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Nó (unidade)

é uma unidade de medida de velocidade equivalente a uma milha náutica por hora, ou seja 1,852 km/h.[1]

Apesar de não ser uma unidade do Sistema Internacional de Unidades (SI), é frequentemente utilizado, embora não seja encorajado, em relação direta com as unidades do sistema internacional. O desaconselhamento se deve à necessidade de adequações matemáticas em virtude da curvatura da Terra. Isso acontece pelo fato de que o conceito de Nó guarda relação directa com as dimensões da Terra, sendo uma milha náutica correspondente ao comprimento de 1' (um minuto) do grande círculo.[2]

Definição

O valor convencional do nó (0,514 m/s), correspondente a uma milha náutica de 1 852 m (a "Milha Náutica Internacional"), foi adoptado na I Conferência Hidrográfica Internacional Extraordinária ("First International Extraordinary Hydrographic Conference"), realizada no Mónaco em 1929. O é assim uma unidade derivada da milha náutica, ou milha marítima:

Dado que o nó é, por definição, uma medida de velocidade, isto é, de distância percorrida em função do tempo, é incorrecto dizer-se nós por hora, o que na realidade significaria uma aceleração, já que estaríamos a falar da variação da velocidade com o tempo. Este solecismo é contudo frequente na linguagem comum quando referindo a velocidade de uma embarcação.

Conversão de unidades

1 nó é equivalente a:

  • 0,51444 m/s
  • 1,852 km/h
  • 1,00 milha náutica/h
  • 1,15 milha terrestre/h

10 nós correspondem a 18,52 km/h; 20 nós a 37,04 km/h; 30 nós a 55,56 km/h; 50 nós a 92,6 km/h.

1 Mach, à temperatura e pressão atmosféricas normais à superfície da Terra, corresponde a 644,384 nós.

Origem

O tem a sua origem nas práticas utilizadas nos navios para estimar a velocidade. Uma das formas mais comuns consistia em lançar da popa do navio um flutuador com uma forma calibrada, que devido ao atrito com a água ficava relativamente imóvel à superfície, ligado ao navio por um cabo que tinha nós feitos a distâncias regulares. Medindo o número de nós que eram largados durante determinado tempo para permitir que o flutuador não fosse arrastado, isto é contando o número de nós saídos do navio no período de medição, dava uma estimativa da velocidade.

Um dos equipamentos mais utilizados para o efeito era a barquinha, ou barca, cuja invenção, em finais do século XV ou princípios do século XVI, é atribuída ao português Bartolomeu Crescêncio. A barquinha era constituída por uma flutuador de madeira de secção triangular, o batel, cujo bordo arqueado era lastrado de modo a permanecer vertical na água quando rebocado. O batel era atado por um pé de galinha de duas pernadas a um cabo de massa, com nós feitos a distâncias adequadas, que estava enrolado num carretel de madeira. Lançado batel, contavam-se os nós saídos durante o tempo que uma ampulheta demorava a esvaziar-se.

Para facilitar o cálculo utilizava-se uma combinação adequada da distâncias entre os nós no cabo e dos tempos de medição que permitisse obter, sem cálculos, o valor directo da velocidade. Uma combinação comum consistia em utilizar uma ampulheta que demorava 28 segundos a esvaziar e um cabo com nós espaçados de 47 pés e 3 polegadas (14,40 m). Com essa combinação, cada nó lançado corresponde a 14,40 m/28 s, ou seja a 1 851,66 m/h, o que para uma milha náutica de 1 852 m dá um erro de estima de apenas 0,02%, valor muito inferior aos erros cometidos na observação e ao erro induzido pelo efeito de deriva do flutuador. A distância entre nós pode ser calibrada em função do flutuador, para compensar pela sua deriva e pelo erro induzido pela velocidade da água.

Termos usados em aviação

  • KTAS significa "knots true airspeed", uma medida da velocidade real de uma aeronave através do ar.
  • KIAS significa "knots indicated airspeed", é velocidade em relação ao ar lida no odómetro ou outro instrumento de medida da velocidade.
  • KCAS significa "knots calibrated airspeed", é a velocidade em relação ao ar corrigida em função do erro posicional conhecido.
  • KEAS significa "knots equivalent airspeed", é a velocidade da aeronave em relação ao ar corrigida do erro causado pelos efeitos de compressibilidade.

Referências

  1. ALMEIDA, Guilherme de (Dezembro de 2012). «A terra, a milha e o nó». Cad. Bras. Ens. Fís., v.29, n.3, pp.1200-1205(Universidade Federal de Santa Catarina). Consultado em 25 de fevereiro de 2015 
  2. Policial, Piloto (22 de setembro de 2009). «Como calcular a precisão de uma Coordenada Geográfica». Piloto Policial (em português). Consultado em 25 de fevereiro de 2021 

Ligações externas

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