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Os Axiomas de Zurique

Predefinição:Info/Livro/Wikidata O livro Os Axiomas de Zurique escrito por Max Gunther, é constituído de 12 (doze) axiomas principais mais 16 (dezesseis) secundários, que pretendem trazer resposta às dúvidas com as quais o especulador pode se deparar. O título refere-se às táticas usadas pelos banqueiros suíços para obter êxito no mundo dos negócios.[1]

Apresentação

Após a Segunda Guerra Mundial, um grupo de banqueiros e empresários suíços resolveram ganhar dinheiro investindo em várias frentes, de ações a imóveis, de mercadorias a moeda. Eles ganharam muito e se tornaram um dos povos mais ricos do planeta. Neste livro estão as regras, consideradas por muitos, infalí­veis, que estabeleceram para diminuir os riscos enquanto aumentavam cada vez mais os lucros.[2]

A expressão axioma tem dois significados possíveis, segundo o livro. O filosófico, que define o termo como a premissa imediatamente evidente que se admite como verdadeira sem exigência de demonstração, e o lógico, que define axioma como a proposição que se toma como verdadeira porque dela se podem deduzir as proposições de uma teoria ou de um sistema lógico ou matemático.[3]

As indicações do livro funcionam como o segundo tipo, como dogmas que devem ser seguidos à risca por quem pretende acumular rentabilidade. Neles, o leitor encontrará a chave para investir com sucesso - à moda suíça.[4][5]

Axiomas

Primeiro Axioma: Risco

Preocupação não é doença, mas sinal de saúde. Se você não está preocupado, não está arriscando o bastante.

  • Primeiro Axioma menor: Só aposte o que valer a pena.
  • Segundo Axioma menor: Resista à tentação das diversificações.

Conclusão: Não tenha medo de arriscar um pouco. Alto risco significa alto retorno.

Segundo Axioma: Ganância

Realize o lucro sempre cedo demais.

  • Terceiro axioma menor: Entre no negócio sabendo quanto quer ganhar. Quando chegar lá, caia fora.

Conclusão: Não teste a sua sorte. Estabeleça uma meta e, ao atingi-la, realize seus lucros.

Terceiro Axioma: Esperança

Quando o barco começar a afundar, não reze. Abandone-o.

  • Quarto axioma menor: Aceite as pequenas perdas com um sorriso, como fatos da vida. Conte incorrer em várias, enquanto espera um grande ganho.

Conclusão: Se suas especulações andam mal, saia e parta para outra. Saber perder é uma das virtudes de um bom especulador.

Quarto Axioma: Previsões

O comportamento do ser humano não é previsível. Desconfie de quem afirmar que conhece uma nesga que seja do futuro.

Conclusão: Não baseie suas especulações em previsões e sim no que você vê acontecendo à sua frente.

Quinto Axioma: Padrões

Até começar a parecer ordem, o caos não é perigoso.

  • Quinto axioma menor: Cuidado com a armadilha do historiador.
  • Sexto axioma menor: Cuidado com a ilusão do grafista.
  • Sétimo axioma menor: Cuidado com a ilusão de correlação e a ilusão de causalidade.
  • Oitavo axioma menor: Cuidado com a falácia do jogador.

Conclusão: Não se deixe levar pela ilusão de ordem. Não existe uma fórmula exata que vá lhe proporcionar sempre ganhos.

Sexto Axioma: Mobilidade

Evite lançar raízes. Elas tolhem seus movimentos.

  • Nono axioma menor: Numa operação que não deu certo, não se deixe apanhar por sentimentos como lealdade ou saudade.
  • Décimo axioma menor: Jamais hesite em sair de um negócio se algo mais atraente aparecer à sua frente.

Conclusão: Não se deixe prender a sentimentos em suas especulações. Se perceber uma oportunidade melhor, corte suas raízes e siga em frente.

Sétimo Axioma: Intuição

Só se pode confiar num palpite que possa ser explicado.

  • Décimo primeiro axioma menor: Jamais confunda palpite com esperança.

Conclusão: Só confie em um palpite se você for capaz de identificar algo que consiga explicá-lo.

Oitavo Axioma: Religião e Ocultismo

É improvável que entre os desígnios de Deus para o Universo se inclua o de fazer você ficar rico.

  • Décimo segundo axioma menor: Se a astrologia funcionasse, todos os astrólogos seriam ricos.
  • Décimo terceiro axioma menor: Não é necessário exorcizar uma superstição. Podemos curti-la, desde que ela conheça o seu lugar.

Conclusão: Mantenha o sobrenatural longe de suas especulações. Confie em você e no seu potencial.

