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Predefinição:Info/Património Cultural Imaterial da Humanidade Predefinição:Medicina alternativaMoxabustão é uma espécie de acupuntura térmica, feita pela combustão da erva Artemisia sinensis e Artemisia vulgaris. O nome em chinês — 灸 - jiŭ (pinyin) significa, literalmente, longo tempo de aplicação do fogo. De história milenar, é originária do norte da China.[carece de fontes]
É uma técnica terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa. Baseia-se nos mesmos princípios e conhecimento dos meridianos de energia trabalhados na acupuntura, sendo amplamente utilizada nos sistemas de medicina tradicional da China, Japão, Coreia, Vietnã, Tibete, e Mongólia. Acredita-se que seja anterior à acupuntura.[carece de fontes]
Pressupõe-se que moxabustão trata e previne doenças através da aplicação de calor em pontos e/ou em certas regiões do corpo humano.[1]
Desde 2010 que a acupuntura e a moxabustão estão classificadas pela UNESCO na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade[2]
Terminologia
As primeiras referências ocidentais à moxabustão podem ser encontradas em cartas e relatórios escritos por missionários portugueses no Japão do século XVI. Eles a chamavam de "botão de fogo", uma expressão originalmente usada para ferros de cauterização ocidentais de cabeça redonda. Hermann Buschoff, que publicou o primeiro livro ocidental sobre o assunto em 1674, usou o termo japonês mogusa. Como o "u" não é pronunciado com força, ele grafou o termo como "moxa". Posteriormente, autores juntaram o termo "moxa" com o termo latino combustio ("queima").[3][4]
O nome da erva artemísia usada na moxabustão é ài ou àicǎo (艾, 艾草) em chinês[5] e yomogi (蓬) em japonês. Os nomes chineses para moxabustão são jiǔ (灸) e jiǔshù (灸術); os japoneses usam os mesmos caracteres e pronunciam kyū e kyūjutsu. Em coreano, a leitura é tteum (뜸). O folclore coreano atribui o desenvolvimento da moxabustão ao lendário imperador Dangun.[6]
O ideograma chinês para moxabustão compõe metade da palavra chinesa zhēnjiǔ, ou japonesa "shinkyu" (針灸), que é geralmente traduzida como "acupuntura" no ocidente.[carece de fontes]
Teoria e prática
A combustão da Artemísia tem a propriedade de aquecer profundamente. A aplicação do calor produzido pela moxa nos pontos ou meridianos de acupuntura remove bloqueios de energia que obstruem o seu fluxo pelos meridianos. Ela também estimula a circulação suave de sangue no organismo. Alguns acreditam que ela elimine a umidade e o frio que promovem disfunções no organismo.[7] Também se acredita que ela tenha o poder de virar bebês que estão com posição invertida no útero.
Os praticantes alegam que a moxabustão é especialmente efetiva no tratamento de problemas crônicos, "condições de deficiência" e gerontologia. Bian Que (fl. circa 500 a.C.), um semilendário médico chinês da antiguidade e primeiro especialista em moxabustão, discutiu as vantagens da moxabustão sobre a acupuntura na sua obra clássica Bian Que Neijing. Ele afirmou que a moxabustão podia adicionar nova energia ao corpo e podia tratar tanto condições de excesso quanto de deficiência.
Os praticantes podem usar agulhas de acupuntura de vários materiais em combinação com a moxabustão.
Existem vários métodos de moxabustão. Três deles são: direto com cicatrização, direto sem cicatrização e moxabustão indireta. O primeiro coloca um pequeno cone de moxa sobre a pele, no acuponto, e queima até que a pele forme uma bolha. Posteriormente, ocorre a cicatrização do local.[8] O segundo método remove a moxa ardente da pele antes que ocorra lesão.[8] A moxabustão indireta mantém um charuto de moxa aceso próximo à pele de modo a aquecer o acuponto, ou coloca o charuto sobre uma agulha de acupuntura inserida no acuponto de modo modo a aquecê-la.[8]
Chuanwu lingji lu (Registro dos Ensinamentos Soberanos), de Zhang Youheng, foi um tratado de acumoxa completado em 1869. Ele apresentava várias ilustrações coloridas que mostravam os pontos onde a moxa podia ser aplicada para tratar as doenças.
