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Miguel Cadilhe

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Miguel José Ribeiro Cadilhe
Ministro(a) de Flag of Portugal.svg Portugal
Período X Governo Constitucional
  • Ministro das Finanças

XI Governo Constitucional

  • Ministro das Finanças
Antecessor(a) Ernâni Lopes
Sucessor(a) Miguel Beleza
Dados pessoais
Nascimento 10 de novembro de 1944 (80 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Barcelos
Partido Partido Social Democrata
Profissão Economista

Miguel José Ribeiro Cadilhe GCM (Barcelos, 10 de Novembro de 1944) é um político e economista português.

Biografia

Miguel Cadilhe nasceu em Barcelos, fez a escola e o liceu na Póvoa de Varzim, vive no Porto.

Licenciou-se na Faculdade de Economia da Universidade do Porto com a melhor classificação de 1968, aqui leccionou macroeconomia, estatística, econometria, matemática financeira, investigação operacional, etc, publicou lições, integrou a Comissão de Reestruturação de 1977.

Investigou política macroeconómica na LSE, London School of Economics, em 1981-82.

Foi professor catedrático convidado da Universidade Católica, no Porto, onde leccionou economia pública e políticas públicas, em 2006 a 2011.

Cumpriu serviço militar de Outubro 1969 a Março 1973.

Integrou e dirigiu o gabinete de estudos económicos e financeiros de um dos maiores bancos portugueses, no Porto, entre 1973 e 1985, abrangendo as áreas de economia portuguesa, análise da conjuntura, análise de empresas e central de balanços.

Foi administrador e presidente de empresas, bancos, fundações, associações e diversas outras instituições.

Foi secretário de Estado do Planeamento em 1980, no Governo Sá Carneiro, e ministro das Finanças entre fins de 1985 e inícios de 1990, no Governo Cavaco Silva. Foi exonerado pelo primeiro-ministro a 5 de janeiro de 1990, na sequência de uma redução obtida ao pagamento da sisa - antecessora do Imposto Municipal sobre as Transações Onerosas de Imóveis (IMT) - pela compra de um apartamento nas Amoreiras, em Lisboa. O ministro terá recorrido à permuta da sua residência no Lumiar, em Lisboa, por um apartamento numa das torres das Amoreiras, utilizando a figura da permuta para obter redução no pagamento da sisa, que também terá utilizado na aquisição de uma casa no Porto. O ministro foi também acusado de recorrer a viaturas da Guarda Fiscal para a mudança de residência, tendo sido ilibado do crime de peculato de uso pela Procuradoria-Geral da República em junho de 1989, após alegar que a transferência de documentos secretos que mantinha na sua residência requeria a utilização de viaturas da Guarda Fiscal, dada a sensibilidade da informação neles contida. Adicionalmente, ficou demonstrado que, apesar de já possuir duas residências em Lisboa, continuava a receber subsídio de alojamento, num total acumulado de mais de dois mil contos na moeda da época, como se residisse fora de Lisboa, tendo o ministro apresentado um parecer que fundamentava o recebimento do subsídio de alojamento. Processou os jornais Expresso e o Independente, que divulgaram todos estes acontecimentos, exigindo indemnizações de dez mil contos, contra O Independente, e quinze mil contos, contra o Expresso, por danos morais. As sentenças dos tribunais de primeira e segunda instância não concederam provimento às queixas do ministro, reconhecendo a legitimidade das questões levantadas pelos jornais e as dúvidas sobre a legalidade da atuação do ministro; no entanto, o Supremo Tribunal de Justiça concedeu provimento às queixas do ministro, condenando O Independente ao pagamento de uma indemnização de 3500 contos, já em 1995, e o Expresso e o seu diretor, José António Saraiva, ao pagamento de dois mil contos de indemnização, em 1994.[1][2][3]

Actualmente colabora pro bono com entidades ligadas à cultura ou à economia, como membro de conselhos consultivos e conselhos fiscais.

Integra igualmente conselhos editoriais de revistas, especialmente de análise económica e política.

Foi e é consultor de empresas e associações, nomeadamente em avaliações de projectos e partes sociais.

Foi presidente do Conselho de Curadores da Universidade do Porto, entre 2015 e 2020.

