilidade feminina, e mais. Provavelmente foi introduzida na Europa a partir do Egito pelos romanos, como planta medicinal.[5] Teofrasto escreveu sobre duas sálvias diferentes, um subarbusto a que chamou sphakos, e uma planta cultivada semelhante a que chamou elelisphakos. Plínio, o Velho disse que a última delas era chamada "salvia" pelos romanos, e usada como diurético, anestésico local para a pele, hemostático, entre outros usos. Carlos Magno recomendava o cultivo desta planta na Idade Média e durante o Império Carolíngio era cultivada nos jardins dos mosteiros.[5] Valfrido Estrabo descreveu-a no seu poema Hortulus como tendo um aroma doce e como sendo útil em muitas enfermidades humanas - regressando à raiz grega do nome chamou-lhe Lelifragus.[6]
A planta tinha uma grande reputação durante a Idade Média, com muitos provérbios referindo-se às suas propriedades curativas e valor.[7] Era por vezes chamada S. salvatrix (Salva a salvadora), e era um dos ingredientes do vinagre dos quatro ladrões, uma mistura de ervas que supostamente protegia da peste. Dioscórides, Plínio, e Galeno todos recomendavam a sálvia como diurético, hemostático, emenagogo e tónico.[6]
Cultivares
Existem vários cultivares, a maioria dos quais cultivados como ornamentais, incluindo:
Efeitos
Positivo
- Mudança radical de perspectiva e percepção
- Aumento da atividade sensual
- Introspecção introspectiva
- Poderosos recursos visuais de olhos abertos / fechados
- Mudança de consciência
Neutro
- Dissociação
- Transpiração
Negativo
- Disforia
- Ataxia
- Tontura
- Amnésia
- Náusea
Referências
- ↑ No Brasil é usada a forma sálvia
- ↑ 2,0 2,1 2,2 «Sage». OBeWise Nutriceutica. Applied Health. Consultado em 4 de fevereiro de 2008
- ↑ Akhondzadeh S, Noroozian M, Mohammadi M, Ohadinia S, Jamshidi AH, Khani M. (2003). «Salvia officinalis extract in the treatment of patients with mild to moderate Alzheimer's disease: a double blind, randomized and placebo-controlled trial». J Clin Pharm Ther. 28 (1): 53–9. PMID 12605619. doi:10.1046/j.1365-2710.2003.00463.x
- ↑ Mosley, Michael. «Unexpected ways to wake up your brain». bbc.co.uk. BBC. Consultado em 30 de outubro de 2014
- ↑ 5,0 5,1 Watters, L. L. (1901). An Analytical Investigation of Garden Sage (Salvia officinalis, Linne). [S.l.]: Columbia University
- ↑ 6,0 6,1 Kintzios, Spiridon E. (2000). Sage: The Genus Salvia. [S.l.]: CRC Press. pp. 10–11. ISBN 9789058230058
- ↑ Num manuscrito anglo-saxónico escreveu-se "Porque o homem tem que morrer se tem a salva?" Kintzios, p. 10
Fontes
- The Herb Society of America New Encyclopedia of Herbs & Their Uses, Deni Bown (New York: DK, 2001)
Ligações externas
- «USDA Plants Profile» (em English)
- «Medicinal use: from appliedhealth.com» (em English)
- «Medicinal use, modern and historical: from botanical.com» (em English)