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Paço Municipal de Porto Alegre

Predefinição:Info/Prédio O Paço Municipal de Porto Alegre, também conhecido como Prefeitura Velha ou Paço dos Açorianos, foi a sede da prefeitura de Porto Alegre, a capital do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, sendo um dos seus mais característicos e importantes prédios históricos da cidade.

No final de 2021, foi anunciado que o Paço Municipal deixaria de abrigar a sede administrativa da prefeitura, que se mudou em março de 2022 para um novo endereço, o Edifício Habitasul (Travessa General João Manoel, n° 157).[1] O edifício histórico passará a funcionar exclusivamente como museu e centro cultural,[2] com o nome de "Museu de Arte de Porto Alegre".[3]

História

O Paço Municipal foi construído para ser a sede da Intendência de Porto Alegre, que até então funcionava em diversos espaços alugados no Centro Histórico de Porto Alegre. Eleito pelo Partido Republicano em 1897, o intendente José Montaury comprometeu-se com a construção de uma sede definitiva para o Poder Executivo local. Para tal, foram necessários o aterro da Doca do Carvão e a venda de terrenos municipais a fim de levantar fundos para a obra.

O primeiro projeto para a Intendência foi o do engenheiro Oscar Munis Bittencourt, mas devido a ponderações de ordem política o projeto foi vetado e encomendou-se um novo desenho ao veneziano João Antônio Luís Carrara Colfosco. A pedra fundamental foi lançada em 5 de abril de 1898, e a construção iniciou em 28 de setembro daquele mesmo ano. O prédio foi concluído em abril de 1901, sendo ocupado a partir de 15 de maio pelo Conselho Municipal, pela Secretaria, pela Contabilidade, pela Tesouraria e Arrecadação, além do Arquivo, da Inspetoria de Veículos, da Assistência Pública e do primeiro Posto Policial, com sua respectiva cadeia. O custo final da obra chegou a 500 contos de réis, e a maior parte dos materiais empregados proveio da própria Porto Alegre.

Uma das estátuas do Paço Municipal

Constitui-se o primeiro prédio de caráter nitidamente positivista da cidade e cujo partido geral da planta, em forma de H, deixou profundas influências na arquitetura oficial do período.[4] O edifício reflete o gosto pela monumentalidade vigente na época, e segue um estilo eclético derivado de padrões neoclássicos, e influenciado por diretrizes Positivistas, como se percebe pela estatuária alegórica na fachada. No grupo à direita, junto à Avenida Borges de Medeiros, a figura central representa a Liberdade e a da direita, a História; o busto de Péricles, a Democracia; já a figura da esquerda representa a Ciência. A figura central do grupo colocado próximo à rua Uruguai representa a Agricultura; a da direita representa o Comércio; e a da esquerda figura a Indústria. Em acréscimo, estátuas isoladas que representam a Justiça e a República. Na fachada frontal existem bustos de José Bonifácio e do Marechal Deodoro da Fonseca. No centro encontra-se o Brasão da República.

Perspectiva traseira do Paço Municipal

O emprego de ordens clássicas não impediu adaptações criativas e simbólicas dos padrões estilísticos tradicionais. Por exemplo, a ordem dórica no térreo representa o Poder, e a coríntia, ao alto, fala da Harmonia e da Justiça. O corpo do prédio tem volumetria movimentada, tripartida, com elementos angulares que se projetam à frente. Todas a quatro fachadas são decoradas com cuidado, embora a estatuária e maior ornamentação se concentrem na fachada principal, onde também se eleva uma pequena torre central. Janelas em edícula com tímpanos, platibandas, balaustradas, embasamento simulando pedra rústica, e grandes leões nas escadarias laterais da frente contribuem para acentuar a beleza e interesse do conjunto.

Em 1977 foi incluído pela Prefeitura no Inventário dos Bens Imóveis de Valor Histórico e Cultural e de Expressiva Tradição,[5] sendo tombado pelo município em 21 de novembro de 1979. Passou por uma reforma total em 2003, adaptando-se diversos espaços internos para exposições de arte e para guarda do Acervo Artístico da Prefeitura de Porto Alegre.

No largo à sua frente está instalada a Fonte Talavera de La Reina, doada pela colônia espanhola em homenagem ao centenário da Revolução Farroupilha, também um monumento tombado.

Ver também

Referências

  • Franco, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da Universidade (UFRGS) / Prefeitura Municipal, 1988.
  • Doberstein. Arnoldo Walter. Estatuária e Ideologia: Porto Alegre 1900-1920. Porto Alegre: SMC, 1992.

Ligações externas

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