Desde junho de 2022, é membro do Conselho de Estado, eleito pela Assembleia da República, em representação do PSD, para a XV Legislatura (2022-2026).[4]

Obras

Debruça-se sobre temas da realidade nacional, matérias de docência e outros assuntos, em livros, artigos e relatórios, de onde se destacam:

  • Teoria dos conjuntos (co-autoria, 1964);
  • Investigação operacional (co-autoria, 1968, prémio UP);
  • Lições de matemática Financeira (co-autoria, 1969, reedições até 1988)
  • Financiamento obrigacionista da empresa portuguesa (1970)
  • Arranque da inflação portuguesa (1972)
  • Acordo comercial Portugal Mercado Comum (co-autoria, 1973);
  • Plano de aulas de Estatística (1974);
  • Regeneração da economia portuguesa (1984);
  • Matemática financeira aplicada (1984, reedições até 1998);
  • Portuguese external deficit and strategy of the humps (1984);
  • Estratégia macroeconómica para Portugal (1985);
  • Ao sabor da estratégia (1987);
  • Factos e enredos, quatro anos no Ministério das Finanças (1990);
  • Luzes e sombras da UEM (1990);
  • Tempos e modos de Portugal na UEM (1991);
  • Matematismos na economia e na gestão (1991);
  • Política de dividendos e dupla tributação (1991);
  • Eficiência empresarial dos têxteis portugueses (1992);
  • Controlo parlamentar das finanças públicas (1996);
  • Recessão e défices públicos (1997);
  • Ministério das Finanças e Tribunal de Contas (2000)
  • Fronteiras das funções do Estado (2005);
  • Enquadramento político da reforma fiscal de 1988/89 (2005);
  • Poemas da minha vida (antologia, 2005);
  • Portugal e o novo Pacto de Estabilidade e Crescimento (2006);
  • Finanças da descentralização política (2006);
  • Reforma conceitual e administrativa do Estado (2007);
  • Razões da descentralização política (2011);
  • Políticas contra o desmazelo florestal (2012);
  • Sobrepeso do Estado em Portugal (2005, 2013);
  • Prémio de hostilidade coactiva - artigo 490.º do CSC (2015);
  • Comentário sobre a dimensão do Estado em Portugal (2015);
  • As razões do interior e o regime contratual de investimento (2018);
  • As finanças de Portugal na segunda metade dos anos oitenta (2019);
  • As finanças e o reformismo em Portugal  (2019);
  • A Lei Sapateiro e a reforma do mercado de capitais (2019);
  • O interior, as empresas e a política fiscal (2020).

Em jornais:

  • Escudo precoce (1992);
  • Série de 25 artigos no Expresso (2007);
  • Razões da descentralização política (2010);
  • PEC 2010/2013 em doze breves notas (2010);
  • Resgatar a honra e o futuro (2011);
  • Imposto patrimonial solidário (2012);
  • Reforma do centralismo (2013);
  • Contra-guião da reforma do Estado (2013);
  • Série de 23 artigos no JN (2014);
  • Série de artigos sobre o interior de Portugal, nos jornais Expresso e Público (2018);
  • Descentralização em tempos de 1820 e 2020 (2020);
  • Francisco Sá Carneiro e o centralismo (2020).

Distinções

Recebeu diversos prémios escolares e profissionais. Foram-lhe atribuídas a Grã-Cruz da Ordem do Mérito de Portugal a 9 de Junho de 1995 e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul do Brasil.

Recebeu em 1997 o prémio "Economista do Ano" da AAAFEP, Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Economia do Porto.

Recebeu em 2003 o "Lifetime Achievement Award" na iniciativa Investor Relations Awards.

Foi distinguido com a Medalha de Ouro do Município do Porto em 2013, o Prémio Carreira da Ordem dos Economistas e o Prémio Carreira FEP, Faculdade de Economia do Porto, 2015.

Recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em 2017.[5]

É membro honorário de diversas instituições, tais como: Santa Casa da Misericórdia do Porto, Associação Empresarial de Portugal, Confraria das Tripas à Moda do Porto, Confraria dos Vinhos Verdes, etc.

Referências

Ligações externas

  1. RedirecionamentoPredefinição:fim

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Precedido por
Ernâni Lopes
Ministro das Finanças
X Governo Constitucional e XI Governo Constitucional
1985 – 1990
Sucedido por
Miguel Beleza

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