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Pacto do ABC

Mapa dos países da América do Sul que assinaram o Pacto do ABC, em 15 de maio de 1915.

O Pacto do ABC (oficialmente Pacto de Não Agressão, Consulta e Arbitragem) tem seu nome pelas iniciais dos países, Argentina, Brasil e Chile, que assinaram um acordo em 15 de maio de 1915 para formar a cooperação exterior a não agressão e arbitragem.[1]

O acordo de 1915

Foi uma forma de responder a influência estadunidense na região e estabelecer um equilíbrio e mecanismos de consulta entre os três países envolvidos.[2]

O tratado não entrou em vigência e só foi ratificado no Brasil, entretanto, grande parte da política exterior dos três países entre 1915 e 1930 seguiu a base de consultas e iniciativas mútuas.

Por este fato se o termo Pacto ABC é usado pela imprensa ou em círculos diplomáticos para referir a iniciativas que impulsionam a integração da América do Sul, ou ações oficiais de política exterior com ideologias similares por parte destes três países.[2]

Tentativa de revitalização em 1953

O presidente chileno Ramón Barros Luco acompanhado pelos chanceleres dos países do Pacto do ABC

No início de 1953, o presidente argentino Juan Domingo Perón procurou o presidente brasileiro, Getúlio Vargas, visando o estabelecimento de um programa comum entre as três nações, para que juntas formassem um bloco continental alternativo à polarização mundial entre Estados Unidos e União Soviética.[3] Perón, publicamente, anunciou os preparativos para a revitalização do chamado “Pacto ABC”.[4]

O ministro das Relações Exteriores João Neves da Fontoura repeliu energicamente as palavras do presidente argentino. Em nota oficial, Neves afirmou que o país não teria nenhum interesse em abandonar o arco maior da aliança pan-americana, capitaneada pelos Estados Unidos, para aderir a um bloco regional alternativo, “subordinado à Argentina”. De acordo com o Itamaraty, Perón não estaria autorizado, de modo algum, a falar pelo Brasil.[5]

Perón manifestou contrariedade com a nota ao embaixador brasileiro João Batista Luzardo. Perón alegou que não tinha intenções imperialistas, quando propôs a aliança estratégica, e sim almejava parcerias aduaneiras e de tratados de cooperação política – um embrião do que mais tarde viria a ser batizado de Mercosul. [6]

Vargas mandou um emissário, o jornalista Geraldo Rocha, com um pedido de desculpas e o anúncio de que não poderia avançar no pacto devido ao momento de instabilidade política que vigorava no Brasil.[7]

Ver também

Referências

  1. O pacto do ABC de maio de 1915
  2. 2,0 2,1 Info Escola (ed.). «Pacto do ABC». Consultado em 8 de janeiro de 2012 
  3. Carta de Batista Lusardo a Getúlio Vargas, 5 de fevereiro de 1953. Arquivo CPDOC-FGV (Documento GV c 1953.02.05/3).
  4. Glauco Carneiro, Lusardo: O último caudilho, Editora Nova Fronteira, 1977. p.401
  5. Carta de João Neves a Getúlio Vargas, 18 de fevereiro de 1953. Arquivo CPDOC-FGV (Documento GV c 1953.02.18/1).
  6. Glauco Carneiro, Lusardo: O último caudilho, Editora Nova Fronteira, 1977. p.452
  7. Glauco Carneiro, Lusardo: O último caudilho, Editora Nova Fronteira, 1977. p.425-427

Ligações externas

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