Robert Faurisson | |
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Robert Faurisson (Shepperton, Surrey, 25 de janeiro de 1929[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] - Vichy, 21 de outubro de 2018[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]][1][2] ) foi um professor universitário e ensaísta francês que se notabilizou por negar o genocídio de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Em seus estudos, buscou provar a impossibilidade técnica da existência de câmaras de gás junto a fornos crematórios, nos campos de concentração - que ele considerava serem campos de trabalho. Faurisson foi a primeira pessoa a ser condenada com base na Lei Gayssot (1990), que proibiu a contestação dos crimes contra a Humanidade definidos pelo Tribunal de Nuremberg, em 1946. [3][4][5]
Biografia
Nascido Robert-Faurisson Aitken, no condado de Surrey, Reino Unido, de pai francês, empregado da Compagnie des courieries maritimes, e mãe escocesa, tinha nacionalidade britânica [6][7] e francesa.[8] Tinha três irmãos e três irmãs.[9]
Durante sua infância, a família viveu em várias cidades, segundo as necessidades do trabalho do pai - Saigon, Singapura, Kobe, Shanghai - até 1936, quando retorna à metrópole. A partir de então, o menino inicia seus estudos no Petit Séminaire, de Versailles, prosseguindo no Collège de Provence, em Marselha, e, depois, no Lycée Henri IV, em Paris, onde foi colega de Pierre Vidal-Naquet.[10] Em seguida, faz seus estudos de letras clássicas na Sorbonne.
Carreira acadêmica
Em 1961, Robert Faurisson publicou na revista Bizarre, editada por Jean-Jacques Pauvert, um estudo iconoclasta da obra de Arthur Rimbaud, sob o título A-t-on LU Rimbaud?.[11][12] Em sua primeira edição, o texto é assinado apenas pelas iniciais RF, denotando seu desejo de manter o anonimato. [13]
De 1969 a 1973, torna-se professor, primeiramente adjunto e depois titular, de literatura francesa, na Universidade Paris III (Sorbonne Nouvelle).[14] De 1973 a 1990 será professor de literatura contemporânea na Universidade de Lyon II.[15]
Faurisson aparece para o público em geral através de um primeiro artigo, publicado pelo jornal Le Matin de Paris, em 1º de novembro 1978, [16] mas, principalmente, após a publicação de um artigo no jornal diário Le Monde, intitulado "Le Problème des chambres à gaz, ou la rumeur d'Auschwitz", em 29 de Dezembro de 1978. Essa publicação é seguida de uma refutação do historiador Georges Wellers, intitulada "Abondance of Evidence" e, no dia seguinte, de um artigo da historiadora Olga Wormser, sobre a história da Shoah e, ainda, um segundo artigo, escrito por Maurice Bernadet, presidente da Universidade Lyon II, condenando os comentários do professor, mas admitindo que, sem uma comprovação formal de má conduta profissional, a instituição nada poderia fazer contra ele.[17] Na sequência, Faurisson será alvo de inquérito administrativo[18], cujas conclusões, em dezembro de 1978, recomendavam sua transferência, Citação: sem que parecesse ser uma medida disciplinar motivada por Citação: delito de opinião [19] Posteriormente, Faurisson declarou que não podia ministrar suas aulas devido a ameaças à sua pessoa.[20][21]. Em outubro de 1979, Faurisson é designado para trabalhar em educação a distância [22] Em 1990, é transferido, contra a sua vontade, para o Centro Nacional de Ensino a Distância, e privado de sua posição na Universidade, embora permanecesse formalmente ligado a Lyon II, como professor titular de sua cadeira, até se aposentar, em janeiro de 1995.[23]
Negacionismo do holocausto
Robert Faurisson tornou-se conhecido do grande público em janeiro de 1979 com a publicação de um texto enviado por ele ao jornal Le Monde, intitulado "O Problema das câmaras de gás, ou o rumor de Auschwitz".[24]
"Até 1960, eu acreditei na realidade desses massacres gigantescos nas câmaras de gás. Então, depois de ler Paul Rassinier, um velho exilado e autor de Mensonge d'Ulisses, comecei a ter dúvidas. Depois de quatorze anos de reflexões pessoais, depois de quatro anos de intensa investigação, convenci-me, como vinte outros autores revisionistas, que me encontrava diante de uma mentira histórica."Para Faurisson, "Hitler nunca ordenou (nem permitiu) que alguém fosse morto por causa de sua raça ou religião". Qualificava "as pretensas câmaras de gás"e"o pretenso genocídio" como mentiras, em benefício "de uma gigantesca escroqueria político-financeira do Estado de Israel."
