Lopo Gonçalves Bastos | |
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Lopo Gonçalves Bastos (Freguesia de São Miguel de Gêmeos de Bastos, Braga, 1800[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] — Porto Alegre, 7 de novembro de 1872[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]) foi um comerciante e político luso-brasileiro.
Biografia
Em 1827 já tinha um estabelecimento comercial em Porto Alegre, vendendo produtos importados, alimentos e escravos.[1] Depois de seu casamento com Francisca Benfica Rodrigues Teixeira, filha do sargento-mor João Luís Teixeira,[2] realizado em 23 de julho de 1828, manteve em sociedade com seu sogro uma loja de fazendas na Rua da Praia, um armazém de molhados na Praça da Alfândega e barcas para transporte fluvial de cargas.[3] Tornou-se empresário abastado, proprietário de um dos maiores patrimônios da Província do seu tempo.[2]
Foi vereador em diversos mandatos, iniciando no quadriênio 1833 a 1836. Durante a Revolução Farroupilha, quando da tomada de Porto Alegre pelo rebeldes, tentou não tomar partido, por isso solicitou, em 13 de outubro de 1835, licença por três meses para se ausentar a Rio Grande para tomar banhos de mar por motivo de saúde. Em 1844 foi reeleito, e em 1848 ficou como suplente.[1]
Em sua casa foi fundada a Praça do Comércio (antiga denominação da Associação Comercial de Porto Alegre),[1][4] sendo seu primeiro presidente, reeleito em 1864 e 1871. Também participou da fundação do Banco da Província do Rio Grande do Sul e foi membro de sua primeira diretoria.[1]
Notabilizou-se ainda nos terrenos religioso e filantrópico, sendo membro benemérito da Santa Casa de Misericórdia e por três vezes eleito prior da Ordem Terceira de Nossa Senhora das Dores. Deu colaboração fundamental para a construção da Igreja de Nossa Senhora das Dores e atuou como tesoureiro das obras do Seminário Diocesano.[1] Foi tesoureiro do Asilo Santa Leopoldina, juiz de Paz, juiz municipal de Órfãos, e membro da Junta para Execução do Código do Processo Criminal.[5]
Segundo Luis Cláudio Symanski, ao falecer "o patrimônio de Lopo Gonçalves foi avaliado em 236.536$500 (duzentos e trinta e seis contos, quinhentos e trinta e seis mil e quinhentos réis), distribuídos entre imóveis (194.350$000), bens móveis e escravos (25.850$000), móveis e utensílios domésticos (976$500), ouro e prata (1.154$000), e apólices do governo e ações (13.300$000). Para se ter uma ideia desta quantia, basta levar em conta que ela não foi superada em nenhum dos inventários da nobreza presentes no Arquivo Público".[6] Deixou os filhos Aurélia Teixeira Bastos, Francisca Teixeira Bastos, Lopo Gonçalves Bastos Filho e Maria Luiza Teixeira Bastos, nascidos respectivamente em 1829, 1830, 1837 e 1842.[7]
Em sua homenagem, foi batizada uma via do bairro Cidade Baixa, a rua Lopo Gonçalves.[1] O casarão que construiu em torno de 1845 numa chácara sita à antiga Rua da Margem, conhecido como Solar Lopo Gonçalves, e que serviu como casa de veraneio da família, é um dos mais antigos e significativos exemplares a sobreviver de construção residencial em estilo colonial de Porto Alegre. Permaneceu em posse de seus descendentes até 1946, quando foi vendido, e atualmente é a sede do Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo.[8] O prédio foi tombado pelo município em 21 de dezembro de 1979 e restaurado em 1980.[3]
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 Franco, Sérgio da Costa. Porto Alegre: Guia Histórico. Porto Alegre: Editora da Universidade (UFRGS), 4ª edição, 2006, pp. 59-60
- ↑ 2,0 2,1 Fraga, Rodrigo Garcia. A ocupação do século XX : um novo olhar sobre o Solar Lopo Gonçalves. Mestrado. UFRGS, 2017, p. 46
- ↑ 3,0 3,1 "Solar Lopo Gonçalves". Prefeitura de Porto Alegre
- ↑ Nunes, Denise. "Porto Alegre há 153 anos". Correio do Povo, ano 116, nº 143
- ↑ Fraga, pp. 46-47
- ↑ Symanski, Luis Cláudio Pereira. "Grupos domésticos, comportamento de consumo e louças: o caso do Solar Lopo Gonçalves". In: Revista de História Regional, 1997; 2 (2):81-119
- ↑ Fraga, p. 47
- ↑ Fraga, pp. 11; 29-45; 199