Informações pessoais | ||
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Data de nasc. | 7 de novembro de 1944 (80 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] | |
Local de nasc. | Leggiuno, Itália | |
Nacionalidade | Predefinição:ITAn | |
Altura | 1,80 m | |
Pé | Canhoto | |
Informações profissionais | ||
Posição | (ex-Centroavante) | |
Clubes de juventude | ||
1961–1962 1962 |
Laveno Mombello Legnano | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1962–1963 1963–1976 |
Legnano Cagliari |
Predefinição:023 Predefinição:0(6) Predefinição:0374 Predefinição:0(207) |
Seleção nacional | ||
1965–1974 | Itália | Predefinição:042 Predefinição:0(35) |
Luigi Riva (Leggiuno, 7 de novembro de 1944) é um ex-futebolista italiano que atuava como atacante.
Considerado um dos maiores atacantes italianos da história. Campeão europeu pela Itália em 1968, disputou a Copa do Mundo de 1970 e a Copa do Mundo de 1974. É o maior artilheiro da Seleção Italiana, com 35 gols em 42 jogos.[1] Seus chutes com a canhota eram devastadores e ficaram conhecidos como rombo di tuono, "ronco do trovão".[2]
No campeonato italiano, marcou 168 vezes, um verdadeiro feito na época mais retrancada do futebol do país.[1] É um símbolo da pequena equipe do Cagliari, clube onde é o maior artilheiro da história, com a qual foi três vezes artilheiro da Serie A e campeão em 1970, além de também ter sido presidente. Sua frase mais famosa é:
“ | "Não entro em campo para outra coisa que não seja marcar meus gols. Prefiro jogar mal e marcar do que jogar apenas muito bem."[1] | ” |
Carreira em clubes
Nasceu em uma família humilde em uma pequena cidade italiana.[1] Aos dezesseis anos, com a morte de mãe (perdera o pai aos nove), teve de cuidar sozinho das duas irmãs mais novas.[1] Daí surgiu sua obsessão por vencer: complementava o emprego de eletricista jogando por uma equipe amadora, ganhando por ela três dólares desde que vencesse a partida.[1] Apesar dos esforços, uma das irmãs faleceu de leucemia.[1] A outra ficou paralítica após um acidente automobilístico.[1] Riva, não deixando transparecer abalos, ficaria conhecido como "homem do lago" por sua introspecção.[1]
Pôde dedicar-se exclusivamente ao futebol quando foi aceite no Legnano, equipe profissional da Serie C1. Após uma única temporada, a de 1962/63, foi contratado pelo não muito maior Cagliari, da Serie B. No clube da Sardenha, conseguiu o acesso para a Serie A em sua primeira temporada. E, jogando pela primeira vez na elite na temporada 1964/65, alcançou com ao pequeno clube uma honrosa sexta colocação. Chamou imediatamente a atenção da Seleção Italiana. Todavia, mesmo marcando onze gols na temporada seguinte (contra nove na de sua estreia), não seria chamado para a Copa do Mundo de 1966, em virtude de uma fratura.
Ironicamente, após o mundial, Riva realizou sua melhor temporada até então, com o Cagliari terminando outra vez em sexto graças à artilharia de seu atacante: foram dezoito gols em 23 partidas. E a diferença para a campeã Juventus ficou em apenas nove pontos. Riva solidificou-se na Azzurra e, mesmo realizando a temporada 1967/68 aquém da anterior no Cagliari, ganharia a Eurocopa 1968. Entrou em sua melhor fase: na temporada seguinte, 1968/69, ele conquistou novamente a artilharia e o Cagliari foi vice-campeão. Recebeu então proposta da Juventus,[1] uma das maiores equipes do país. A equipe de Turim pagaria 2 milhões de dólares, em valores da época,[1] por Riva e, para esfriar os exaltados ânimos dos torcedores do Cagliari, financiaria a construção de um hospital moderno na cidade.[1]
A proposta, no entanto, foi recusada. Um dirigente do clube explicou que "até agora, só o atum nos deu fama. Com Riva, ganhamos a admiração de toda a Itália".[1] Riva retribuiu o carinho da melhor forma: foi novamente o artilheiro da Serie A e o clube foi campeão na temporada que se seguiu à oferta, a de 1969/70. Para completar, a vice foi justamente a Juve. Mesmo com o primeiro (e único) scudetto (dele e do clube), a temporada quase terminou mal para ele, que novamente fraturou a perna, mas ainda sim foi chamado para a Copa do Mundo de 1970.
Credenciada para representar a Itália na Copa dos Campeões da UEFA de 1970/71, Riva não fez feio: marcou três vezes nas quatro partidas que o Cagliari conseguiria fazer; após eliminar o Saint-Étienne no primeiro mata-mata, o clube caiu na seguinte, frente ao Atlético de Madrid.[3]
Riva continuou a intrometer o Cagliari entre os grandes nos anos seguintes, chegando a recusar em 1973 a proposta de outro gigante do país, na ocasião a Juventus. Porém, em 1976, sofreu a lesão que abreviaria definitivamente a carreira, ao machucar o tendão direito. O Cagliari não sobreviveria e seria rebaixado na última colocação ao fim do campeonato de 1975/76. Riva ficou dois anos sem jogar até assumir que não poderia voltar.
Permaneceu ligado ao Cagliari nos anos seguintes, tendo sido presidente do clube na década de 1980.[1] Em 2005 este clube imortalizou a camisa número 11, que Riva utilizava em seu tempo de jogador.
