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Pedagogia

Professora lecionando em uma sala de aula na Alemanha em 1988.

Pedagogia é a ciência que tem como objeto de estudo a educação, o processo de ensino e a aprendizagem. O sujeito é o ser humano como educando.[1]

Origem

A palavra pedagogia tem origem na Grécia antiga e vem das palavras: "paidos" ("da criança") e "agein" ("conduzir").

História

A Grécia clássica pode ser considerada o berço da Pedagogia, pois foi na Grécia que nasceram as primeiras ideias acerca da acção pedagógica, ponderações que vão influenciar, por muitos anos, a educação e cultura ocidentais e vincular a imagem do Pedagogo à formação das crianças.

Na antiga Grécia, eram chamados de pedagogos os escravos que acompanhavam as crianças que iam para a escola. Como escravo, ele era submisso à criança, mas tinha que fazer valer sua autoridade quando necessária. Por esse motivo, esses escravos desenvolveram grande habilidade no trato com as crianças.[2]

Nos séculos XVII e XVIII, inicia-se uma era de debates no campo da educação, tendo, como foco, a importância de atualizar os processos pedagógicos e rever o próprio conceito de infância. Nomes importantes deste período são Comenius e Rousseau. No final do século XIX e princípios do século XX, os debates sobre educação e, principalmente, as novas pesquisas no campo da psicologia do desenvolvimento e aprendizagem, com ênfase na criança, levaram a que um grande número de profissionais, de diversos campos, desenvolvessem reflexões, pesquisas e experiências pedagógicas envolvendo métodos de ensino, as relações pedagógicas e as possibilidades e limites dos diferentes contextos educativos, dando corpo a vários movimentos, dentre eles o da Escola Nova e a Pedagogia Waldorf. No restante do século XX, a pedagogia foi se institucionalizar como campo de conhecimento científico e profissional e a formação passou a ocorrer nas Universidades em cursos superiores que cuidam dos assuntos relacionados à educação por excelência, tratando-se, portanto, de uma Licenciatura.

No Brasil, legalmente, a história do curso de Pedagogia começou nas década de 1930, quando intelectuais se reuniram e lançaram juntos o "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova". Este documento trazia diversas reivindicações, buscando um ensino universalizado e acessível para todos, também a construção de mais escolas. Fundamentado neste documento, cria-se a Universidade de São Paulo, em 1934, e a Universidade do Distrito Federal, em 1935. Ademais, em 1937, com a instituição do Estado Novo de Vargas, foi promulgada a Lei n° 452, que estabeleceu a Universidade do Brasil. Mas, o curso de Pedagogia só foi regulamentado em 1939, com o Decreto nº 1 190/39. O decreto organizou os cursos em seções, sendo eles Filosofia, Ciências, Letras e Pedagogia. Além destes, havia a especialidade em Didática. O modelo da época ficou conhecido como 3+1, ou seja, a formação inicial concedia o título de bacharel e, quem desejava a licenciatura, teria que fazer mais um ano de didática. A formação era fragmentada, porém, ao longo dos anos o curso sofreu diversas modificações no que tange ao currículo e atuação.

Hoje em dia, o curso é mais completo, abrangendo tanto conteúdos que formam pedagogos para atuar em sala de aula, quanto para atuar em áreas de gestão, supervisão, empresas, hospitais, etc.

Ensino

O ensino é uma forma sistemática de construção de conhecimentos utilizada pelos seres humanos para instruir e educar seus semelhantes, geralmente em locais conhecidos como escolas. O ensino pode ser praticado de diferentes formas. As principais são: o ensino formal, o ensino informal e o ensino não formal. O ensino formal é aquele praticado pelas instituições de ensino, com respaldo de conteúdo, forma, certificação, profissionais de ensino etc. O ensino informal está relacionado ao processo de socialização do homem. Ocorre durante toda a vida, muitas vezes até mesmo de forma não intencional. O ensino não formal, por sua vez, é intencional. Em geral, é aquele relacionado a processos de desenvolvimento de consciência política e relações sociais de poder entre os cidadãos, praticadas por movimentos populares, associações, grêmios, etc. Os limites entre essas três categorias de educação não são extremamente rígidos, são permeáveis. Pois estamos aprendendo constantemente e por diferentes vias e agentes.

