Predefinição:Info/Toponímia de São Paulo A Praça da República, originalmente conhecida como Largo dos Curros, é um dos mais tradicionais logradouros da cidade de São Paulo. Localizada no centro da cidade, a praça é visitada diariamente por turistas e habitantes da cidade. A grande frequência é explicada pela proximidade com avenidas importantes, como a Ipiranga e a São João, ruas comerciais, como a Sete de Abril e Barão de Itapetininga, além de alguns dos principais pontos turísticos da metrópole, como o Theatro Municipal, Viaduto do Chá e o Edifício Copan.[1]
Tem como afluentes as ruas Araújo, Marquês de Itu, do Arouche, Joaquim Gustavo, Pedro Américo, Timbiras, Vinte e Quatro de Maio, Basílio da Gama e as já citadas Barão de Itapetininga e Sete de Abril, além das avenidas Vieira de Carvalho, Ipiranga e São Luís.
Oscar Niemeyer, um dos grandes e renomados arquitetos brasileiros, implementou um prédio que se localiza nesta praça.[2]
História
Conhecida antigamente como Largo dos Curros, era ali que os paulistanos do século XIX assistiam a rodeios e touradas. Nessa época, como era uma área desvalorizada e afastada da região central, a cidade mantinha no local um hospício e um hospital para portadores de varíola.[3] Posteriormente, foi chamada de Largo da Palha, Praça das Milícias e Largo 7 de Abril.[4] Com a Proclamação da República, em 1889, a praça passou a se chamar 15 de Novembro e, finalmente, Praça da República.[5]
A praça ganhou importância com a construção do Viaduto do Chá, que tinha o objetivo de fazer um elo entre o chamado "centro velho" e o "centro novo" e permitiu à área ser devidamente urbanizada. Em 1894, foi escolhida como o endereço da Escola Normal Caetano de Campos, edifício planejado por Antônio Francisco de Paula Sousa e Ramos Azevedo, que atualmente é a sede da Secretaria Estadual da Educação.[5] Logo no começo do século XX, veio a primeira reforma, que, inspirada em praças europeias, trouxe as pontes e lagos, deixando o lugar mais parecido com sua forma atual.[6]
A praça foi palco de manifestações importantes da história nacional notadamente com a eclosão da Revolução Constitucionalista de 1932, no dia 23 de maio, ao manifestarem-se os paulistas contra a ditadura Vargas, frente à sede do partido governista (era o Partido Popular Paulista, ex-Legião Revolucionária, fundado pelos asseclas da ditadura), na Rua Barão de Itapetininga, esquina da Praça da República. Foram recebidos à bala, morrendo os estudantes Euclides Bueno Miragaia, Mário Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Souza, e Antônio Américo Camargo de Andrade, os mártires do movimento em prol da Constituição.
Defronte dos seus limites, manteve, na década de 1920, o Cine República, inaugurado em 1921 para ser a sala de cinema da aristocracia paulistana.[7] O terreno onde ficava o "República" tornou-se, mais tarde, um grande estacionamento.[8]
Desde fins dos anos 1960, a praça passou a ser um ponto de encontro de hippies que constituíram no local, de forma espontânea, a conhecida feira de artesanatos. Aos poucos, a feira transformou-se em grande atração, seja para turistas, seja para paulistanos. Entre 2005 e 2006, o prefeito José Serra (PSDB) tentou encerrar a feira, porém, o evento persiste até os dias atuais como destino obrigatório para os que visitam São Paulo.
Abriga o Edifício Esther, o Edifício São Tomás, com requintados apartamentos de quatrocentos metros quadrados, o Edifício Eiffel, projetado por Oscar Niemeyer, e o Edifício São Luiz, projetado no estilo neoclássico francês, pelo arquiteto francês Jacques Pilon, em 1944, com abrigo antiaéreo utilizado posteriormente como garagem.[9]
Por abrigar a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, sediada no belíssimo edifício Caetano de Campos, desde os anos 90, a Praça tornou-se ponto de manifestações, de estudantes e profissionais da educação, contra a precarização da educação pública na rede estadual de ensino.
Cultura e lazer
O lugar é uma opção de lazer por si só. É uma das únicas áreas verdes do centro de São Paulo, o que, junto com pontes e chafarizes, torna a praça uma ótima área de convivência e descanso. Pela proximidade com o Largo do Arouche, o ponto também é conhecido por ser uma região gay, e desde 2012 abriga o Museu da Diversidade Sexual, que recebe todos os anos milhares de visitantes que buscam conhecer o patrimônio cultural da comunidade LGBT.[10] Juntamente com a rua Augusta, a República é cheia de bares e restaurantes que dão gás à vida noturna do centro.
De dia, diversos artesãos vendem suas artes espalhados pela praça, mas é aos domingos[2] que acontece a feirinha da Praça da República, com mais de seiscentas barracas vendendo suas artes e artesanatos oriundos como roupas, objetos de decoração, brinquedos, bijuterias, incluindo também comidas típicas de cada região e de várias localidades do país, principalmente dos estados do Norte e Nordeste, e também de países vizinhos, como o Peru.[5]
A feira teve sua primeira edição em novembro de 1956, quando o filatelista J. L. Barros Pimentel iniciou no local uma feira de selos. Posteriormente, tornou-se um ponto de comércio tradicional dos hippies. Além das opções de arte, os frequentadores também contam com muitas opções de alimentação nos dias de Feira.[5]
Transporte
A região da Praça da República é bem alimentada pelo transporte público. A estação de metrô República, da Linha 3-Vermelha, existe desde 1982. A partir de 2011, a parada virou uma estação de integração com a Linha 4-Amarela, tornando-se uma das mais movimentadas da cidade.
Há também inúmeras linhas de ônibus que chegam e partem do lugar para diversos outros pontos da cidade.
Referências
- ↑ «Praça da República». www.cidadedesaopaulo.com. Consultado em 13 de setembro de 2016
- ↑ 2,0 2,1 «Praça da República». www.cidadedesaopaulo.com (em português). Consultado em 23 de abril de 2017
- ↑ Ruas de São Paulo no século XIX - Circos, toradas e varíola Folha de S.Paulo
- ↑ Toledo, Benedito Lima de. São Paulo, Três Cidades em um Século Cosac Naify Edições, 2007. ISBN 8575036483, 9788575036488.
- ↑ 5,0 5,1 5,2 5,3 Praça da República - Pontos turísticos, cidadedesaopaulo.com (visitado em 14-6-2010).
- ↑ «Praça da República: A Praça Que Cresceu Com A Cidade» (em português). 14 de maio de 2014. Consultado em 13 de setembro de 2016
- ↑ Um cinema para a aristrocracia Arquivado em 8 de dezembro de 2012, no Wayback Machine. Almanack Paulistano — acessado em 28 de setembro de 2010
- ↑ Antigo C. República WikiMapia — acessado em 28 de setembro de 2010
- ↑ Edifícios históricos
- ↑ «Quem Somos | Museu da Diversidade Sexual» (em português). Consultado em 13 de setembro de 2016
Ligações externas
- PIRES, Mário Jorge: Sobrados e Barões da Velha São Paulo. Ed.Manole, 2006
- «Monumentos de São Paulo-Praça da República»
- «A Revolução Constitucionalista de 1932» (PDF)
- «Praça da República»
- «Edifício Esther»