Esta é uma lista de exemplos de código C++, que demonstram a funcionalidade da linguagem e suas características.
Programa mínimo
Este é um exemplo de um programa mínimo que faz nada. Ele começa sua execução e logo termina. A função main
é definida como o ponto de início de qualquer programa C++.
Notas com questões de compilador |
Ainda que o padrão C++ não exija return 0; na função main , alguns compiladores antigos como o Microsoft Visual C++ 6 retornam avisos ou erros com tal situação e podem não gerar código objeto correto.
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int main()
{
}
O padrão C++ exige que main()
retorne o tipo de dado int
(inteiro).[1] Tradicionalmente, o valor do retorno dessa função representa o valor de retorno do próprio programa, o qual é informado para o processo que o executou. Um término mal sucedido pode ser indicado com um valor diferente de zero. O valor assumido por padrão é zero,[1] que representa retorno bem sucedido.
Programa Olá Mundo
Este é um exemplo do Programa Olá Mundo aplicado à linguagem C++ que utiliza a biblioteca padrão para a entrada e saída de dados.[2]
Notas com questões de compilador |
A adição da biblioteca padrão <ostream> pode ser necessária para alguns compiladores. Isto deve-se ao fato do padrão ISO C++ exigir que a biblioteca padrão <iostream> declare o objeto std::cout como uma instância da classe std::ostream , mas não obriga que <iostream> defina a classe std::ostream e seus operadores[3].
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#include <iostream>
int main()
{
std::cout << "Olá, Mundo!" << std::endl;
}
Nota-se no exemplo acima a declaração local de quais espaços de nomes estão sendo utilizados.
Algoritmo de Trabb Pardo-Knuth
#include <cmath>
#include <iostream>
#include <ranges>
using namespace std::views;
double f(double t)
{
return sqrt(abs(t)) + 5 * pow(t, 3);
}
int main()
{
double a[11];
for (auto& t : a)
std::cin >> t;
for (int i : iota(0, 11) | reverse) {
if (auto y = f(a[i]); y > 400)
std::cout << i << " TOO LARGE" << std::endl;
else
std::cout << i << ' ' << y << std::endl;
}
}
Gabaritos
Este é um exemplo da utilização de gabaritos para a substituição da seguinte macro de programação comumente utilizada em C, apesar de bastante insegura[4], para o retorno do maior entre dois elementos dados:
// versão utilizando macros
#define max( x, y ) ( x > y ? (x) : (y) )
// versão utilizando gabaritos, muito mais segura e com checagem de tipo
template <typename T>
T max(T x, T y)
{
return (x > y) ? x : y;
}
Polimorfismo estático
Este é um exemplo de polimorfismo resolvido em tempo de compilação de código, representando a sobrecarga de funções.
extern void EnviaTrabalhoParaImpressora( TrabalhoTexto *, ImpressoraLaser * );
extern void EnviaTrabalhoParaImpressora( TrabalhoTexto *, ImpressoraTinta * );
extern void EnviaTrabalhoParaImpressora( TrabalhoHTML *, ImpressoraLaser * );
extern void EnviaTrabalhoParaImpressora( TrabalhoHTML *, ImpressoraTinta * );
Polimorfismo dinâmico
Este é um exemplo de polimorfismo resolvido em tempo de execução de código, representando funções virtuais.
#include <iostream>
class Passaro // classe base
{
public:
virtual void MostraNome()
{
std::cout << "um passaro";
}
virtual ~Passaro() {}
};
class Cisne: public Passaro // Cisne é um pássaro
{
public:
void MostraNome()
{
std::cout << "um cisne"; // sobrecarrega a função virtual
}
};
int main()
{
Passaro* passaro = new Cisne;
passaro->MostraNome(); // produz na saída "um cisne", e não "um pássaro"
delete passaro;
}
Utilizando a biblioteca padrão
Este é um exemplo de programa que utiliza elementos da Standard Template Library.
#include <iostream> // std::cout
#include <vector> // std::vector<>
#include <map> // std::map<> and std::pair<>
#include <algorithm> // std::for_each()
#include <string> // std::string
using namespace std; // importa o espaço de nomes "std" ao espaço de nomes global
void mostra_quantidade_de_itens(pair< string const, vector<string> > const& pessoa)
{
// "pessoa" é um par de objetos: pessoa.first é o nome da pessoa,
// pessoa.second é uma lista dos itens da pessoa (arranjo de cadeias de caracteres)
cout << pessoa.first << " esta carregando " << pessoa.second.size() << " itens\n";
}
int main()
{
// Declara um mapeamento com chaves de cadeias de caracteres e arranjos de cadeias
// de caracteres como dado
map< string, vector<string> > itens;
// Adiciona algumas pessoas no mapeamento e permite que elas carreguem alguns itens
itens["Anya"].push_back("livro");
itens["Dimitri"].push_back("computador pessoal");
itens["Anya"].push_back("casaco");
// Percorre por todos os itens do container
for_each(itens.begin(), itens.end(), mostra_quantidade_de_itens);
}
Nota-se no exemplo acima a declaração global de quais espaços de nome estão sendo utilizados.
Busca de nomes dependente de argumento
O exemplo clássico de busca de nomes dependente de argumento, também chamada Koenig lookup, é mostrado abaixo:
namespace NS
{
class A {};
void f( A ) {}
}
int main()
{
NS::A a;
f( a ); // invoca NS::f
}
Note que não foi necessário especificar o espaço de nomes da função f
, ainda que ela foi encontrada devido à sua associação com a classe A
utilizada como argumento.
Tratamento de exceções
Abaixo é mostrado um exemplo do tratamento de exceções. A divisão de um número por zero não é autorizada por processadores. Como possui uma variável como divisor, a função seguinte divisao_de_dez_por
deve primeiramente tratar casos inválidos de entrada. Caso a entrada seja zero, uma exceção será lançada, e o código será redirecionado para o tratamento da exceção (indicado por catch
).