O efeito do calor ou radiação infravermelha se soma à energia yang do corpo, potencializando esse aspecto (yang) da energia (chi), podendo inclusive ser conduzido até o seu extremo, ou seja, a transformação no aspecto oposto da energia (yin). O calor de um dia quente pode ser amenizado com xícara de chá.[carece de fontes]
Na patologia chinesa, as doenças reumáticas são classificadas como doenças do frio, da tristeza e da umidade. O frio patogênico tem características Yin e consome o Qi (Chi) Yang. Predomina no inverno, assim como as doenças do frio. Pode ser causado por contração e estagnação ou por exposição ao frio após transpirar, ou ser apanhado pelo vento e chuva.[carece de fontes]
A depleção do Yang pode ser percebida por: membros frios; palidez, diarreia com fragmentos de alimentos não digeridos nas fezes; urina límpida e abundante.[carece de fontes]
A umidade predomina no final do verão, época de chuvas, torna-se susceptível aos seus efeitos patogênicos com o uso de roupas molhadas e/ou residência em locais úmidos, ou mesmo contatos frequentes (ocupacionais) com a água. Se caracteriza por indolência e estagnação além de sintomas como tontura, cansaço, opressão no peito e epigástrio, náusea, vômitos, viscosidade e sabor adocicados na boca. Doenças de pele, alergias, abcessos, úlceras gotosas, leucorreia de fluxo abundante são manifestações de seu poder patogênico. Como foi dito, pode se combinar com o frio ou calor.[carece de fontes]
No ocidente, os efeitos da temperatura no corpo humano foram bastante estudados durante o final do século XIX e início do século XX consolidando-se no que é conhecido como hidroterapia ou termalismo. Atualmente, o tratamento com aplicação de calor (termoterapia) é administrado (geralmente com lâmpadas infravermelhas) por fisioterapeutas, embora ainda se utilizem saunas de vapor e banhos quentes. O ofurô, apesar de amplamente utilizado no Japão, aparentemente não integra o elenco das práticas médicas tradicionais da Ásia.[carece de fontes]
Apesar da concepção de saúde-doença e tratamento da moxabustuão e acupuntura serem essencialmente semelhantes, não se aplica a moxabustão em todos os pontos de acupuntura. Kikuchi, em sua prática e seu livro sobre o tema, selecionou 78 pontos (tsubo em japonês) com indicação clínica e resultados empíricos de eficácia.[carece de fontes]
Do ponto de vista ocidental, os efeitos da aplicação de calor são as alterações no comportamento metabólico/celular (elevação), circulatório (vaso-dilatação), na função nervosa (relaxamento muscular e sedação) Observe-se que, do ponto de vista da fisiologia chinesa, a energia yang corresponde à tonificação (aumento da taxa metabólica), e a diminuição da rigidez e espasmo favorecem o movimento e atividade.[carece de fontes]
Efetividade e segurança
A maior parte da pesquisa sobre moxabustão vem da China, e é geralmente de baixa qualidade.[9] Seus praticantes, no entanto, a veem como uma panaceia.[9]
Um artigo da Colaboração Cochrane encontrou evidências limitadas da efetividade da moxabustão no caso de bebês com posição invertida no útero, e pediu mais pesquisas sobre o tema.
A moxabustão também foi estudada no tratamento de dor,[10] câncer,[11] acidente vascular cerebral,[12] colite ulcerosa,[13] obstipação[14] e hipertensão.[15] Artigos concluíram que tais estudos foram, no entanto, de baixa qualidade, com possível viés de publicação.[16]
A moxabustão tem o risco de efeitos adversos, incluindo queimadura e infecção.[9] Efeitos colaterais da moxabustão incluem náusea, irritação da garganta e dor abdominal proveniente de contrações.[17]
Ver também
- Diatermia
- Termoterapia
- Forno de Bier
- Acupuntura
- Alquimia chinesa
- Auriculoterapia
- Fitoterapia chinesa
- Medicina tradicional chinesa
- Yin/Yang na Medicina Tradicional Chinesa
- Teoria dos Cinco Elementos
Bibliografia
- Lee, Myeong Soo; Choi, Tae-Young; Park, Ji-Eun; Lee, Song-Shil; Ernst, Edzard (2010). «Moxibustion for cancer care: a systematic review and meta-analysis». BMC Cancer. 10 (130). ISSN 1471-2407. PMID 20374659. doi:10.1186/1471-2407-10-130
Referências
- ↑ Deng H, Shen X. The mechanism of moxibustion: ancient theory and modern research. Evid Based Complement Alternat Med. 2013;2013:379291. doi:10.1155/2013/379291
- ↑ UNESCO. «La acupuntura y la moxibustión de la medicina tradicional china». Consultado em 21 de janeiro de 2019
- ↑ Wolfgang Michel (2005). "Far Eastern Medicine in Seventeenth and Early Eighteenth Century Germany". Gengo Bunka Ronkyū 言語文化論究. Kyushu University, Faculty of Languages and Cultures. 20. [S.l.: s.n.] pp. 67–82. hdl:2324/2878. ISSN 1341-0032
- ↑ Li Zhaoguo (2013). English Translation of Traditional Chinese Medicine: Theory and Practice. 上海三联书店. [S.l.: s.n.] 11 páginas. ISBN 978-7-5426-4084-0
- ↑ Existem vários outros nomes em chinês, como bingtai 冰台、ecao 遏草、xiang'ai 香艾、qiai 蕲艾、aihao 艾蒿、jiucao 灸草﹑yicao 医草﹑huangcao 黄草﹑airong 艾绒
- ↑ Needham, J; Lu GD (2002). Celestial lancets: a history and rationale of acupuncture and moxa. [S.l.]: Routledge. 262 páginas. ISBN 0-7007-1458-8
- ↑ «Moxibustion». Consultado em 20 de outubro de 2021
- ↑ 8,0 8,1 8,2 «Moxibustion». Consultado em 20 de outubro de 2021
- ↑ 9,0 9,1 9,2 Ernst E (2019). Alternative Medicine – A Critical Assessment of 150 Modalities. [S.l.]: Springer. pp. 182–183. doi:10.1007/978-3-030-12601-8. ISBN 978-3-030-12600-1.
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(ajuda) - ↑ Lee, M. S.; Shin, B.-C.; Kim, J.-I.; Han, C.-h.; Ernst, E. (2010). "Moxibustion for Stroke Rehabilitation: Systematic Review". Stroke. 41 (4). [S.l.: s.n.] pp. 817–20. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20150551 Ligação externa em
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