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Mestres da Guitarrada

Os Mestres da Guitarrada projeto musical criado em 2003, formado por três músicos brasileiros guitarristas, Joaquim de Lima Vieira (Mestre Vieira), Curica e Aldo Sena. Considerados os “mestres da música amazônica”, com influências musicais caribenhas e amazônicas.[1]

A guitarrada é um gênero musical instrumental brasileiro de origem paraense, que surgiu em 1970.[2] É uma mistura de choro, carimbó, merengue e maxixe, onde a guitarra faz o papel principal e o solo.

Ainda que Mestre Vieira, o criador da guitarrada, já tivesse uma carreira de mais de 30 anos atuando  principalmente nas regiões norte e nordeste do país, tendo lançado até 2003, 13 LPs e 2 CDs, foi com o projeto "Mestres da Guitarrada" que o estilo guitarrada se consolidou nacionalmente como uma linguagem de sotaque nortista para a guitarra elétrica.[3]

Em 2011, a guitarrada foi eleita Patrimônio Cultural Paraense, devido a importância do ritmo para a cultura do estado.[4]

História

Projeto idealizado pelo guitarrista Pio Lobato em 2003, pesquisador musical e integrante do grupo Cravo Carbono.[3]

Mas o título de “mestre” não é advindo de intelectualidade, por eles frequentarem academias de música; o título é um reconhecimento popular.

A história do trio se confunde com a própria história da música no Pará. Mestre Curica é um dos expoentes do carimbó paraense e fundador do Grupo Uirapuru, junto com Mestre Verequete; Mestre Vieira é o criador da guitarrada homônima, segundo ele uma mistura de guitarra com corda de violão, amplificador de pilha e uma espécie de caixinha, de onde ele começou a tirar sons com influências caribenhas em meados de 1970; já Mestre Aldo Sena criou a sua interpretação da guitarrada misturando influências do grupo Os Incríveis e do rock.[1]

Uma inovação desse disco dentro do universo da guitarrada foi a presença de mestre Curica, antigo banjista de Verequete (o primeiro artista a gravar um LP de carimbó em 1971). Até então o banjo, instrumento que na música do norte do Brasil é essencialmente rítmico e marcante no carimbó, não havia sido usado em discos de guitarrada. E Curica estava afastado da música há mais de uma década, até a gravação do disco "Mestres da Guitarrada". Através de um trabalho de pesquisa no universo do carimbó, Bruno Rabelo, integrante do Cravo Carbono, "descobriu" o interesse de Curica também pela guitarrada (que toca e compõe no estilo em sua guitarra baiana), e o apresentou a Pio Lobato. Curica era amigo pessoal de Aldo Sena. Percebendo essa afinidade, Lobato, no momento da formulação do projeto, teve então a ideia de unir o banjista junto dos outros dois músicos ícones da guitarrada no emblemático disco.

Os textos explicativos (não creditados) do encarte do CD "Mestres da Guitarrada", contando a trajetória dos músicos participantes, são de autoria dos membros grupo do Cravo Carbono: Lázaro Magalhães, Pio Lobato e Bruno Rabelo.

Eles são festejados como gênios da música popular por figuras como o antropólogo e pesquisador musical Hermano Vianna e o DJ Dolores (reconhecido internacionalmente como um dos representantes da música eletrônica nacional).[4]

Após turnês pelo brasil e por diversos países do exterior, em 2007 o grupo se separa.

Em 2011, a guitarrada foi eleita Patrimônio Cultural do Estado do Pará, pela Lei de n° 7.499, reconhecendo devido a importância do ritmo para a cultura do estado.[4]

Ver também

Predefinição:Ordem do Mérito Cultural

  1. 1,0 1,1 Souto Maior, Leandro; Schott, Ricardo (2014). Heróis da guitarrada brasileira. Google Books: Irmãos Vitale. 162 páginas. ISBN 8574074284. Consultado em 29 de agosto de 2016 
  2. «Mestres da Guitarrada: Lambada e Carimbó». Album Itaú Cultural. Itaú Cultural. 14 de novembro de 2011. Consultado em 29 de agosto de 2016 
  3. 3,0 3,1 «Guitarrada ganha versão remix em CD». Folha Música. Folha de S.Paulo. 25 de julho de 2008. Consultado em 29 de agosto de 2016 
  4. 4,0 4,1 4,2 Borges Porto, Ubiratan Nazareno. «Meio século de guitarrada». Semas Cultura. Semas Barcarena. Consultado em 29 de agosto de 2016 

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