Predefinição:Automatic taxobox Ranunculaceae (Latim ‘’rānunculus’’ “pequena rã”, pelo hábito anfíbio de muitas espécies deste grupo) é uma família de plantas pertencente ao grupo das Angiospermas (plantas com flor - Divisão Magnoliophyta), pertencente à ordem Ranunculales.[1] Segundo o APG IV (2016), a ordem Ranunculales está no grande clado das Eudicotiledôneas e é grupo irmão de todas as demais ordens pertencentes a este clado.[2] Dentro de Ranunculales, Eupteleaceae é grupo irmão de papaveraceae e de todas as outras famílias de Ranunculales, denominadas Ranunculales nucleares (Berberidaceae, Circaeasteraceae, Lardizabalaceae, Menispermaceae, e Ranunculaceae). Dentro deste grande clado das Ranunculales nucleares, Ranunculaceae é grupo irmão de Berberidaceae.[3] As plantas desta família têm importância farmacêutica e médica, além de possuírem complexos compostos químicos, que representam importantes características taxonômicas.[4]
Morfologia
Ranunculaceae consiste de plantas terrestres ou aquáticas, arbustivas, herbáceas ou lianas perenes ou anuais. Suas folhas são espiralas, simples ou compostas, estipuladas ou não. A inflorescência é um cimo ou uma flor solitária. Suas flores são bissexuais, raramente unissexuais, actinomórficas ou zigomórficas, hipoginais.[1]
O perianto é diclamídeo, com hipanto ausente. O cálice é aposépalo, com 5 a 8 partes, geralmente petalóide. A corola é apopétala, com poucas a muitas partes (raramente 0). Seus estames são livres, múltiplos, espiralados ou raramente verticilados. Suas anteras tem deiscência longitudinal, tetrasporangiadas e com duas tecas. O gineceu é apocárpico (raramente sincárpico), usualmente com 1 ou poucos pistilos/carpelos, multilocular e com ovário súpero. A placentação é marginal, apical ou basal e axilar nos grupos sincárpicos.
Seu fruto é do tipo aquênio, baga ou agregado de foliculos. A polinização é geralmente por insetos ou pelo vento.[1]
Distribuição
Ranunculales possui distribuição cosmopolita, com cerca de 65 gêneros e 2,377 espécies. No Brasil, ocorrem cerca de 4 gêneros com 19 espécies, sendo 6 endêmicas. A maior parte das espécies está concentrada no Sul e Sudeste do país, porém são também encontradas na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata-Atlântica, Pampa e Pantanal. Podem se desenvolver em formações vegetais como campos de altitude, campo limpo, floresta ciliar, floresta de terra firme, floresta estacional semidecidual, floresta pluvial, vegetação aquática e até em áreas antrópicas.
Encontram-se representantes nas 5 regiões do país:
- Norte (Acre, Amazonas, Pará, Roraima)
- Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe)
- Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso)
- Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo)
- Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina)[5]
Importância econômica
Muitas plantas desta família são usadas para ornamentação, como a anemone-do-Japão (Anemone japonica), a columbina (Aquilegia vulgais), os clemantis (Clematis spp.), a esporinha (Consolida ajacis), a esporinha-gigante (Delphinium elatum) e a celidônia (Ranunculus ficaria). Também são utilizadas na medicina, como a Hydrastis canadensis, e na culinária, em que as sementes de Nigella sativa são usadas como especiaria na culinária indiana e do Oriente-médio.[6]
Gêneros
- Aconitum
- Actaea
- Adonis
- Anemoclema
- Anemone
- Anemonella
- Anemonidium
- Anemonoides
- Anemonopsis
- Aquilegia
- Arcteranthis
- Asteropyrum
- Barneoudia
- Batrachium
- Beckwithia
- Beesia
- Calathodes
- Callianthemoides
- Callianthemum
- Caltha
- Ceratocephala
- Ceratocephalus
- Cimicifuga
- Clemantis
- Consolida
- Coptidium
- Coptis
- Cyrtorhyncha
- Delphinium
- Dichocarpum
- Enemion
- Eranthis
- Ficaria
- Glaucidium
- Halerpestes
- Hamadryas
- Helleborus
- Hepatica
- Hydrastis
- Isopyrum
- Knowltonia
- Krapfia
- Laccopetalum
- Leptopyrum
- Leucocoma
- Metanemone
- Miyakea
- Myosurus
- Naravelia
- Nigella
- Oreithales
- Oxygraphis
- Paraquilegia
- Peltocalathos
- Psychrophila
- Pulsatilla
- Ranunculus
- Semiaquilegia
- Shibaterantis
- Thalictrum
- Trautvetteria
- Trollius
- Urophysa
- Viorna
- Xanthorhiza.
Na classificação taxonômica de Jussieu (1789), Ranunculaceae é o nome de uma ordem botânica da classe Dicotyledones, Monoclinae (flores hermafroditas ), Polypetalae ( corola com duas ou mais pétalas) e estames hipogínicos (quando os estames estão inseridos abaixo do nível do ovário). Esta ordem no Sistema de Jussieu apresenta 24 gêneros.[7]
Ver também
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Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 Simpson, M.G. 2010. Plant Systematics. Ed. 2. Elsevier, Amsterdam.
- ↑ APG 2016. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181, 1–20. DOI: 10.1111/boj.12385.
- ↑ Kim et al. 2004. Phylogenetic relationship among early-diverging eudicots based on four genes: were the eudicots ancestrally woody?. Molecular Phylogenetics and Evolution 31, p. 16-30
- ↑ Cai et al. 2009. Molecular phylogeny of Ranunculaceae based on internal transcribed spacer sequences. African Journal of Biotechnology Vol. 8 (20), p. 5215-5224
- ↑ Ranunculaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB204>. Acesso em: 22 Jan. 2017
- ↑ TURNER, NJ. Counter-irritant and other medicinal uses of plants in ranunculaceae by native peoples in british columbia and neighbouring areas. Journal of Ethnopharmacology, Volume 11, Issue 2, July 1984, Pages 181-201, ISSN 0378-8741. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/0378874184900382>
- ↑ Jussieu, Antoine Laurent de (1 de janeiro de 1789). Genera plantarum: secundum ordines naturales disposita, juxta methodum in Horto Regio Parisiensi exaratam, anno M. DCC. LXXIV. (em Latina). [S.l.]: Apud Viduam Herissant, typographum ... et Teophilum Barrois