#include <iostream>
using namespace std;
int divisao_de_dez_por( int divisor )
{
// prevendo entrada inválida
if( divisor == 0 )
{
throw "divisão por zero";
}
return 10 / divisor;
}
int main()
{
int div, resultado;
cin >> div; // obtém do usuário um número inteiro
try
{
resultado = divisao_de_dez_por( div );
}
catch( const char *e )
{ // código será redirecionado para cá caso ( div == 0 )
resultado = 0; // recuperação do sistema
cout << "Houve uma exceção: " << e << endl;
}
}
Manipulação de argumentos da linha de comando
Uma necessidade comum aos desenvolvedores é a comparação de cadeias de caracteres passados pela linha de comando. Um exemplo de sua interpretação segue abaixo:
#include <iostream> // biblioteca necessária para a função std::cout
using namespace std; // declaração global do espaço de nomes
int main( int argc, char *argv[] )
{
int arg; // declara uma variável inteiro com o nome arg
// atribui-se 1 a arg; enquanto arg for menor que argc, executa-se o bloco e arg é incrementado em cada iteração
for( arg = 1; arg < argc; arg++ )
{
if( argv[arg][0] != '-' ) // não foi utilizado {} porque só tem um comando dentro do if, nesse caso as chaves são opcionais
break;
switch( argv[arg][1] )
{
case 'r': // caso possua um r após o hífen
cout << "Argumento -r usado\n\n";
break;
case 'v': // caso possua um v após o hífen
cout << "Argumento -v usado\n\n";
break;
default: // este é o valor de escape e sua respectiva mensagem:
cout << "Nenhum argumento foi usado\n\n";
break;
}
}
}
Diferente do restante de exemplos, notar que no exemplo acima a função main
recebe argumentos em uma assinatura especial e que não pode ser alterada. É com esses parâmetros que o programa pode acessar as informações passadas pela linha de comando. O primeiro parâmetro passado indica a quantidade de parâmetros passados, e o segundo armazena uma cadeia de carateres de cada parâmetro.
Ambiguidade da linguagem
Abaixo é mostrado um exemplo de código que demonstra um tipo de ambiguidade na linguagem C++, mostrando porque um analisador sintático trivial não é o suficiente para gerar uma árvore de sintaxe. Apesar da cadeia de caracteres foo<1>(3)
aparecer duas vezes no código (linhas 11 e 23), ela está empregada em situações bastante diferentes, e envolvendo identificadores diferentes. Na primeira situação o identificador foo
é uma variável local da função teste1
, cujo valor é comparado com o literal 1
. O resultado é finalmente comparado com o literal 3
. Na segunda situação, o identificador foo
é a invocação de uma instância da função gabarito definida no início do código, alimentando o gabarito com literal 1
e alimentando o parâmetro da função com o literal 3
.
template <int N>
void foo( const int t )
{
// processa alguma coisa
}
void teste1()
{
int foo = 3;
if( foo<1>(3) ) // situação 1
{
// processa alguma coisa
}
else
{
// processa alguma coisa
}
}
void teste2()
{
foo<1>(3); // situação 2
}
int main()
{
teste1();
teste2();
}
Metaprogramação com gabarito
Um exemplo difundido no cálculo de fatorial é o uso de recursividade, como demonstrado abaixo:
int factorial( int n )
{
if( n == 0 )
return 1;
return n * factorial( n - 1 );
}
int x = factorial(4); // == (4 * 3 * 2 * 1) == 24
int y = factorial(0); // == 0! == 1
Note que no exemplo acima o cálculo é realizado em tempo de execução, o que implica que para cada chamada da função o processamento é feito novamente. É possível realizar tais cálculos recursivos em tempo de compilação através da metaprogramação com gabaritos, fazendo uso da especialização de gabaritos, com o seguinte código:
template <int N>
struct Factorial
{
enum { value = N * Factorial<N - 1>::value };
};
template <>
struct Factorial<0>
{
enum { value = 1 };
};
int x = Factorial<4>::value; // == 24
int y = Factorial<0>::value; // == 1
No exemplo acima, a metaprogramação com gabaritos permite a recursividade do gabarito, sendo que a condição de saída é dada pela especialização no valor literal "0". Para cada ocorrência de Factorial<4>::value
no código fonte, o compilador realiza a chamada recursiva e substitui pelo resultado, 24
. Em tempo de execução resta somente o valor literal, evitando o cálculo.
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Bjarne Stroustrup. «Bjarne Stroustrup's C++ Style and Technique FAQ :: Can I write "void main()"?» (em inglês). Consultado em 19 de junho de 2008
- ↑ Juan Soulie (24 de abril de 2007). «C++ : Documentation : C++ Language Tutorial : Structure of a program» (em inglês). Consultado em 24 de outubro de 2007
- ↑
Stroustrup discute sobre o assunto ao comentar sobre o erro em seu livro em relação ao padrão C++. Bjarne Stroustrup (4 de novembro de 2003). «Open issues for The C++ Programming Language (3rd Edition)» (em inglês). Página pessoal de Bjarne Stroustrup. Consultado em 2 de setembro de 2007.
pg 633: I say "Manipulators taking istream and ostream are presented in and < ostream> respectively, and also in < iostream>. The rest of the standard manipulators are presented in < iomanip>." However, the standard disagrees and provides no manipulators in < iostream>…
- ↑
Uma explicação genérica sobre a insegurança de macros encontra-se em:
Marshall Cline (25 de setembro de 2006). «Inline functions: Why should I use inline functions instead of plain old #define macros?» (em inglês). Consultado em 10 de setembro de 2007