Faurisson contestava o adjetivo "negacionista", preferindo o termo "revisionista".[25] Foi condenado várias vezes pela justiça francesa, notadamente por "incitação ao ódio racial" e por "contestação de crime contra a humanidade" - nesse útlimo caso, em virtude da lei Gayssot, de 13 de julho de 1990.[26]
Publicações
- A-t-on LU Rimbaud ?, Bizarre, n21-22, 1961.
- A-t-on bien lu Lautréamont ?, Gallimard, 1972.
- Mémoire en défense contre ceux qui m'accusent de falsifier l’histoire, La Vieille Taupe, 1980.
- Le journal d'Anne Frank est-il authentique?, 1980.
- Réponse à Pierre Vidal-Naquet, La Vieille Taupe, 1982.
- « Chronique sèche de l'Épuration – Exécutions sommaires dans quelques communes de Charente limousine », Revue d'Histoire révisionniste, n° 4, février-avril 1991.
- Réponse à Jean-Claude Pressac, Association des anciens amateurs de récits de guerre et d'holocauste, 1993
- Écrits révisionnistes (1974-1998), 4 volumes, Édition privée hors commerce, 1999.
- Het « Dagboek » van Anne Frank : een kritische benadering, em colaboração com Siegfried Verbeke.
Referências
- ↑ «Le négationniste Robert Faurisson est mort». Le Figaro. 22 de outubro de 2018. Consultado em 22 de outubro de 2018
- ↑ Robert Faurisson est mort. Por Alexandre Boudet. Huffington Post, 22 de outubro de 2018.
- ↑ Professor francês que promovia negação do Holocausto morre aos 89 anos. O Globo/ AFP, 22 de outubro de 2018.
- ↑ Charny, Israel W. (1999). Encyclopedia of Genocide. Santa Barbara, California: ABC-CLIO. p. 182. ISBN 9780874369281
- ↑ Levy, Richard S. (2005). Antisemitism: a historical encyclopedia of prejudice and persecution. Santa Barbara, California: ABC-CLIO. p. 225. ISBN 9781851094448
- ↑ «Panet Faurisson. Entre la plume et l'enclume». www.plumenclume.net. Consultado em 16 de março de 2019. Arquivado do original em 25 de setembro de 2009
- ↑ «Panet Faurisson. Entre la plume et l'enclume (parte II)». www.plumenclume.net. Consultado em 16 de março de 2019. Arquivado do original em 25 de setembro de 2009
- ↑ «La double-nationalité». France-Diplomatie
- ↑ Predefinição:Harvsp.
- ↑ Pierre Vidal-Naquet, « Mes affaires Dreyfus », 24 de janeiro de 2006.
- ↑ Robert Faurisson, Preface to the re-edition of "A-t-on lu Rimbaud ?", re-edited (first edition 1962) by La Vieille Taupe, Paris, February 1991, p. 7-10.
- ↑ «Bizarre, nº 21-22 A-t-on LU Rimbaud ? : ArtWorldBooks». web.archive.org. Cópia arquivada em 31 de dezembro de 2008
- ↑ Valérie Igounet, Robert Faurisson. Portrait d'un négationniste, Paris, 2012, p. 78. (ISBN 978-2207259986)
- ↑ Valérie Igounet. « Révisionnisme » et négationnisme au sein de l'extrême droite française. Négationnistes : les chiffonniers de l'histoire. Syllepse/Golias, 1997.
- ↑ «Rapport Rousso Lyon III» (PDF). pt.scribd.com
- ↑ "Les chambres à gaz, ça n'existe pas ", Le Matin de Paris, 1º de novembro 1978. Escrito por Claude Régent, na sequência de uma entrevista abortada com Faurisson, o artigo é acompanhado de uma entrevista com Maurice Bernardet, presidente da Universidade Lyon II. Ver Predefinição:Harvsp.
- ↑ Predefinição:Harvsp.
- ↑ O inquérito administrativo foi solicitado pela Ministra das Universidades, Alice Saunier-Seïté, logo após a publicação do artigo do Matin de Paris e a interpelação da Ministra sobre o assunto, na Assembleia Nacional, pelo Deputado Pierre Sudreau. O inquérito foi conduzido pelo Reitor Marius-François Guyard. Os cursos de Robert Faurisson foram suspensos, como medida cautelar, durante o inquérito. O relatório do Reitor foi entregue em 4 de dezembro de 1978. Ver Predefinição:Harvsp.
