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MAR-1

O MAR-1 é um míssil ar-terra tático antirradiação de médio alcance, com guiamento passivo por radar com múltipla opção de banda para ataque a sistemas de defesa antiaérea baseadas em terra ou em plataformas marítimas.

História

Em 1998 foi iniciado o programa para o desenvolvimento de um míssil anti-radiação para equipar as aeronaves A-1 (AMX) da FAB, com sua primeira exportação para o Paquistão finalizada em 2011 para equipar os caças JF-17 e Mirage III daquele país. Desde o início o programa foi conduzido pelo DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), juntamente com a empresa Mectron, também de São José dos Campos, e atualmente se encontra na fase de ensaios. Segundo divulgação da FAB, já teriam sido realizados os ensaios de separação com a aeronave A-1B do IPEV (Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo) DCTA.

Uma análise em cenário simulado mostrou que a cabeça de busca do MAR-1 tem condições de detectar um radar de baixa potência (no caso um diretor de tiro Skyguard) a distâncias maiores que 50 km. Durante esta fase de desenvolvimento em que se encontra, constatou-se que uma das limitações para o emprego do MAR-1 é a definição da distância aeronave-radar, parâmetro imprescindível para um lançamento com sucesso. Tal fato pode ter levado seus desenvolvedores a reavaliarem alguns conceitos.

Uma das maiores dificuldades encontradas foi a falta de uma plataforma girométrica nacional (sistema de navegação que “pilota” o míssil enquanto este procura o alvo durante seu voo) disponível para o míssil. Tal tecnologia é suscetível a embargos por razões políticas e estratégicas pelos países que dominam. Para isso, foi necessário um projeto, começando praticamente do zero, de um bloco girométrico miniaturizado a fibra óptica com três eixos ortogonais que fornecessem ao computador de bordo as informações necessárias junto aos acelerômetros, garantindo precisão ao míssil.

O projeto deste subsistema foi financiado pelo FINEP e conduzido pelo IEAv (Instituto de Estudos Avançados do DCTA) e Mectron. Aparentemente foi concluído. Um outro óbice surgiu em 1999, quando o governo brasileiro tentou efetuar uma compra de antenas espirais e alguns outros sistemas para o desenvolvimento da cabeça de busca do MAR-1 em um fabricante de Las Vegas. Porém, o governo americano vetou a compra, alegando que "não é interessante para a defesa americana o Brasil introduzir armamentos anti-radiação nessa região". Diante desse obstáculo, o DCTA se viu com apenas uma alternativa: desenvolver localmente a cabeça de busca.

Este subsistema, então, foi desenvolvido e testado com simuladores de emissões TS-100+ da Excalibur Systems (0,5 a 18 GHz) e aeronaves HS-125 da Divisão de Ensaios em Voo do CTA. Sabe-se, inclusive, que foi estudado pela FAB a instalação de sensores semelhantes nas aeronaves de patrulha P-95. É provável que estejam sendo desenvolvidos duas cabeças de busca para o míssil, cada uma para certa faixa de freqüências dos radares alvos. Elas poderiam ser trocadas de acordo com o radar a ser atacado.

Inicialmente, esperava-se que o MAR-1 fosse derivado do MAA-1, com as devidas adaptações nos sensores e aparência semelhante ao americano AGM-122 Sidearm, o que se mostrou equivocado quando da divulgação das primeiras imagens do míssil. Sua espoleta de proximidade foi (ou está sendo) desenvolvida pela empresa Opto Eletrônica de São Carlos que também participa do programa CBERS no qual será responsável por fabricar a câmera MUX para o satélite CBERS-3 capaz de gerar imagens de 20 metros de resolução, e do desenvolvimento de óculos de visão noturna (OVN) para o Exército Brasileiro, além de lentes, espelhos e espoleta de proximidade para o míssil MAA-1 e MAA-1B.

Quanto ao alcance que havia sido divulgado na imprensa especializada, que dava números de 25 km para um lançamento a 30 mil pés, a Mectron informa: “Isto está totalmente fora da realidade, são dados de um estudo aerodinâmico que não foram atualizados. O alcance atual, demonstrado em testes, é muito, mas muito maior que isso, e vamos melhorá-lo ainda mais. Para que se possa ter uma idéia, há pouco tempo efetuamos um teste com um novo motor que era tão potente que derreteu o bocal de exaustão e a porção traseira do míssil, fazendo com que tivéssemos que reprojetar tudo. Agora, um número real e definido eu não posso fornecer. É sigiloso”.[1]

Segundo o Brigadeiro Bueno, da Aeronáutica, vários países já solicitaram informações sobre o míssil. O MAR-1 será empregado no contexto de guerra eletrônica, na função de supressão da defesa aérea inimiga. Infelizmente, o Programa do míssil MAR-1 foi cancelado pela FAB - Força Aérea Brasileira, conforme informado pela empresa SIATT, empresa que ficou responsável pelo desenvolvimento da arma depois que a Odebrecht Tecnologia e Defesa (que havia incorporado a MECTRON), após aquela deixar de ter condições de continuar gerindo os projetos da FAB devido a sua controladora, a Construtora Odebrecht, ter sido envolvida em escândalos de corrupção.

Características[2]
Alcance 60 km a 30000 pés de altitude
Velocidade de lançamento Mach 0,5 a Mach 1,2
Ângulo de apresentação Lóbulos laterais da antena do radar detectado
Ângulo de visada 60°
Comprimento total 4.030 mm
Diâmetro 230 mm
Massa total 274 kg
Cabeça de Guerra 90 kg
Guiagem Passiva
Espoleta Ativa a laser
Fabricante Mectron Indústria e Comércio

Similares

  • Shrike (Norte-Americano) [3]
  • Standard Harm (Norte-Americano) [3]
  • Alarm (Inglês) [3]
  • Armat (Francês) [3]

Utilizadores

  • Brasil
  • Paquistão[4]

Referências

  1. «MAR-1 antiradiation missile» (em Inglês). Consultado em 2 de maio de 2013 
  2. «O Míssil anti-radar brasileiro». Consultado em 2 de maio de 2013. Arquivado do original em 13 de maio de 2012 
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 «Similares». Consultado em 2 de maio de 2013 
  4. «Brasil vende misseis ao Paquistão» (em Inglês). Consultado em 2 de maio de 2013 

Ligações externas

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