Nono Axioma: Otimismo e Pessimismo

Otimismo significa esperar o melhor, mas confiança significa saber como se lidará com o pior. Jamais faça uma jogada por otimismo apenas.

Conclusão: Um bom especulador possui confiança, não otimismo. A confiança nasce do uso construtivo do pessimismo.

Décimo Axioma: Consenso

Fuja da opinião da maioria. Provavelmente está errada.

  • Décimo quarto axioma menor: Jamais embarque nas especulações da moda. Com frequência, a melhor hora de se comprar alguma coisa é quando ninguém a quer.

Conclusão: Antes de arriscar seu dinheiro seguindo a opinião da maioria, pondere e avalie por si mesmo se a decisão é acertada ou não.

Décimo Primeiro Axioma: Teimosia

Se não deu certo da primeira vez, esqueça.

  • Décimo quinto axioma menor: Jamais tente salvar um mau investimento fazendo "preço médio".

Conclusão: Se sua especulação não está dando o retorno desejado, não seja teimoso, desista. Outras boas oportunidades podem estar a sua volta sem ser notadas..

Décimo Segundo Axioma: Planejamento

Planejamentos a longo prazo geram a perigosa crença de que o futuro está sob controle. É importante jamais levar muito a sério os seus planos a longo prazo, nem os de quem quer que seja.

  • Décimo sexto axioma menor: Fuja de investimentos de longo prazo.

Conclusão: Não planeje investimentos a longo prazo. O mundo dos negócios se modifica a cada dia. O único plano a longo prazo que um especulador precisa ter é o de ficar rico.

Opiniões sobre o livro

De acordo com o investidor Patrick Blackman, o livro "Axiomas de Zurique" serve como um batismo dos que começam a operar em bolsa. “Sempre que surge um iniciante, todos são unânimes em recomendar a leitura dos axiomas”, afirma.

A recomendação não é à toa. “No meu caso, aprendi a utilizá-los da forma mais dolorosa, sobretudo o axioma da Esperança. Perdi quase 60% do valor de uma operação porque tinha a esperança de que o papel ia voltar ao preço que tinha pago. Até que resolvi liquidar, mas aí já era tarde”, explica Blackman. Desde então, o investidor tem utilizado a regra de forma quase religiosa. “Não tenho mais pena de saltar de uma operação quando percebo que o barco está fazendo água”.

Este axioma prega que “Quando o barco começa a afundar, não reze. "Abandone-o”. Patrick Blackman não é o único a adotar a regra como filosofia na hora de decidir se vale a pena ou não sair de uma aplicação.

O economista Stênio Campos também utiliza a máxima. “Por várias vezes utilizei o axioma da esperança. Não adianta remar contra a maré ou tentar se enganar acreditando que as coisas melhorarão. Isto é ainda mais verdadeiro quando falamos em opções”, reconhece.

Para o analista da consultoria Lopes Filho e Associados, Gustavo Freitas, o livro oferece boas dicas para o investidor de perfil bastante arrojado. “Quando o autor recomenda, por exemplo, que o investidor fuja da diversificação, a aposta é de que o investidor tenha feito um estudo sobre o ativo em questão, que indica forte possibilidade de alta. Nem todo mundo deve deixar de lado a ideia de apostar em diferentes ações para minimizar o risco”, defende.

No entanto, o analista ressalta como pontos positivos do livro a disciplina e a delineação de metas para cada investidor. “Se você acredita que a possibilidade de alta é de 20%, esta é a sua base, o limite ao qual os preços podem ir. Ao chegar lá, é hora de realizar o lucro”, diz.

Considerado uma boa fonte de consulta, o livro é contraindicado para quem sofre de aversão a riscos altos. Nem por isso, o conservador está condenado a uma existência de penúria.[6]

Gustavo Freitas lembra que em 2003, os conservadores não tiveram do que reclamar. “Estes investidores ganharam muito com dividendos de ações mais tradicionais”, afirma.

Referências

  1. Gunther, Max (2006). Os axiomas de Zurique (em português). [S.l.]: Record 
  2. Gunther, Max (15 de julho de 2016). Os Axiomas de Zurique (em português). [S.l.]: Editora Best Seller 
  3. Tosetto, Jean (26 de junho de 2017). «Os Axiomas de Zurique e porque os de Omaha são melhores». Suno Research (em português). Consultado em 8 de outubro de 2020 
  4. «Os axiomas de Zurique». TradersClub (em português). Consultado em 8 de outubro de 2020 
  5. «Os 'axiomas de Zurique': o que você precisa saber». Finance News (em português). 21 de julho de 2019. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  6. «Lições do livro Os Axiomas de Zurique, de Max Gunther». Os Melhores Investimentos (em português). 12 de maio de 2020. Consultado em 8 de outubro de 2020 

Ver também


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