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Loja de Adoção

Predefinição:Maçonaria Lojas de Adoção são lojas femininas, assim chamadas porque eram adotadas por uma Loja masculina, funcionando sob a égide desta.

Estas Irmãs, estão longe de participar em igualdade com os Irmãos, o próprio nome dado a essa maçonaria feminina indica já que as suas integrantes formam uma classe inferior aos homens, estas não podem fundar Lojas particulares e independentes e administrar ou dirigir por elas mesmas os trabalhos, pelo contrário estas são "adotadas" por Lojas masculinas e convidadas nas assembleias por aqueles que têm um ritual especial para elas.

A Loja de Adoção é essencialmente um anexo de uma Loja masculina, as reuniões destas lojas, em geral são precedidas de uma sessão de uma Loja masculina, as Irmãs devem por isso estar a postos a fim de poder entrar na sala onde os Irmãos estavam a trabalhar previamente.

Origens

Clavel afirma que "a Franco-Maçonaria das mulheres foi instituída em 1730, mas suas formas só foram fixadas definitivamente a partir de 1760",[1] referindo fatos históricos:

Em 1730 foi fundada a Ordem da Fidelidade, em França, que tinha apenas quatro graus, dois anos depois surge outra, a Ordem dos Cavaleiros e Heroínas da Âncora (que estava ligada à Ordem masculina Cavaleiros e Ninfas da Rosa) que não aceitavam mulheres como membros mas que foram os primeiros a usar os sinais de reconhecimento com elas e aceitar a sua presença em algumas cerimônias e em 1738 foi fundada a Ordem de Moisés na Alemanha que tinha uma filosofia semelhante mas que mais tarde evoluiu para um âmbito misto.

Surgiu em 1747 a Ordem dos Lenhadores, que havia tomado suas principais cerimónias de outra, os Carbonários de Itália, o lugar de reunião dessas ordens era conhecido como Corte Florestal (que traduzido para os termos usados na maçonaria actual, seria algo como "Pedreiros da Floresta"), aqui o Mestre era chamado de Pai-Mestre e os seus membros tratados por bons primos e boas primas, esta Ordem dos Lenhadores, foi muito popular na época e as senhoras da alta nobreza francesa eram muito bem acolhidas nas suas reuniões e esta participação gerou a criação de outras, conhecidas como Ordem do Machado e Ordem da Felicidade, essas novas ordens combatiam fortemente a Franco-Maçonaria no que tange ao seu exclusivismo.

Forestier divide estas sociedades em três tipos:[1]

  1. Sociedades eróticas;
  2. Associações parodiando as provas que a maçonaria impunha aos candidatos ou buscando fazer-lhe concorrência;
  3. Sociedades que estabeleciam laços de afeição platônica entre os membros pertencentes aos dois sexos.

Criação do Rito de Adoção

Com estas precedências é criado em 1774 o Rito da Adoção pelo Grande Oriente de França, que via essas ordens como potenciais candidatos a prejudicar sua moral, este prescrevia que:

  1. só Franco-Maçons podem comparecer às reuniões
  2. cada Loja de Adoção estará sob o jugo de uma Loja Maçónica regularmente constituída
  3. o Venerável desta última, ou seu deputado, será o oficial que presidisse acompanhado da presidente da Loja de Adoção.

No seguimento desta decisão ano seguinte é criada em Paris a Loja Santo Antônio, regida pela Duquesa de Bourbon, nomeada Grã-Mestra do novo rito, desta apareceram posteriormente mais duas Lojas, batizadas de Candura e Nove Irmãs.

O Ir.'. Bernadin[1] dizia que o rito da adoção não tem história, pois esta "maçonaria consistia somente em sessões de iniciação, em cerimônias ritualísticas, em bailes e em divertimentos artísticos".

Um maçom francês, conhecido como Cavaleiro do Bois Beauchêne (trad. Bosque Beauchêne) teve a ideia de fundar, em 1774, lojas femininas regulares, que seriam filiais das masculinas, levariam o mesmo nome e acolheria as esposas, primas e parentes dos maçons regulares, estas Lojas teriam quatro graus com um simbolismo adaptado ao universo feminino: Aprendizes, Companheiras, Mestras e Mestras Perfeitas, porém a ideia parece não ter vingado.

Em 1786 aparece a Loja Maçonaria Egípcia[2] ou Rito Egípcio da Maçonaria Andrógina,[3] fundada pelo conhecido Conde Cagliostro, que havia sido iniciado em 1760 na maçonaria, este alegava, que as mulheres eram admitidas nos antigos mistérios e que não havia razão para excluí-las das ordens da época.

Dois anos depois é fundada a Loja Estrela do Oriente, com um rito de adoção de apenas cinco graus, baseado em cinco heroínas da bíblia, Adah, Ruth, Esther, Martha e Electra.

O fim das Lojas de Adoção em França começou de maneira brutal, durante a Revolução Francesa, a princesa Lamballe, Grã-Mestra em 1786 das Lojas de Adoção, que havia sido eleita pelas Lojas daquele país, foi encarcerada e executada em 1792, no período do Consulado, as Lojas de Adoção ainda se constituíram quando Josefina de Beauharnais, a imperatriz de Napoleão Bonaparte, foi encarregada por este de reconstruí-las, tendo esta iniciado a Condessa de Canisy (a sua dama de honra) numa Assembléia que teve lugar em Estrasburgo no ano de 1805, mas em 1810, o então Imperador, acabou por extinguí-las só 83 anos depois, em 1893 é que reapareceriam.

Aceitação

Todas estas Ordens, bem como a aceitação por parte de outras Obediências Maçônicas de Lojas de Adoção, foram e são consideradas irregulares pela Grande Loja Unida da Inglaterra, pois estes colocaram como um ponto de honra o da não iniciação de mulheres.

Ver também

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 Comunicação A Situação da Mulher na Maçonaria feita por Dival G. Costa e efetuada VII Colóquio Internacional "Discursos e Práticas Alquímicas"
  2. COUTO, Sergio Pereira. Sociedades Secretas: Maçonaria, Editora Universo dos Livros, 2006 (2.ª ed.) ISBN 859918721X
  3. «A MULHER NA MAÇONARIA - Duas Visões, Ir.'.Edson». Consultado em 15 de abril de 2008. Arquivado do original em 27 de março de 2008 

Ligações externas

Bibliografia

COUTO, Sergio Pereira. Sociedades Secretas: Maçonaria, Editora Universo dos Livros, 2006 (2.ª ed.) ISBN 859918721X

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