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Luz de Almeida

Luz de Almeida

Artur Augusto Duarte da Luz de Almeida, conhecido na época e historicamente como Luz de Almeida (Alenquer, 25 de Março de 1867 - Lisboa, 4 de Março de 1939) foi um bibliotecário, arquivista, panfletista, franco-mação, carbonário e político português. Foi o fundador, principal dirigente e dinamizador das organizações secretas e clandestinas Maçonaria Académica e da Carbonária Portuguesa.

Biografia social e política

Fez o Curso dos Liceus e Superior de Letras em Lisboa.

Bibliotecário e arquivista, começou como ajudante de conservador da Biblioteca Municipal da Rua do Saco.[1]

Iniciou-se na Maçonaria em 1897 na R∴L∴ Luís de Camões do então Grande Oriente de Portugal dissidência minoritária e fugaz (1897 até 1909) do então Grande Oriente Lusitano Unido, e foi depois fundador e Venerável, em 1900, da R∴L∴ Montanha um Mestre influente e incontornável do então Grande Oriente Lusitano Unido.

De entre os inúmeros folhetos de propaganda que escreveu é-lhe atribuída a Cartilha do Cidadão, amplamente distribuído pelos regimentos, mas que na realidade foi redigida por Machado dos Santos.[1] [2]

  1. 1,0 1,1 «Cronologia do Século XX - Luz de Almeida». Fundação Mário Soares. Fmsoares.pt [ligação inativa]
  2. Republicano, Almanaque. «Almanaque Republicano: CARTILHA DO CIDADÃO». Almanaque Republicano. Consultado em 15 de outubro de 2015 

Morador em São Vicente de Fora na cidade de Lisboa, e repetidamente denunciado como conspirador, foi preso pela polícia nas vésperas do 28 de Janeiro de 1908 nas vésperas da Janeirada,[1] também conhecido como Golpe do elevador da Biblioteca,[2] e ficaria detido até 6 de Fevereiro de 1908.

É forçado a exilar-se em 1909, depois de o implicarem num homicídio que deu muito que falar nesse ano e que ficou conhecido como o "crime de Cascais".,[3][4] para escapar ao mandato de captura policial, António Maria da Silva obriga Luz Almeida a fugir no automóvel de Américo de Oliveira,[5] o exílio decorreu primeiro na Bélgica e a partir de 22 de Janeiro de 1909 em França, volta depois da Proclamação da República Portuguesa em 5 de Outubro de 1910.

Quando voltou tornou-se conservador da Biblioteca Municipal da Rua do Saco, foi eleito deputado da Assembleia Nacional Constituinte em 1911 pelo círculo de Lisboa-Oriental[5] mas não chegou a assumir o cargo na mesma pois nesse ano deslocou-se para o norte a fim de assumir a direcção dos grupos da Carbonária, que lutavam contra a primeira incursão monárquica,[5] a Monarquia do Norte.

Foi nomeado Inspector das Bibliotecas Populares e Móveis na reorganização dos Serviços das Bibliotecas e Arquivos Nacionais e publicou no âmbito desse trabalho, em 1918, Bibliotecas Populares e Móveis em Portugal, Relatório.
Faleceu em Lisboa, aposentado da sua função de conservador de Biblioteca, em 4 de Março de 1939 tendo antes colaborado, em 1932 na História do Regime Republicano em Portugal, no Capítulo: A obra revolucionária da propaganda: as sociedades secretas dirigida pelo historiador republicano Luís de Montalvor, texto este incontornável para quem queira entender a história da Carbonária Portuguesa.

Funções políticas

Cargos políticos que desempenhou:

  • Deputado eleito da Assembleia Nacional Constituinte em 1911 pelo círculo de Lisboa-Oriental;[5]
  • Inspector das Bibliotecas Populares e Móveis na reorganização dos Serviços das Bibliotecas e Arquivos Nacionais.

Funções maçónicas

Obras publicadas

  • Cartilha do Cidadão: diálogos entre o médico militar Dr. João Ribeiro e João Magala, Lisboa, 1909;
  • Bibliotecas Populares e Móveis em Portugal, Relatório, Lisboa, 1918;
  • História do Regime Republicano em Portugal, colaborador escrevendo o Capítulo: A obra revolucionária da propaganda: as sociedades secretas (pp. 202–56, Vol II), dirigida por MONTALVOR, Luís de. Lisboa, 1932.

Nos média

Aparece como personagem (interpretada pelo actor João Grosso) da série de TV O Dia do Regicídio, evocativa do centenário do Regicídio de 1908.

Referências

  1. A Janeirada foi planeada por António José de Almeida e tinha como organizador na sombra, Luz de Almeida, este na altura chefiava a Alta Venda da Carbonária Portuguesa, onde era secundado por Machado dos Santos e António Maria da Silva, este golpe deu-se depois que António José de Almeida na sequência do Congresso Republicano de Setúbal realizado em 1907, ter ficado de organizar a tomada do poder pelos republicanos por via revolucionária. António José de Almeida acabaria por ser preso com os conspiradores no Elevador da Biblioteca.
  2. O Elevador da Biblioteca, que já não existe, era um Elevador similar ao Elevador da Bica que ligava a Praça do Município (chamada então de Largo do Pelourinho) e o Largo da Biblioteca em Lisboa e foi o local onde alguns dos principais revolucionários republicanos do golpe de 28 de Janeiro de 1908 se deixaram encurralar e foram presos, por esse motivo esta revolução para além de ser conhecida por Janeirada foi mais popularmente denominada por Golpe do Elevador da Biblioteca.
  3. «António Maria de Azevedo Machado Santos O fundador da República Portuguesa: 1875 - 1921». António Maria da Silva garante que a Carbonária nada teve a ver com o caso, e muito menos Luz de Almeida, que desconhecia totalmente o assunto. Contudo, este é obrigado a abandonar rapidamente o País, dado que a sua vida estava em grande perigo se continuasse em Portugal. Vidaslusofonas.pt. Arquivado do original em 27 de outubro de 2011 
  4. «Cronologia do Século XX - Luz de Almeida». Fundação Mário Soares. Neste caso diziam que ele estaria implicado na célebre morte de Manuel Nunes Pedro. Fmsoares.pt [ligação inativa]
  5. 5,0 5,1 5,2 5,3 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas fmsoares.pt
  6. Anuário do Grande Oriente Lusitano Unido para 1906 (pp.28 e segs.)

Bibliografia

VENTURA, António, A Carbonária em Portugal 1897-1910, Livros Horizonte, 2008 (2.ª Ed.), ISBN 978-972-24-1587-3

Ligações externas

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