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Organização dos Nacionalistas Ucranianos

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A Organização dos Nacionalistas Ucranianos ou OUN (em ucraniano : Організація українських націоналістів, Orhanizatsiya ukrayins'kykh nationalistiv ou ОУН) é uma organização nacionalista de extrema direita fundada em 1929 por exilados ucranianos, na cidade de Viena.[1]

A OUN tem como origem a Organização Militar Ucraniana, uma organização clandestina formada por antigos integrantes da República Popular da Ucrânia - o estado independente ucraniano criado após a Primeira Guerra Mundial e extinto em 1921 - e visavam sua restauração. Em 1929 o líder da OMU Yevhen Konovalets formou a Organização dos Nacionalistas Ucranianos após uma fusão da Organização Militar Ucraniana com vários outros grupos nacionalistas e separatistas.[2]

O objetivo da OUN era a criação de um estado Ucraniano independente, após os territórios Ucranianos terem sidos anexados à União Soviética, Polônia, Checoslováquia e Romênia.[3] Os métodos da OUN envolveriam a luta armada contra esses estados[1] e a infiltração em partidos políticos legais, universidades e outras estruturas e instituições políticas.[4] A ideologia da OUN é descrita como de extrema-direita e inspirada pelo Fascismo italiano.[5] Inicialmente, a OUN agia na Ucrânia Ocidental, principalmente na região da Galícia Oriental, na época parte da Polônia.

Em 1940, a OUN se dividiu em duas partes após o assassinato do líder original da OUN Yevhen Konovalets pela NKVD. Os membros mais antigos e moderados apoiaram Andriy Melnyk e o OUN-M, enquanto os membros mais jovens e mais radicais apoiaram o OUN-B de Stepan Bandera (apelidados de "Banderitas").[6]

Após o começo da Invasão da União Soviética pela Alemanha nazista em 1941. A OUN-B aproveitou a situação para declarar a independência da Ucrânia em Lviv no Ucrânia Ocidental, que seria um estado ucraniano independente unido e mono-étnico alinhado com a Alemanha que encompassaria a Ucrânia, Bielorrússia e partes da Polônia. Entretanto, a liderança alemã estava desinteressada em estabelecer um estado colaboracionista indepedente e suprimiu a liderança da OUN-B.[7] Bandera e o vice-líder Yaroslav Stetsko chegaram e ser presos no Campo de concentração de Sachsenhausen.[8] Como reação, em 1942, foi criado o braço armado da OUN, o Exército Insurreto Ucraniano (UPA), para lutar contra a Alemanha, União Soviética e Polônia.[9]

Enquanto isso, a OUN-M começou a estabelecer uma administração civil na Ucrânia ocupada pela Alemanha nazista, principalmente na Ucrânia central e oriental, incluindo a capital Kiev. Em 1942 as autoridades alemãs - preocupados com a influência crescente da organização - organizaram um expurgo da OUN-M. Com isso, a influência da OUN cessou na Ucrânia oriental e central. Mas continuou na Ucrânia Ocidental - Galícia e Volínia - onde a OUN-B e a UPA continuaram ativas.[10] Enquanto os alemães controlavam as grandes cidades e estradas principais, uma área grande no interior ficou sob o controle da OUN-B que foi capaz de criar um "estado" com bases militares, hospitais e escolas, envolvendo dezenas de milhares de pessoas.[11]

Em 1943, as unidades de combate do UPA foram responsáveis por uma grande operação de limpeza étnica contra o povo polonês - os chamados massacres de Volínia -,[12] quando cerca 100 000 civis poloneses teriam sido massacrados, na Volínia e Galícia Oriental, segundo estimativas de historiadores.[13][14][15]

Após o final da Segunda Guerra Mundial, a UPA continuou ativa travando uma guerra de guerrilha contra as autoridades soviéticas até a década de 50. Enquanto a OUN continou ativa na diáspora ucraniana.[16]

Ver também

Referências

  1. 1,0 1,1 «CIA: Undermining and Nazifying Ukraine Since 1953». Strategic Culture Foundation (em English). Consultado em 7 de fevereiro de 2020 
  2. John Armstrong. Ukrainian Nationalism. second edition Libraries Unlimited, 1963. p 21
  3. Shekhovtsov, Anton (março de 2011). «The Creeping Resurgence of the Ukrainian Radical Right? The Case of the Freedom Party». Europe-Asia Studies. 63 (2): 207–210. doi:10.1080/09668136.2011.547696 
  4. Rudling, Per Anders (2013). «The Return of the Ukrainian Far Right: The Case of VO Svoboda» (PDF). In: Wodak and Richardson. Analysing Fascist Discourse: European Fascism in Talk and Text. New York: Routledge. p. 229–235 
  5. Marples, David (2013). «The OUN, 1929–43». Heroes and Villians. [S.l.]: Central European University Press. p. 79–123. ISBN 9789637326981 
  6. John Armstrong (1963). Ukrainian Nationalism. New York: Columbia University Press, pp. 36–39
  7. Rudling, Per Anders (2013). «The Return of the Ukrainian Far Right: The Case of VO Svoboda» (PDF). In: Wodak and Richardson. Analysing Fascist Discourse: European Fascism in Talk and Text. New York: Routledge. pp. 229–235 
  8. A.B. Shirokorad, Uteryannie zemli Rossii: otkolovshiesya respubliki, Moscow:"Veche", 2007, p. 84.
  9. Timothy Snyder. (2004) The Reconstruction of Nations. New Haven: Yale University Press: pg. 168
  10. Paul Robert Magocsi. (1996). A History of Ukraine. Toronto: University of Toronto Press: pg. 629.
  11. John Armstrong (1963). Ukrainian Nationalism. New York: Columbia University Press, pg. 156
  12. Rudling, Per Anders (2013). «The Return of the Ukrainian Far Right: The Case of VO Svoboda» (PDF). In: Wodak and Richardson. Analysing Fascist Discourse: European Fascism in Talk and Text. New York: Routledge. p. 229–235 
  13. Motyka, Grzegorz (2016). Wołyń'43 Ludobójcza czystka – fakty, analogie, polityka historyczna. Cracow: Wydawnictwo Literackie. p. 83. ISBN 978-83-08-06207-4 
  14. Massacre, Volhynia. «The Effects of the Volhynian Massacres». Volhynia Massacrelanguage=en 
  15. Pertti, Ahonen (2008). Peoples on the Move: Population Transfers and Ethnic Cleansing Policies During World War II and Its Aftermath. [S.l.]: Bloomsbury Academic. p. 99 
  16. «Ukrainian News Agency». Consultado em 13 de março de 2008. Arquivado do original em 17 de março de 2008 

Bibliografia

  • Grzegorz Motyka "Tak było w Bieszczadach" Instytut Studiów Politycznych PAN i IPN w Lublinie
  • Grzegorz Motyka, "Walki polsko-ukraińskie 1943-1948" Instytut Studiów Politycznych PAN i IPN w Lublinie
  • Poliszczuk Wiktor, Legal and political assessment of the OUN and UPA, Toronto, 1997.

Ligações externas

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