Mamelucos, também chamados de mamalucos (em árabe: مملوك (singular), مماليك (plural); romaniz.: mamlūk (singular), mamālīk (plural), mamlouk, mamluq, mamluke, mameluk, mameluke, mamaluke ou marmeluke , "propriedade", "escravo", "pajem", "criado") eram soldados de uma milícia egípcia constituída por escravos turcos. Formaram uma casta militar, vindo a conquistar o poder no Egito. Em 1798, foram derrotados por Napoleão na batalha das Pirâmides. Em 1811, foram exterminados por Mehmet Ali.[1]
A palavra vulgarizou-se em Portugal possivelmente na Idade Média, derivando do termo árabe denotativo da facção de escravos turcos que, engrossando as fileiras do exército muçulmano no Egito, acabaria por fundar uma dinastia afamada por sua tirania na região. Os mamelucos coloniais (para não falar nos mestiços reinóis) herdaram, pois, no próprio nome, a fama de violência dos guerreiros turco-egípcios.
História
Os mamelucos eram escravos que, geralmente, serviam a seus amos como pajens ou criados domésticos e que, eventualmente, eram usados como soldados pelos califas muçulmanos e pelo Império Otomano. Em alguns países, como no Egito, conquistaram o poder.
Os primeiros mamelucos serviram os califas abássidas em Bagdá no século IX. Os Abássidas recrutaram-nos das famílias não muçulmanas capturadas em áreas que incluem a atual Turquia, Europa de Leste e o Cáucaso.
O uso de não muçulmanos justifica-se porque os governantes islâmicos, muitas vezes lidando com conflitos tribais e debatendo-se com as intrigas de que ibne Caldune nos relata para manter o poder, muitas vezes desejavam depender de tropas sem ligação com as estruturas (familiares e culturais) de poder estabelecidas. Também se pode justificar esta escolha em parte pelo argumento de que o Islão proibia que muçulmanos combatessem entre si (o que, naturalmente, era um argumento retórico, dado que, na verdade, eles combateram-se). Além disso, era uma estratégia vantajosa para os muçulmanos retirar os homens jovens e sadios às suas famílias e terras cristãs, adiando ou mesmo evitando levantes que ameaçassem a integridade territorial dos impérios islâmicos, conforme se viu no recrutamento compulsório de jovens cristãos para o treinamento de janízaros otomanos.
Como se disse, o principal motivo desta opção era político. Os guerreiros locais eram frequentemente mais fiéis aos sheiks tribais, às suas famílias ou nobres, do que ao sultão ou califa.
Se algum comandante militar local conspirasse contra o governante, era, frequentemente, impossível lidar com ele sem causar intranquilidade entre a nobreza ligada a esse comandante por laços familiares ou culturais.
As vantagens das tropas escravas é que eles eram estrangeiros, possuíam o estatuto mais baixo possível na sociedade e não podiam conspirar contra o governante sem correrem o risco de ser punidos.
Governantes mamelucos
Predefinição:VT Após converterem-se ao Islão, os mamelucos deixavam de ser, tecnicamente, escravos e eram treinados como soldados de cavalaria. Apesar de não serem mais formalmente escravos, após receberem treinamento, eram obrigados a servir o sultão e mantidos por ele como uma força autónoma sob o seu comando directo para uso em caso de atritos entre tribos locais. Muitos mamelucos ascenderam a posições de influência no império. Com o tempo, tornaram-se uma casta militar poderosa e, em mais de uma ocasião, tomaram o poder para si mesmos, como, por exemplo, no Egito, de 1250 a 1517, e na Índia.
Na Índia, os governantes mamelucos foram:
- Cobadim Aibaque (1206–1210)
- Arã Xá (1210–1211)
- Xameçadim Iltutemis (1211–1236). Genro de Cobadim Aibaque.
- Roquonadim Firuz (1236). Filho de Iltutemis.
- Razia Sultana (1236–1240). Filha de Iltutemis.
- Muizadim Barã (1240–1242). Filho de Iltutemis.
- Alaudim Maçude (1242–1246). Filho de Roquonadim.
- Naceradim Mamude (1246–1266). Filho de Iltutemis.
- Guiaçadim Balbã (1266–1286). Ex-escravo, genro de Iltutemis.
- Muizadim Caicobado (1286–1290). Neto de Balbã e Naceradim.
- Caiumars (1290). Filho de Muiz ud din.
Ver também
Referências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 074.