Nuno Álvares Pereira Pato Moniz | |
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Nuno Álvares Pereira Pato Moniz (Lisboa, São João de Deus, Arco do Cego, bap. São Jorge de Arroios, ou Alcochete, Alcochete, 18 de Setembro de 1781 — Ilha do Fogo, Cabo Verde, 24 de Dezembro de 1826),[1] foi um poeta, escritor, jornalista, político e maçon português.
Biografia
Era filho de Manuel Moniz Pereira Pato Guerreiro Velho de Morais Perdigão e de sua mulher Maria Genoveva Liberata Guerreiro de Fóios e Vasconcelos.
Fidalgo da Casa Real, foi Poeta, Jornalista e Político.[1]
Iniciado na Maçonaria em data e Loja desconhecidas e com nome simbólico desconhecido, ocupou cargos de relevo no Grande Oriente Lusitano.[1]
Deixou uma extensa obra de Poesia, crítica e polémica, distinguindo-se nos ataques a Padre José Agostinho de Macedo. Foi um dos companheiros de Bocage. Colaborou em vários periódicos, fundando "O Portuguez Constitucional".[1]
Liberal, foi eleito Deputado por Setúbal em 1822-1823.[1] Enquanto defensor do Liberalismo, declarou-se abertamente contra a Rainha D. Carlota Joaquina de Bourbon.[2] Foi preso após a Vilafrancada,[1] deportado em Junho de 1823 para o Lavradio,[3] sul do Tejo, e daí desterrado[1] para a Ilha do Fogo, em Cabo Verde,[1] onde acabou por falecer[1] quatro anos mais tarde, "atormentado por desgostos e doenças", aos 45 anos de idade.[4]
Na opinião de José Maria da Costa e Silva, "Pato Moniz deve ser considerado como um dos mais corretos escritores da nossa literatura moderna." [5]
Obras
- Congratulação à Pátria (1808)
- A Queda do Despotismo (1809)
- A Estância do Fado (1810)
- Refutação analytica do folheto que escreveo o Reverendo Padre José Agostinho de Maçedo, e intitulou «Os Sebastianistas» (1810)
- Justa impugnação do celebre syllogismo que apoiou o livro intitulado «Os Sebastianistas» (1810)
- Elmiro (1812, sátira)
- O Trono (1812)
- Exame critico do novo poema epico intitulado «O Gama» (1812)
- Ode Pindárica a Wellington (1813)
- O Nome (1813)
- Exame analytico e parallelo do poema Oriente do José Agostinho de Macedo com A Lusiada de Camões (1815)
- Agostinheida: poema heroi-cómico em 9 cantos (1817)
- A Apparição (1818)
- Sova no padre José Agostinho de Macedo (1822)
- Sova segunda no padre José Agostinho de Macedo (1822)
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 António Henrique Rodrigo de Oliveira Marques. Dicionário de Maçonaria Portuguesa. [S.l.: s.n.] pp. Volume II. Colunas 995-6
- ↑ Enciclopédia Brasileira Mérito, Vol. 15 (Editôra Mérito S. A., 1967), p. 83.
- ↑ "Notas" às Poesias de M. M. de B. du Bocage, Vol. II (Lisboa, 1853), p. 427.
- ↑ Grande enciclopédia portuguesa e brasileira: Ilustrada com cêrca de 15.000 gravuras e 400 estampas a côres, Volume XX (Editorial Enciclopédia) – "[D]epois da Vilafrancada, em 1823, Pato Moniz foi mandado sair para o Sul do Tejo e em seguida foi desterrado para a ilha do Fogo em Cabo Verde. Ali viveu quatro anos, atormentado por desgostos e doenças, até que morreu contando apenas quarenta e cinco anos de idade."
- ↑ Citado em Dicionário Bibliográfico Português: M–P (Imprensa Nacional, 1862), por Inocêncio Francisco da Silva, p. 305.
- Jorge Morais, Bocage maçon (Via Occidentalis Editora, 2007), p. 126.
- António Pedro Mesquita, O pensamento político português no século XIX: uma síntese histórico-crítica (Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2006), 6.1.4.
- Quem é quem na literatura portuguesa, por Maria de Fátima Freitas Morna & Pedro Ferré, Publicações Dom Quixote (1979), p. 82.
- Dicionário prático ilustrado Lello de 1964 de José Lello e Edgar Lello, editado por LELLO & IRMÂOS, pág. 1376.
- José Mattoso, Historia de Portugal: O liberalismo (1807-1890), Editorial Estampa (1998), p. 68.