- ↑ Predefinição:Harvsp.
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- ↑ Predefinição:Harvsp.
- ↑ « Le problème des chambres à gaz (a) » ou « la rumeur d’Auschwitz ». Por Robert Faurisson. Transcrição do original publicado em Le Monde, 29 de dezembro de 1978.
- ↑ «Revisionismo o negazionismo? Intervista a Robert Faurisson, Giovanna Canzano». www.ariannaeditrice.it
- ↑ Predefinição:Lien web.
Bibliografia
- Jacqueline Authier-Revuz et Lydia Romeu, « La place de l'autre dans un discours de falsification de l'histoire. À propos d'un texte niant le génocide juif sous le IIIe Reich », Mots, nº 8 « L'Autre, l'Étranger, présence et exclusion dans le discours », março de 1998, p. 53-70
- Florent Brayard (pref. Pierre Vidal-Naquet), Comment l'idée vint à M. Rassinier : naissance du révisionnisme, Paris, Fayard, coll. « Pour une histoire du xxe siècle », 1996, 464 p. ISBN 2-213-59507-0 (Apresentação)
- Pierre Bridonneau, Oui, il faut parler des négationnistes : Roques, Faurisson, Garaudy et les autres, Paris, Éditions du Cerf, 1997, 117 p. ISBN 2-204-05600-6
- Conseil Lyonnais pour le respect des droits, « Rapport sur le négationnisme et le racisme à Lyon 3 » , respect-des-droits.org, junho de 2002
- Nadine Fresco, « Les redresseurs de morts. Chambres à gaz : la bonne nouvelle. Comment on révise l'histoire », Les Temps Modernes, nº 297, junho de 1980.
- Nadine Fresco, « Parcours du ressentiment », Lignes, nº 2, 1988
- Nadine Fresco, « Négationnisme », Encyclopædia Universalis, 2004
- Thomas Hochmann, « Faurisson, « falsificateur de la jurisprudence » ? », Droit et cultures, nº 61, 2011
- Valérie Igounet, « Révisionnisme » et négationnisme au sein de l'extrême droite française », in Alain Bihr, Guido Caldiron, Emmanuel Chavaneau et al., Négationnistes : les chiffonniers de l'histoire, Villeurbanne / Paris, Golias / Éditions Syllepse, 1997, 234 p. ISBN 2-911453-18-2 et 2-907993-46-1
- Valérie Igounet, « Robert Faurisson, « historien » officiel de l'Iran ? », huffingtonpost.fr, 29 de fevereiro de 2012
- Valérie Igounet, Histoire du négationnisme en France, Paris, 2000, 691 p. ISBN 978-2020354929
- Valérie Igounet, Le cas Faurisson : itinéraire d'un négationniste, L'histoire, nº 238, dezembro de 1999.
- Valérie Igounet, « Les mensonges de Robert Faurisson », L'Histoire, nº 375, 2012, p. 30
- Valérie Igounet, Robert Faurisson. Portrait d'un négationniste, Paris, 2012, 464 p. ISBN 978-2207259986
- Henry Rousso, « Le Dossier Lyon III : rapport sur le racisme et le négationnisme à l'université Jean-Moulin » , education.gouv.fr, setembro de 2004
- Henry Rousso, « Le négationnisme est une parole de haine », L'histoire, nº 294, 2004, p. 58
- Henry Rousso, « Les racines politiques et culturelles du négationnisme en France, 2006
- Jean Stengers, « Quelques libres propos sur Faurisson, Roques et Cie », Revue belge de philologie et d'histoire, vol. 82, 2004, p. 487-511
- Pierre-André Taguieff, Court traité de complotologie, Fayard/Mille et une nuits, 2013, 167 p. ISBN 9782842057503
- Pierre Vidal-Naquet, Les Assassins de la mémoire : Un Eichmann de papier » et autres essais sur le révisionnisme, Paris, La Découverte, 1987, 227 p. ISBN 2-7071-4545-9
- Annette Wieviorka, « Le négationniste et la chambre à gaz », L'histoire, nº 331, 2008, p. 16
- Joseph Gabel, « Réflexions sur l'affaire Faurisson », L'Homme et la société : revue internationale de recherches et de synthèses sociologiques, nº 71-72, janeiro-junho de 1984, p. 81-97
Ligações externas
- Un Homme(Um homem) documentário do historiador Paul-Éric Blanrue (em francês,com legendas em inglês)
- Blog de Faurisson (em francês e inglês)
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