Predefinição:DistinguishPredefinição:Orientação SexualPomossexual é utilizado para descrever indivíduos que evitam classificar a sua orientação sexual através de um rótulo específico como hetero, homo ou bissexual, sendo assim rejeitam uma identidade sexual.[1] É uma palavra-valise dos termos pomo - uma abreviação de pós-modernismo - e sexual, sendo assim um neologismo. Não deve ser confundido com a assexualidade, uma orientação sexual caracterizada pela atração sexual por nenhum sexo ou gênero.[2]
Etimologia
Pomossexualidade é formada ao se adicionar o prefixo pomo- (estenografia para pós-moderno) para o adjetivo -sexual, e é utilizado em referência a si próprio como um protesto contra rótulos pré-estabelecidos.[3]
Origem
Carol Queen e Lawrence Schimel, editores e escritores ativistas do sexo-positivo, popularizaram o termo, ao utilizá-lo como título de uma antologia de dissertações publicada em 1997. Nela, eles descrevem pomossexualidade como a realidade do "erótica" além das limitações do gênero, do separatismo, e do essencialismo das noções de orientação sexual." Na introdução eles afirmam,
“ | Nós não propomos que 'pomossexual' substitua GLBT&S. Nós não estamos interessados em adicionar ainda outro nome novo à enorme quantidade que nós já temos, embora nós reconheçamos a utilidade de possuir um nome pelo qual todos GLBT&Ss possam ser chamados. 'Pomossexual' faz referência a homossexualidade ao mesmo tempo em que descreve os exteriores à comunidade, os queers queer, que parecem não conseguir ficar parados em uma só identidade simples e agradável. Nós cunhamos o termo para situar o este livro e suas dissertações em conjunto e na relação à comunidade GLBT&S. Ele é em todos aspectos um artefato de, e de várias maneiras uma repercussão para, esta comunidade--ou mais, para determinados pressupostos mantidos amplamente com e/ou sobre ele, pressupostos essencialistas sobre o que significa ser queer. Nós reagimos contra estes pressupostos, do mesmo modo que o pós-modernismo da arte foi uma reação contra o Modernismo".[4] | ” |
O andrologista Sudhakar Krishnamurthy afirmou que ele sentia isso mais como um rótulo de modismo ou estilo de vida; ele afirma "Agora é moderno pertencer a uma nova categoria. Até onde a pomossexualidade vai, a moda é não acreditar em nenhuma das comportamentalizações".[3]
Uso
Pomossexuais, ao se desvencilharem do estruturalismo identitário, podem ter seu desejo sexual mais ligado a alguma fantasia, fetiche ou outra prática sexual não convencionais, conhecida como kink, do que a algum gênero ou sexo, podendo assim um indivíduo determinar sua sexualidade como indefinida ou incerta perante os rótulos pré-estabelecidos.[6][7]
Há também, pessoas com uma atração complexa ou fluida demais para defini-la em termos de afeto sexual, qualificando sua condição como uma não-orientação sexual. Alguns são apáticos ou indiferentes ao sexo, podendo entrar na área cinza do espectro assexual. Muitos não conseguem distinguir se o que sentem é atrações a um só gênero, múltiplos gêneros ou nenhum.[carece de fontes]
As categorias identitárias podem nunca contemplarem ou descreverem totalmente como um pomossexual realmente é, dentro de sua individualidade. Há também aqueles que usam a neurossexualidade, permutando-a com a pomo-, de forma a descrever a neurodiversidade como um fator importante e influente para sua condição e categorização.[8][9][10]
