O Princípio de Fermat, em ótica é um princípio do tipo extremo e estabelece que: Predefinição:Cita
Este enunciado não é completo e não cobre todos os casos, mas existe uma forma moderna do Princípio de Fermat que diz: Predefinição:Cita Isso que dizer que, se expressarmos o trajeto percorrido pela luz entre dois pontos e por meio de uma função chamada caminho ótico definida como a trajetória real da luz seguirá um caminho extremo a respeito desta função:
A característica importante como diz o enunciado, é que as trajetos próximos ao "verdadeiro" requerem tempos aproximadamente iguais. Desta forma, o Princípio de Fermat lembra o Princípio de Hamilton e as Equações de Euler-Lagrange.
Vejamos alguns exemplos da aplicação do princípio para deduzir as leis da Ótica Geométrica.[1]
Equação da trajetória de um raio luminoso
A equação da trajetória de um raio luminoso real em um sistema ótico é:
e se deduz a partir do Princípio de Fermat.
Aplicando o princípio de Fermat, toda variação sobre uma trajetória de um raio luminoso real deve ser nula. Portanto;
- =
Quando a variação sobre os extremos não existe resta que:
portanto o integrando deve se anular e resta a equação da trajetória.[2]
A interpretação da equação é importante. A trajetória permanece no plano e ele que varia o índice de refração . Isso pode ser observado escrevendo a equação em termos dos vetores unitários e :
sendo o raio da circunferência osculatriz no ponto à trajetória.[1]
Lei da reflexão
Se supormos que um raio de luz sai do ponto A em direção a uma superfície plana, que suponhamos seja refletora, e viaja até um ponto B. Qual será a trajetória seguida pela luz? Neste caso a luz viaja durante todo o caminho pelo mesmo meio, com o mesmo índice de refração e, portanto, com a mesma velocidade. Assim, o tempo necessário para percorrer o caminho entre A e B (passando pela superfície P) será a distância APB dividida pela velocidade da luz no meio. Como a velocidade é uma constante, a trajetória real, que segue o Princípio de Fermat, será a mais curta.[3]
Lei da refração
Com o Princípio de Fermat se pode deduzir a Lei de Snell, que afirma que o produto do índice de refração do primeiro meio de propagação com o seno do ângulo de incidência é equivalente ao produto do índice de propagação do segundo meio com o seno do ângulo refratado.[4]
Ao apresentar o fenômeno analiticamente, em um plano cartesiano:
Seja um meio de propagação com índice de refração e um segundo meio de propagação com índice de refração tais que situamos a superfície que separa os dois meios de modo que coincida com o eixo das abcissas.
Sejam e dois pontos fixos situados do plano, de modo que A está situado no primeiro meio, e B no segundo meio.
Seja um raio de luz que se propaga de A a B atravessando a superfície que separa os dois meios no ponto .
O seguinte passo é deduzir o tempo que demora o raio para percorrer e .
Sejam e as velocidades de propagação da luz no primeiro e segundo meio respectivamente.
;
Se buscarmos o valor de quando é mínimo, é equivalente ao encontramos o valor de para o qual a função derivada de assume valor 0.
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Explicações sobre o princípio de Fermat e suas aplicações podem ser encontradas em "Feynman, Richard. The Feynman Lectures on Physics, Vol. 1"
- ↑ Roger Erb: Geometrische Optik mit dem Fermat-Prinzip. In: Physik in der Schule. 30, Nr. 9, 1992, S. 291–295
- ↑ Arthur Schuster, An Introduction to the Theory of Optics, London: Edward Arnold, 1904 online
- ↑ Florian Scheck. Theoretische Physik 3. Klassische Feldtheorie. Kapitel 4.4 Geometrische Optik, 4.4.3 Medien mit negativem Brechungsindex. [S.l.: s.n.] ISBN 3540422765
- ↑ Ariel Lipson, Stephen G. Lipson, Henry Lipson, Optical Physics 4th Edition, Cambridge University Press, ISBN 978-0-521-49345-1