O Papa Nicolau V, nascido Tommaso Parentucelli (Sardenha, 15 de novembro de 1397 — Roma, 24 de março de 1455), foi Papa de 6 de março de 1447 até à data da sua morte. Em 1450, censura, em epístola expedida de Roma, o rei Afonso V de Portugal, pela forma de enterramento desonroso dada ao corpo de seu tio Pedro, Duque de Coimbra, morto no recontro de Alfarrobeira. Sepultado em Alverca e, depois, na igreja Santa Maria do Castelo, em Abrantes, o corpo do Infante D. Pedro só em 1455 viria a ser trasladado para o mosteiro da Batalha.
Considerado o primeiro papa humanista, proclamou na Basílica de São João de Latrão o Ano Santo em 1450. A resposta dos fiéis foi excepcional, tanto que, o Jubileu de 1450 ficou na história como um dos mais participados e como a última grande manifestação coletiva da Idade Média. Nessa ocasião, Roma foi posta à prova pela presença de tão grande número de peregrinos, o que colocou problemas de ordem pública, sanitária além dos relacionados com o alojamento e obtenção de mantimentos de primeira necessidade. Ficou definido como o "Jubileu dos Santos", porque em Roma estiveram presentes, além de outros, Santa Rita de Cássia e Santo Antônio de Firenze. Este último definiu o Jubileu como o "Ano de Ouro", para indicar a restabelecida unidade da Igreja do Ocidente depois do Cisma.
O Papa Nicolau V concedeu, em 1453, aos Franciscanos, a incorporação dos estudos de Teologia do seu convento, na Universidade de Lisboa.
Em 18 de junho de 1452 publicou a bula "Dum diversas", dirigida ao rei Afonso V de Portugal, na qual o pontífice afirma:
"(…) nós lhe concedemos, por estes presentes documentos, com nossa Autoridade Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os sarracenos, pagãos e quaisquer outros incrédulos e inimigos de Cristo onde quer que estejam, bem como os seus reinos, ducados, condados, principados e outros bens [...] e para reduzir as suas pessoas à escravidão perpétua. [1]
E, por bula de 1454, concedeu ao Infante D. Henrique o monopólio das expedições marítimas. Deve-se-lhe, também, a bula "Romanus Pontifex" (1455), que reconheceu aos reis de Portugal a posse das terras e mares já descobertos ou a descobrir. Tal documento representaria o reconhecimento, por direito internacional daquele tempo, do espírito de cruzada dos descobrimentos henriquinos.
Referências
- ↑ «1452: Papal Bull Dum Diversas». Tyler's History (em English). Consultado em 24 de dezembro de 2021
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Precedido por Eugénio IV |
Papa 208.º |
Sucedido por Calisto III |