Pós-sexualidades, como tecnossexuais, ecossexuais e sapiossexuais, também já foram enquadradas na pomossexualidade durante a história, como formas contemporâneas, pós-modernas ou pós-estruturais de sexualidade.[11][12][13] Há também a visão pós-colonial e decolonial das pessoas queers de cor.[14] As interpretações, para a variação e indefinição do pomossexual, podem se dar através da descolonização e desconstrução do dualismo sexual, podendo ser "não-binária" (ou não-dual),[15] como não se houvesse outra palavra para sua experiência, sentindo que talvez, no futuro, nossas ideias e filosofias sobre o que é nossa "identidade" irão avançar, onde estaremos confortáveis com uma auto-identificação própria, sendo útil para questionantes.[16][17]
Ver também
Referências
- ↑ Word Spy: Pomosexual
- ↑ Westphal, Sylvia Pagan (2004). «Feature: Glad to be asexual». New Scientist
- ↑ 3,0 3,1 Mallik, Chetan (24 de janeiro de 2004). «Now, say hello to the pomosexual!». The Times of India. Consultado em 13 de abril de 2007
- ↑ Queen & Schimel, page 20
- ↑ «A Guide To LGBT+» (PDF). leics-fire.gov.uk. Consultado em 10 de maio de 2021
- ↑ «» Pomo» (em português). Consultado em 28 de junho de 2020
- ↑ «What is a Pomosexual? - Definition from Kinkly». Kinkly.com (em English). Consultado em 28 de junho de 2020
- ↑ «Pomosexual – Dextre Zèbre» (em français). Consultado em 28 de junho de 2020
- ↑ «Neurosexuality - MOGAIpedia». www.mogaipedia.org. Consultado em 28 de junho de 2020
- ↑ Placido, Carlos Eduardo de Araujo (2015). «João Gilberto Noll e a pomossexualidade». Opiniães (em português) (6-7): 134–148. ISSN 2525-8133. doi:10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2015.115187
- ↑ «Você já ouviu falar em digissexualidade?». Futuro Exponencial (em português). 2 de maio de 2019. Consultado em 28 de junho de 2020
- ↑ Tiempo, Casa Editorial El (15 de janeiro de 2006). «De la era del metrosexual a la del sapiosexual». El Tiempo (em spanish). Consultado em 28 de junho de 2020
- ↑ «Tipología de hombres modernos». centromujer.republica.com (em español). Consultado em 28 de junho de 2020
- ↑ Stobie, Cheryl (1 de janeiro de 2009). «Postcolonial pomosexuality: Queer/alternative fiction after disgrace». Current Writing: Text and Reception in Southern Africa. 21 (1-2): 320–341. ISSN 1013-929X. doi:10.1080/1013929X.2009.9678324
- ↑ Elizabeth, Autumn (1 de julho de 2013). «Challenging the Binary: Sexual Identity That Is Not Duality». Journal of Bisexuality. 13 (3): 329–337. ISSN 1529-9716. doi:10.1080/15299716.2013.813421
- ↑ Beetar, Matthew (2011). «From homo to pomo : 'gay identity' amongst young white men in contemporary South Africa.» (em English)
- ↑ Queering the Queer(ed), Pomosexual Readings of Shakespeare's Adaptation of Romeo and Juliet (em English). [S.l.]: National Library of Canada = Bibliothèque nationale du Canada. 2000
- Queen, Carol & Schimel, Lawrence, Eds. (1997). PoMoSexuals: Challenging Assumptions About Gender and Sexuality. [S.l.]: Cleis Press. ISBN 1-57344-074-4 Preface by Kate Bornstein.
- Ailles, Jennifer L. «Pomosexual Play: Going Beyond the Binaristic Limits of Gender?» ([ligação inativa] – Scholar search). Haworth Press (Binghamton, New York). Journal of Bisexuality. 23 (3/4): 71–86. Consultado em 20 de abril de 2008
- Raymond, Katherine (1998). «PoMosexual Pioneer». Utne Reader. Consultado em 20 de abril de 2008 Issue: September/October 1998
- «Pride and Pomosexuality». The Ubyssey. 2008. Consultado em 20 de abril de 2008 Issue: 8 February 2008. University of British Columbia student newspaper.