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Maria Olga de Moraes Sarmento da Silveira

Olga de Moraes Sarmento
Nome completo Maria Olga de Moraes Sarmento da Silveira
Nascimento 26 de maio de 1881 (142 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Setúbal
Morte 1948 (67 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]Predefinição:Sem local
Residência Paris
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Ocupação Escritora e conferencista

Maria Olga de Moraes Sarmento da Silveira (Setúbal, 26 de Maio de 18811948) foi uma escritora e conferencista portuguesa.

Filha e neta de militares, passou parte da infância em Elvas, onde se tornou amiga de Virgínia Quaresma.[1] Casou aos 16 anos com um médico da Armada, que sete anos depois morreu em combate em Cuamato (Angola).

Esteve fortemente ligada ao grupo de intelectuais portuguesas que no início do século XX lutou pelos direitos cívicos, legais e políticos das mulheres.

Dirigiu a publicação Sociedade Futura, criada em 1902, sucedendo no cargo a Ana de Castro Osório, uma das principais teóricas do feminismo e também se conhece colaboração da sua autoria na revista A Arte Musical [2] (1898-1915).

Aderiu à Liga Portuguesa da Paz, fundando e tornando-se presidente da sua Secção Feminista em 1906. Em 18 de Maio de 1906 proferiu, na Sociedade de Geografia de Lisboa, uma conferência sobre o "Problema Feminista". Viajou também como conferencista à América do Sul, visitando o Brasil, o Uruguai e a Argentina. No Brasil, conheceu e tornou-se amiga da escritora Júlia Lopes de Almeida.[3]

Mulher emancipada, ainda que monárquica e católica, viveu em Paris cerca de trinta anos, incluindo durante I Guerra Mundial. A razão do exílio voluntário é apontada nas suas Memórias: "o meu eterno conflito com as convenções, com os preconceitos portugueses".[4] A jovem viúva não voltou a casar, mas manteve profundas amizades femininas, cujos nomes estão ligados ao nascimento da cultura lésbica em França, como Renée Vivien, Lucie Delarue-Mardrus, Hélène de Zuylen, Colette, a Princesa Violette Murat e a Duquesa Élisabeth de Clermont-Tonnerre.[5] Durante mais de trinta anos foi companheira da Baronesa Hélène de Zuylen de Nyevelt, née Rothschild, a quem salvou do Holocausto, levando-a para Lisboa e, posteriormente, para Nova Iorque.[6] Hélène de Zuylen morreu em Lisboa em 17 de Outubro de 1947. Olga dedicou-lhe também as suas Memórias, publicadas em 1948.

Ana de Castro Osório e Olga de Morais Sarmento numa pintura mural em Setúbal

Muito ligada à sua terra natal, Setúbal, deixou à Câmara Municipal todo o seu espólio, incluindo a sua biblioteca pessoal, e uma vasta colecção de autógrafos de personalidades de relevo da arte, da música e da literatura em bilhetes-postais, cartas, livros e desenhos. Este legado faz parte do acervo do Museu de Setúbal/Convento de Jesus.

Algumas obras

  • "Problema Feminista" (1906)
  • A Marquesa de Alorna (sua influência na sociedade portuguesa)(com prefácio de Teófilo Braga)(1907)
  • Arte, Literatura & Viagens (1909)
  • A Infanta Dona Maria e a Corte Portuguesa (1909)
  • La Patrie Brésilienne (1912)
  • Sa Majesté la Reine Amélie de Portugal, Princesse de France (1924)
  • Teófilo Braga: Notas e Comentários (1925)
  • As Minhas Memórias: Tempo Passado, Tempo Ausente (1948)

Condecorações recebidas

Referências

  1. "Maria Olga de Morais Sarmento da Silveira", in Dicionário no Feminino (séculos XIX-XX), dir. Zília Osório de Castro e João Esteves, coord. António Ferreira de Sousa, Ilda Soares de Abreu e Maria Emília Stone (Lisboa: Livros Horizonte, 2005), pp. 736-37.
  2. Rita Correia (6 de novembro de 2017). «Ficha histórica:A Arte Musical (1898-1915)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de dezembro de 2017 
  3. Sarmento, Olga Moraes. As Minhas Memórias (Lisboa: Portugália, 1948), p. 189.
  4. As Minhas Memórias, p. 233.
  5. Fernando Curopos,« Les Mémoires de Maria Olga Morais de Sarmento : discours public, amours secrètes », in Inverses, n° 11, 2011, pp. 23-32..
  6. As Minhas Memórias, pp. 312-13. Vd. também Homossexuais no Estado Novo de São José Almeida (Lisboa: Sextante Editora, 2010), pp. 116-118.

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