Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto, dista 40 km da sede. Localiza-se na latitude 20º 26' 03" Sul e longitude 43º 46' 35" Oeste e está a uma altitude média de 1172 metros.
História
O distrito nasceu com o nome de Região do Rodeio. Era uma localidade composta por fazendas mineradoras de ouro.[1] A mineração desenvolveu-se, principalmente, nas áreas de depressão do terreno, chamadas de caldeirões.
A partir da década de 1880, a região começou a ganhar nova dinâmica. A inauguração da Estação Ferroviária de Miguel Burnier deu-se no dia 17 de junho de 1884 e o nome foi uma homenagem ao diretor da Estrada de Ferro Dom Pedro II naquele ano, o engenheiro Miguel Noel Nascentes Burnier.[2]
No início do século XX, o comendador Carlos Wigg comprou a maioria das terras do distrito e, em 1893, implantou uma usina de produção de ferro. Em 8 de outubro de 1929, foi determinado que a sede do distrito seria São Julião, povoado da usina, onde se erguia a Capela de São Julião. Somente em 17 de dezembro de 1948 que, por força da lei nº 336, o distrito passou a se chamar Miguel Burnier.[3]
A mulher do comendador mandou erguer a igreja de Nossa Senhora Auxiliadora de Calastróis que, em 16 de julho de 1918, foi instituída como paróquia. Em 8 de outubro de 1929, foi determinado que a sede do distrito seria São Julião, povoado da usina onde havia a capela de São Julião. Somente em 17 de dezembro de 1948 que, por força da lei nº 336, o distrito passa a se chamar Miguel Burnier, mas, até os dias de hoje, os moradores afirmam que este nome se restringe à área da usina e o resto do distrito se autodenomina São Julião. Ainda neste período se instalam na região as irmãs da Beneficência Popular do Coração de Jesus que solicitaram a mulher do Comendador a construção de uma nova igreja. O pedido é atendido e, em 1934 é inaugurado o novo templo em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus. No mesmo ano, a capelinha de São Julião foi demolida e a imagem do santo foi levada para a igreja.
Em 1946, é construído pelas irmãs o Orfanato Monsenhor Horta.
Do desenvolvimento econômico à degradação ambiental
Maior distrito de Ouro Preto em extensão territorial, Miguel Burnier sempre teve sua ocupação urbana associada à exploração de recursos naturais. Nasceu num tempo em que as jazidas de ouro eram abundantes e se desenvolveu economicamente em virtude da extração de minério de ferro. Entretanto, com a chegada da Gerdau Açominas, no início dos anos 2000, o distrito vem experimentando um acelerado processo de êxodo populacional, além da degradação de seus recursos naturais.[4]
Referências
- ↑ Physis. «Miguel Burnier». Estrada Real (em português). Consultado em 22 de março de 2022
- ↑ «Prefeitura Municipal de Ouro Preto». ouropreto.mg.gov.br. Consultado em 22 de março de 2022
- ↑ Minas, Estado de (5 de novembro de 2021). «Festival cultural em Ouro Preto abre inscrições para propostas». Estado de Minas (em português). Consultado em 22 de março de 2022
- ↑ «Mineração em Minas Gerais: território e paisagem cultural». 1 de outubro de 2012. Consultado em 16 de fevereiro de 2016