Levantado do Chão | |||||||
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Autor(es) | José Saramago | ||||||
Idioma | português | ||||||
País | Portugal | ||||||
Gênero | romance | ||||||
Linha temporal | 1910-1974 | ||||||
Localização espacial | Alentejo | ||||||
Editora | Editorial Caminho | ||||||
Lançamento | 1980 | ||||||
Páginas | 366 | ||||||
Cronologia | |||||||
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Levantado do Chão foi publicado em 1980, pela Editorial Caminho, e é considerado, pela generalidade dos críticos, como um dos romances fundamentais de José Saramago. O livro ganhou o Prêmio Cidade de Lisboa, em 1980, e o Prêmio Internacional Ennio Flaiano em 1992.[1] O livro chegou a sua oitava edição no ano de 1988.
A obra percorre uma zona do Alentejo caracterizada pelo latifúndio, desde o final do século XIX ao período pós-Revolução de 25 de Abril de 1974. Durante a escrita da obra Saramago viveu na vila do Lavre, situada na fronteira do concelho de Montemor-o-Novo com o de Coruche.
Sinopse
Nesta obra Saramago retrata a luta de um povo face às forças opressoras (os latifundiários, as forças da ordem e a Igreja). Luta obstinada e de muitos sacrifícios, feita sobre um ambiente de miséria rural. É uma fotografia do movimento antifascista no Alentejo, no qual Saramago revela bem as suas opções políticas.
Sobre esta obra escreveu Saramago: Página Predefinição:Quote/styles.css não tem conteúdo.
"Um escritor é um homem como os outros: sonha. E o meu sonho foi o de poder dizer deste livro, quando terminasse: Isto é o Alentejo."[2]
Acrescentando numa outra ocasião (publicado no jornal O Tempo em Novembro de 1981):
"Acho que do chão se levanta tudo, até nós nos levantamos. E sendo o livro como é - um livro sobre o Alentejo - e querendo eu contar a situação de uma parte da nossa população, num tempo relativamente dilatado, o que vi foi todo o esforço dessa gente de cujas vidas eu ia tentar falar é no fundo o de alguém que pretende levantar-se. Quer dizer: toda a opressão económica e social que tem caracterizado a vida do Alentejo, a relação entre o latifúndio e quem para ele trabalha, sempre foi - pelo menos do meu ponto de vista - uma relação de opressão. A opressão é, por definição, esmagadora, tende a baixar, a calcar. O movimento que reage a isto é o movimento de levantar: levantar o peso que nos esmaga, que nos domina. Portanto, o livro chama-se Levantado do Chão porque, no fundo, levantam-se os homens do chão, levantam-se as searas, é no chão que semeamos, é nos chão que nascem as árvores e até do chão se pode levantar um livro."[3]