O termo utilizado por alguns psicanalistas mãe-geladeira foi um rótulo que era atribuído às mães de crianças autistas, quando se acreditava que elas poderiam ser a causa do autismo de seus filhos, por serem afetivamente frias.[1] O psiquiatra Leo Kanner, o primeiro a descrever o autismo, explicitou sua observação clínica de que as crianças autistas possuíam, em geral, pais muito inteligentes, mas pouco calorosos. Porém, Kanner apenas apontou uma associação, o que não implica causalidade (é mais provável que a frieza dos pais fosse consequência da ausência de retorno da criança ao afeto que dedicavam a ela).
Coube ao psicanalista Bruno Bettelheim a popularização do termo. Em seus artigos nos anos 1950 e 1960s, e mais explicitamente no seu livro "The empty fortress" ("A fortaleza vazia", em português),[2] Bettleheim popularizou a ideia de que o autismo seria causado pela indiferença da mãe em relação à criança. Assim como Kanner, Bettleheim ignorou o fato de que estas mesmas mães teriam outros filhos não autistas [carece de fontes]. Kanner posteriormente se disse mal compreendido e tentou se retratar apoiando o trabalho de pesquisadores como Bernard Rimland.[3]
Nos anos 1970 uma série de pesquisas comprovaram que o autismo é um quadro neurobiológico, que acomete os mecanismos cerebrais básicos de sociabilidade. Hoje, sabe-se que o autismo tem diversas causas, ou etiologias, sendo as genéticas as principais.[4][5]
Ainda hoje há quem acredite na ideia psicogênica do autismo, julgando que essa condição é o resultado de maus pais ou de uma falha na função materna. Essa explicação carece completamente de quaisquer bases científicas.[6]
Documentário
Em 2003, a Katermquin Films lançou o documentário "Refrigerator Mothers", que aborda o assunto.
Referências
- ↑ Laidler, James R. (15 de julho de 2004). «Autism-watch.org - The "Refrigerator Mother" Hypothesis of Autism» (em English). Consultado em 3 de fevereiro de 2009
- ↑ Erro em Lua em package.lua na linha 80: module 'Módulo:Citação/CS1/Sugestões' not found.
- ↑ «Introvertendo 143 - Bernard Rimland». Introvertendo. Consultado em 28 de dezembro de 2020
- ↑ Donvan, John; Zucker, Caren. In a Different Key: The Story of Autism (em inglês). [S.l.]: Crown. ISBN 9780307985675. Consultado em 19 de março de 2017
- ↑ «Autismo, visibilidade e aceitação». R7. 1 de outubro de 2020. Consultado em 15 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 15 de outubro de 2020
- ↑ Predefinição:Citar tese