O termo opus (em latim, "obra") é comumente utilizado no sentido de obra de arte. O plural de opus, opera, refere-se ao gênero musical operístico.
As peças musicais indexadas (como é o caso das obras de Bach, Haydn, Mozart, Schubert e outros) são identificadas por um número de opus, que geralmente é atribuído em ordem cronológica - considerando a data da composição ou da publicação da obra. A abreviatura usual é "Op.", (plural "Opp.")
Outras utilizações do número opus
WoO refere-se a Werk ohne Opuszahl, ou "obra sem número opus" (especialmente na obra de Beethoven).
Op. posth. significa opus posthumous ou "obra publicada postumamente". É importante notar, no entanto, que as peças publicadas após a morte do compositor nem sempre são categorizadas como "Op. posth.". Algumas obras de Beethoven, por exemplo, continuaram a receber números de opus após a morte do compositor, de acordo com a ordem em que foram publicadas - como é o caso de A raiva pelo tostão perdido, publicada como "Op. 129", o que sugere um trabalho tardio, embora se trate de um trabalho da década de 1790. Outro exemplo é o compositor Felix Mendelssohn, cujas duas últimas sinfonias - Sinfonia n° 4, "Italiana" e Sinfonia n° 5, "Reforma" - estavam em meio a vários outros números opus que seus editores lançaram após seu precoce falecimento.
Outras catalogações
As peças de certos compositores, especialmente aqueles das eras Barroca e Clássica - quando se visava a publicação com menos freqüência - foram classificadas de acordo com outros sistemas e, neste caso, essas obras são referenciadas por sua catalogação temática de abreviações.
- As peças de Karl Friedrich Abel, ainda que sejam comumente associadas à seus números opus originais (por exemplo, sua sinfonia Op. 17), têm também outros números catalográficos atribuídos por Walter Knape em seu livro Bibliographisch-thematisches Verzeichnis der Kompositionen von Karl Friedrich Abel (Knape. Cuxhaven: 1972).
- As obras de Carl Philipp Emanuel Bach têm dois sistemas de numeração: o antigo sistema Wotquenne (abreviado como Wq.), criado por Alfred Wotquenne em seu catálogo sobre a música de Emanuel, publicado em 1905; e o sistema mais completo e atualizado de E. Eugene Helm (abreviado como H.), apresentado no livro Thematic Catalog os the Works of C.P.E. Bach (New Haven: Yale University Press, 1989).
- As obras de Johann Christian Bach são mais comumente citadas pelos números opus designados por seus editores originais, o que pode provocar dificuldades de identificação, pois editores diferentes utilizaram o mesmo número opus. Por exemplo, o "Op. 18" foi utilizado para três diferentes conjuntos de obras de J. C. Bach: "Seis Grandes Aberturas", "Duas Sinfonias" e "Quatro Sonatas e Dois Duetos". Por isso, alguns utilizam a obra de C. S. Terry, John Christian Bach (2a edição; Londres: Oxford University Press, 1967) com base para um padrão de facto, usando o número da página e o número incipit atribuído por Terry para a identificação, ainda que esses números não tenham sido originalmente criados por Terry com o propósito de catalogação. (Para uma pequena lista conveniente desses números, ver Christoph Wolff, et al., The New Grove Bach Family [NY: Norton, 1983], pp. 341ff.). Algumas vezes se utilizam também os números do Catálogo Temático na obra Collected Works of Johann Christian Bach (gen. ed. Ernest Warburton; NY: Garland Publishing, 1985).
- As obras de Johann Sebastian Bach são identificadas por seus números BWV ou Bach-Werke-Verzeichnis em homenagem ao catálogo criado por en:Wolfgang Schmieder.
- As obras de Wilhelm Friedemann Bach foram catalogadas em 1913 por Martin Falck e freqüentemente são identificadas por seus números F (ou Falck)
- Os trabalhos de en:Marc Antoine Charpentier são identificados por seus números H ou Hitchcock em homenagem a Hugh Wiley Hitchcock.
- As obras de en:George Frideric Handel são designadas freqüentemente por números HWV (Händel-Werke-Verzeichnis) conforme aparecem no Verzeichnis der Werke Georg Friedrich Händels de Bernd Baselt. (Para maiores detalhes, ver esta página em gfhandel.org)
- As obras de Joseph Haydn são relacionadas a seus números Hob ou Hoboken em homenagem à classificação feita em 1957 por en:Anthony van Hoboken.
- Os trabalhos de Franz Liszt são relacionados aos números S ou Searle em homenagem à classificação feita em 1960 no trabalho The Music of Liszt, por en:Humphrey Searle. Alternativamente também se usa R para se reportar à publicação de 1931, Franz Liszt: Leben und Schaffen de Peter Raabe.
- A obra de Wolfgang Amadeus Mozart é identificada por seus números K ou Köchel de Ludwig Köchel. Na Europa continental é mais comum a abreviação "KV" para Köchel-Verzeichnis. Ver também: Lista de composições de Wolfgang Amadeus Mozart.
- Usualmente são dados os números do catálogo compilado por Sterling E. Murray, Presidente do Departmento de História da Música da West Chester University of Pennsylvania, [1] para as obras de en:Antonio Rosetti embora os números antigos do catálogo de Rosetti elaborado por Oskar Kaul em 1912 também apareçam. A popular sinfonia "A Caça" de Rosetti recebe os números "Murray A20/Kaul I:18."
- As obras para cravo de Domenico Scarlatti têm dois sistemas de numeração: os números L ou Longo publicados na edição de Alessandro Longo para piano e os números K ou Kirkpatrick publicado na edição facsimile de Ralph Kirkpatrick.
- A obra de Franz Schubert é identificada por seus números D (ou Deutsch), conforme o catálogo de Otto Erich Deutsch.
- As sonatas para teclado de en:Antonio Soler são usualmente relacionadas a seus números R referentes ao catálogo compilado pelo Padre Samuel Rubio.
- As obras de Antonio Vivaldi são identificadas por seus números RV ou Ryom-Verzeichnis compilados no catálogo de Peter Ryom.
- As obras de Richard Wagner são classificadas de acordo com seus números WWV ou Wagner-Werke-Verzeichnis que também incluem sua obra não musical.