Seleção Italiana
Riva estreou pela Seleção Italiana em 1965, após seu bom debute na Serie A com o Cagliari. Poderia ter figurado na Copa do Mundo de 1966, ainda mais porque um dos maiores concorrentes na posição, o ítalo-brasileiro José João Altafini, não poderia mais defender a Squadra Azzurra: a FIFA passara a proibir a participação de estrangeiros que já tivessem atuado por seu país de origem.[4] Porém, uma fratura na perna minou suas chances - a inexperiência também atrapalhava.[2]
Dois anos depois, com sua vaga assegurada, tornou-se um dos heróis do título da Eurocopa 1968, marcando na final contra a Iugoslávia. Manteve o embalo nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970, marcando os gols que garantiram a classifação italiana: o único contra o País de Gales em Cardiff e os dois contra a Alemanha Oriental em Berlim Oriental. No retorno, com a Itália finalmente jogando em casa, marcou mais três nos 4 x 1 contra os galeses e outro nos 3 x 0 sobre os alemães.[5]
No último amistoso antes do mundial, marcou os dois gols na vitória por 2 x 1 em amistoso contra Portugal.[6] Porém, passou toda a primeira fase sem marcar. O primeiro poderia ter saído nela, mas um gol seu contra Israel foi anulado.[7] Mesmo com a excessiva catenaccio, a Itália, que só marcou um gol, avançou de fase, pois os outros adversários, Uruguai e Suécia, não conseguiram ter mais saldo de gols.[7]
Nas quartas-de-final, os adversários seriam os anfitriões mexicanos. Riva finalmente desencantou, marcando duas vezes na vitória de virada de 4 x 1. Faria outro na lendária prorrogação contra a Alemanha Ocidental nas semifinais, vencida por 4 x 3.[8] Pela final, a Itália enfrentaria o Brasil. Ambos os países, bicampeões, lutavam ainda pela posse definitiva da Taça Jules Rimet, destinada a ficar com o primeiro tricampeão. Embalado por seu despertar nas duas partidas anteriores, Riva desdenhou do adversário, declarando que iria acabar com as pretensões da "ridícula Seleção Brasileira".[9]
Após sair atrás no placar, os italianos conseguiram empatar no final do primeiro tempo graças a uma falha de Clodoaldo. Mesmo com os brasileiros desmoralizados após o lance, os italianos prenderam-se em apenas destruir as jogadas adversárias, característica da catenaccio.[10] Os adversários voltaram a se encorajar e, no segundo tempo, marcaram outras três vezes e asseguraram o título.[10] Riva foi um dos poucos italianos, ao lado de Sandro Mazzola, que demonstrou gana até o fim da partida, enquanto os companheiros demonstravam esgotamento,[11] mas pouco pôde fazer.
Riva ainda foi chamado para a Copa do Mundo de 1974. Sua condição física estava bastante prejudicada e, após a Itália cair ainda na primeira fase sem nenhum gol dele, não jogou mais pela Azzurra.[2]
Títulos
- Cagliari
- Seleção Italiana
Prêmios individuais
- Seleção da Eurocopa: 1968
- Hall da Fama do Futebol Italiano: 2011
Artilharias
- Coppa Italia de 1964–65 (3 gols)
- Serie A de 1966–67 (18 gols)
- Serie A de 1968–69 (21 gols)
- Eliminatórias da Eurocopa de 1968 (6 gols)
- Coppa Italia de 1968–69 (8 gols)
- Serie A de 1969–70 (21 gols)
- Coppa Italia de 1972–73 (8 gols)
Referências
- ↑ 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 1,11 1,12 1,13 "Um rei italiano", Especial Placar - Os Craques do Século, novembro de 1999, Editora Abril, pág. 46
- ↑ 2,0 2,1 2,2 "Canhão fumegante", Especial Placar: Os 100 Craques das Copas, outubro de 2005, Editora Abril, pág. 20
- ↑ European Champions' Cup and Fairs' Cup 1970-71 - Details, Antonio Zea e Marcel Haisma, RSSSF
- ↑ "Mais do mesmo", Max Gehringer, Especial Placar: A Saga da Jules Rimet fascículo 8 - 1966 Inglaterra, abril de 2006, Editora Abril, págs. 10-15
- ↑ "Nos cinco continentes", Max Gehringer, Especial Placar: A Saga da Jules Rimet fascículo 9 - 1970 México, maio de 2006, Editora Abril, págs. 10-17
- ↑ "Cadê Riva?", Max Gehringer, Especial Placar: A Saga da Jules Rimet fascículo 9 - 1970 México, maio de 2006, Editora Abril, pág. 29
- ↑ 7,0 7,1 "Rivera e Mazzola juntos", Max Gehringer, Especial Placar: A Saga da Jules Rimet fascículo 9 - 1970 México, maio de 2006, Editora Abril, pág. 30
- ↑ "Que prorrogação!", Max Gehringer, Especial Placar: A Saga da Jules Rimet fascículo 9 - 1970 México, maio de 2006, Editora Abril, pág. 39
- ↑ "A taça é nossa, para sempre", Placar número 15, junho de 1970, Editora Abril, págs. 4-5
- ↑ 10,0 10,1 YALLOP, David A. Como eles roubaram o jogo - segredos dos subterrâneos da FIFA. São Paulo: Record, 1998, pp. 100. ISBN 85-01-05448-8
- ↑ "Itália, um vice desesperado e muito violento", Placar número 15, junho de 1970, Editora Abril, pág. 9