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Mutum-do-nordeste

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMutum-do-nordeste
Imagem do mutum-do-nordeste feita no século XIX por Nicolas Huet le Jeune.
Imagem do mutum-do-nordeste feita no século XIX por Nicolas Huet le Jeune.
Estado de conservação
Espécie extinta na natureza
Extinta na natureza Predefinição:Cat-artigo (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Galliformes
Família: Cracidae
Género: Pauxi
Espécie: P. mitu
Nome binomial
Pauxi mitu
(Linnaeus, 1766)
Sinónimos
  • Mitu mitu
  • Crax mitu (Linnaeus, 1766)

O mutum-do-nordeste ou mutum-de-alagoas (Pauxi mitu) é uma espécie de ave da família Cracidae encontrada originariamente na porção norte da Mata Atlântica brasileira.

Atualmente extinta na natureza devido à destruição de seu habitat para o plantio de cana-de-açúcar e pela caça desregrada, no Nordeste brasileiro, daí a sua denominação.

No início dos anos 70 havia registros de cerca de 20 indivíduos ou menos, em quatro fragmentos de floresta. Em 1976, Pedro Mário Nardelli obteve o primeiro exemplar, uma fêmea de seis anos, que morreu pouco depois. Em 1979, conseguiu cinco exemplares, dois machos e três fêmeas, sendo que um casal não se reproduziu.[2] Assim, todo o conjunto gênico da espécie é oriundo de apenas um macho e duas fêmeas. Trata-se de um dos primeiros casos de extinção de uma ave no Brasil devido à intervenção humana. Inicialmente, os exemplares estavam localizados em um aviário localizado no Rio de Janeiro (criatório Nardelli), os quais foram capturados em Alagoas, de 1976 em diante. Em 1979 a espécie chegou a contar com apenas cinco exemplares em cativeiro,[3] hoje em dia, ultrapassa os 200. Os únicos sobreviventes estão em criadouros e descendem daqueles representantes salvos por Pedro Nardelli, alguns são híbridos do mutum-cavalo,[4] espécie utilizada inicialmente para garantir a continuação da linhagem do mutum-do-nordeste. Com o sucesso da reprodução em cativeiro, os híbridos se tornaram um problema e tiveram que ser separados das aves puras.

A única chance de evitar sua definitiva extinção é reproduzi-lo em cativeiro e reintroduzi-lo na natureza, em áreas protegidas. Infelizmente em sua área de ocorrência (Mata Atlântica de Alagoas e Pernambuco) existem poucos remanescentes de mata e estes poucos trechos sofrem ainda grande pressão de caça pelos moradores da região. Outra grande ameaça a essa espécie é a consanguinidade, pois os exemplares restantes são parentes próximos.

Criadouros autorizados a criar o mutum-de-alagoas[5]

  • CRAX - Sociedade de Pesquisa da Fauna Silvestre - MG (das 250 aves existentes hoje, 200 nasceram no CRAX)
  • Criadouro Científico e Cultural Poços de Caldas - MG
  • Instituto Pauxi Mitu – SP
  • ICFau - Instituto para a Criação e Conservação da Fauna - SP
  • Criadouro Fazenda Cachoeira – Entre Rios De Minas – MG
  • Zoológico Foz Do Iguaçu – Parque Das Aves – PR
  • Zooparque Itatiba – SP
  • Zoológico De Sorocaba – SP
  • Criadouro Onça Pintada – PR
  • Criadouro Guaratuba PR

Reintrodução à natureza

Em 22 de setembro de 2017, um casal da espécie foi reintroduzido em seu estado natal, onde está em processo de adaptação em um viveiro de 390m².[6]

O espaço iria ser aberto ao público em 2020,[7] e um contrato entre a Usina Utinga Leão e o IPMA, que durou 10 anos e foi prorrogado por mais 20 anos, permitirá que outros três casais da ave sejam levados à Alagoas e reintroduzidos na natureza.

Características

Mede cerca de 83 centímetros de comprimento e pesa entre 2,75 a 3,0 quilogramas.

Alimentação

Consta que se alimenta de frutos (Eugenia sp. e Phillocantus sp.), caídos no solo, sob as fruteiras e milho.

Reprodução

Em 1978, um ninho foi encontrado em árvore, a média altura, oculto pela folhagem. Em cativeiro, a postura, em geral, é de 2 ovos e a fêmea começa a botar ovos a partir dos 3 anos.

Hábitos

Seu habitat natural é a Mata Atlântica densa, onde vivia no chão.

Referências

  1. Predefinição:Citar IUCN
  2. «Reintrodução do mutum-de-Alagoas está próxima da realidade | ((o))eco». www.oeco.org.br (em português). Consultado em 28 de abril de 2018 
  3. «Criados para a liberdade | ((o))eco». www.oeco.com.br (em português). Consultado em 28 de abril de 2018 
  4. «A gaiola que salva | Revista Pesquisa Fapesp». revistapesquisa.fapesp.br. Consultado em 28 de abril de 2018 
  5. «Plano de Ação – Instituto Pauxi Mitu». institutopauximitu.com.br (em português). Consultado em 28 de abril de 2018 
  6. «Depois de 30 anos extinto, mutum-de-alagoas é reintroduzido na natureza». Conexão Planeta (em português). 21 de setembro de 2017 
  7. «Extinto na natureza, mutum-de-alagoas será exibido pela 1ª vez em cativeiro». Ambiente-se (em português) 
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