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Maria Ana Fernanda de Bragança

Predefinição:Info/Nobre Maria Ana de Bragança (Lisboa, 21 de Julho de 1843Dresden, 5 de fevereiro de 1884), foi uma Infanta de Portugal, filha mais velha sobrevivente da rainha Maria II de Portugal, e de seu marido, o rei Fernando II. Por seu casamento, foi Princesa-Hereditária da Saxônia, como esposa de Jorge, Príncipe-Hereditário da Saxônia, depois do falecimento de Maria Ana, Rei da Saxônia.

Biografia

A infanta Maria Ana de Bragança, em retrato de 1853

Maria Ana era filha da rainha D. Maria II de Portugal e de seu consorte, o rei D. Fernando II. Após a morte da sua mãe em 1853, quando Maria Ana tinha apenas dez anos de idade, a infanta tornou-se a dama mais importante da corte, até ao casamento do seu irmão, o rei Pedro V, com a princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen em 1858. Embora inicialmente Maria Ana tenha tido uma boa relação com a cunhada, em carta de 1859, já após a morte de Estefânia, dirigida ao príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, Pedro V refere que a irmã tecia comentários pouco lisonjeadores sobre a sua esposa "por vaidade de mulher que se sente descer no seu estatuto (...)".[1]

A relação entre as duas cunhadas parece ter oscilado muito entre a chegada de Estefânia em maio de 1858 e o casamento de Maria Ana em Maio de 1859. A rainha deixou os seguintes testemunhos sobre a infanta:

"Sob todos os aspectos, a que mais se assemelha a Pedro (...)", "É uma pessoa encantadora, boa, generosa, notavelmente ajuizada para a sua idade, sem o menor egoísmo, respeitada e amada por todos nós (...) Jorge da Saxónia achou um verdadeiro tesouro. Ela está feliz e ama-o, mas não consegue falar do momento em que deixará a família sem chorar. O que é certo é que nos deixará um vazio imenso."

O irmão de Maria Ana, Pedro, afirma também nesta altura que esta é "a pérola do nosso circulo familiar" numa carta ao príncipe Alberto.[2] Casou-se em Lisboa, no dia 11 de maio de 1859, com o então príncipe Jorge da Saxónia. A rainha Estefânia tentou dar algum brilho à cerimónia, mas esta acabou por se realizar de forma discreta e não deixou memória nem em Portugal nem na Saxónia. O casal passou os seus primeiros dias de matrimónio no Palácio de Belém. Durante o curto período que passaram em Portugal após a cerimónia, o príncipe Jorge não deixou uma boa impressão junto da família uma vez que mal se dirigia à noiva e não esteve presente numa ida ao teatro para a qual tinha sido convidado. Nessa mesma aparição, Maria Ana, de quinze anos, foi vista a chorar. O casal de noivos partiu para a Saxónia a 14 de maio. Maria Ana não teve permissão para levar damas portuguesas e foi só acompanhada pelo irmão Luís na viagem. Sobre o casamento, Pedro V escreveu o seguinte:

"celebrou-se com mais pompa do que alegria o casamento da minha irmã com o príncipe Jorge da Saxónia. É desgraçada sina, que persegue este último, não deixar simpatias em parte alguma e despedir quase sempre pouco agradadas dele as pessoas que se lhe aproximam."[3]

O casamento entre Maria Ana acabaria por ser infeliz uma vez que, segundo o historiador Eduardo Nobre, o príncipe "não correspondeu às expectativas e às qualidades da infanta portuguesa".[4] Apesar disso, tiveram oito filhos.

Fotografia de Maria Ana com a sua filha Maria, 1860

Apesar de ter renunciado aos seus direitos de sucessão em Portugal, Dona Maria Ana poderia recuperá-los caso a linha masculina dos Bragança se extinguisse completamente, algo que esteve quase a acontecer em 1861 quando Pedro V e outros dois irmãos morreram de febre tifóide sem deixar descendentes. Esta hipótese, no entanto, acabou por ser definitivamente excluída quando o rei Luís I se casou com Maria Pia de Saboia e teve dois filhos, o futuro rei Carlos I e o infante Afonso. Apesar de tudo, Maria Ana parece nunca ter dado grande importância a esta hipótese, devido à sua relação matrimonial atribulada e ao grande número de filhos.

Por volta de 1883, o seu filho mais novo, o príncipe Alberto da Saxónia, adoeceu gravemente, o que levou Maria Ana a cuidar dele durante vários meses até este recuperar. Este esforço acabaria por lhe ser fatal, uma vez que a infanta acabou por morrer, a 5 de fevereiro de 1884, de esgotamento, antes de o marido ascender ao trono da Saxónia.[5]

Descendência

Ancestrais

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Ernesto Frederico, Duque de Saxe-Coburgo-Saalfeld
 
 
 
 
 
 
 
Francisco, Duque de Saxe-Coburgo-Saalfeld
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sofia Antonieta de Brunsvique-Volfembutel
 
 
 
 
 
 
 
Fernando de Saxe-Coburgo-Gota
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Henrique XXIV, Conde de Reuss-Ebersdorf
 
 
 
 
 
 
 
Augusta Reuss-Ebersdorf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carolina Ernestina de Erbach-Schönberg
 
 
 
 
 
 
 
Fernando II de Portugal
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ignaz II József Csabragi, Conde de Koháry
 
 
 
 
 
 
 
Ferenc József, Príncipe de Koháry
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Gabriela Cavriani
 
 
 
 
 
 
 
Maria Antônia de Koháry
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jorge Cristiano de Waldstein-Wartenberg
 
 
 
 
 
 
 
Maria Antônia de Waldstein-Wartenburg
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Isabel Ulfeldt
 
 
 
 
 
 
 
Maria Ana de Portugal
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pedro III de Portugal
 
 
 
 
 
 
 
João VI de Portugal
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria I de Portugal
 
 
 
 
 
 
 
Pedro I do Brasil & IV de Portugal
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carlos IV da Espanha
 
 
 
 
 
 
 
Carlota Joaquina da Espanha
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Luísa de Parma
 
 
 
 
 
 
 
Maria II de Portugal
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leopoldo II do Sacro Império Romano-Germânico
 
 
 
 
 
 
 
Francisco I da Áustria
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Luísa da Espanha
 
 
 
 
 
 
 
Maria Leopoldina da Áustria
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fernando I das Duas Sicílias
 
 
 
 
 
 
 
Maria Teresa das Duas Sicílias
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Carolina da Áustria
 
 
 
 
 
 

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Referências

  1. Lopes, Maria Antónia, "Rainhas Que o Povo Amou", Temas e Debates, 2013, pág. 65
  2. Lopes, Maria Antónia, "Rainhas Que o Povo Amou", Temas e Debates, 2013, pág. 66
  3. Lopes, Maria Antónia, "Rainhas Que o Povo Amou", Temas e Debates, 2013, pág. 75
  4. Nobre, Eduardo, "Família Real - Álbum de Fotos", Quimera Editores, 2002, pág. 28
  5. Nobre, Eduardo, "Família Real - Álbum de Fotos", Quimera Editores, 2002, pág. 61

Ligações externas

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