Profissão

Atualmente, a pedagogia tem, como objetivo principal, a melhoria no processo de aprendizagem dos indivíduos, através da reflexão, sistematização e produção de conhecimentos. Como ciência social, a pedagogia está conectada com os aspectos da sociedade e também com as normas educacionais do país. O pedagogo, que trabalha para garantir e melhorar a qualidade da educação, tem diversos campos de atuação, podendo citar dois deles: a administração e o magistério, de modo que pode tanto gerenciar e supervisionar o sistema de ensino quanto orientar os alunos e os professores. Acompanha e avalia, ainda, o processo de aprendizagem e as aptidões de cada aluno. Pode trabalhar também com portadores de deficiências físicas ou intelectuais, auxiliando em sua inclusão na sociedade, ou com educação a distância. Porém, todos aqueles que atuam no processo educativo (professores, pais, monitores, orientadores, psicólogos etc.) também devem conhecer os princípios básicos de pedagogia.[3]

Em órgãos do governo, estabelece e fiscaliza a legislação de ensino em todo o país. Em escolas, orienta e dirige os professores, com o objetivo de assegurar a qualidade do ensino. Também é ele quem verifica se os currículos estão sendo cumpridos e se condizem com as leis educacionais.

Estrutura do curso

O acréscimo de um ano no ensino fundamental — que passou a incluir o que antes era o último ano do ensino infantil — mexeu com a estrutura dos cursos de pedagogia. Com isso, as escolas tiveram de rever, então, a grade curricular do curso, porque elas têm, obrigatoriamente, de incluir a formação de professores para as séries iniciais. A carga maior do curso, que dura em média quatro anos, é na área de ciências humanas e sociais aplicadas. Além de metodologias específicas, o aluno estuda a estrutura e o funcionamento do sistema de ensino, princípios e métodos de administração escolar e novas tecnologias educacionais. O currículo inclui, ainda, disciplinas optativas, que permitem, ao aluno, complementar sua formação em filosofia, história ou artes. O estágio é obrigatório em todos os períodos/semestre da graduação.

Mercado de trabalho

O mercado que mais absorve o profissional ainda é o do ensino formal, que ocorre na sala de aula. A obrigatoriedade da contratação de um pedagogo pelas creches também ampliou o mercado para o licenciado. Mas há outros setores promissores, como a atuação em pedagogia empresarial, que exige, do profissional, desenvolver projetos educacionais, sociais e culturais para empresas de diversas áreas, organizações não governamentais e outras instituições, bem como para treinamento de funcionários. Outra área que deve crescer é a pedagogia hospitalar, na elaboração de projetos didáticos para crianças e jovens internados durante uma semana, pois, segundo a lei, os estudos não devem cessar mesmo quando a criança está hospitalizada. No Brasil, as capitais do Sul e Sudeste concentram as melhores oportunidades. Mas, nas demais regiões, a demanda também é boa.

Ver também

Referências

  1. A prática educativa é um fato social, cuja origem está ligada à da própria humanidade. No decurso da história do Ocidente, a Pedagogia firmou-se como a ciência do ensino. Assim, a indissociabilidade entre a prática educativa e a sua teorização elevou o saber pedagógico ao nível científico. Com este caráter, o pedagogista e o pedagogo passam a ser, de fato e de direito, investidos de uma função reflexiva, investigadora e, portanto, científica do processo educativo. Autoridade que não pode ser delegada a outro profissional, pois o seu campo de estudos possui uma identidade e uma problemática próprias.
  2. «Educação na Grécia Antiga». Consultado em 14 de maio de 2014. Cópia arquivada em 15 de maio de 2014 
  3. «O que é Pedagogia?». Consultado em 14 de maio de 2014. Cópia arquivada em 13 de julho de 2014 

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