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Kyokushin

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Predefinição:Info/Caratê O estilo Karaté Kyokushin foi baptizado no Japão, em 1957, pelo Grão Mestre Masutatsu Oyama. Kyokushin significa “aprofundar-se na verdade” e, hoje, é praticado em mais de 100 países ao redor do mundo. Na opinião do seu criador, os golpes deveriam ser reais, pois só assim cada praticante saberia seu verdadeiro potencial. Oyama criou, então, uma nova forma de luta, acrescentando de volta a intensidade de contato própria do Karaté, em realinhamento com as origens marciais do Karaté de Naha, Okinawa, chamado Naha-te, do qual o estilo Kyokushin descende.

É um estilo de karaté dinâmico, baseado nos princípios do “bushido” (caminho do guerreiro), priorizando conceitos ancestrais como ser rigoroso consigo mesmo, ser compreensivo com seus semelhantes, venerar seus pais e ser fiel à pátria.

As técnicas do estilo refletem sua proposta; os treinos são duros e ostensivos, e a prática de luta pretende ser fluida. Alguns praticantes notáveis (famosos) são: Dolph Lundgren, Michael Jai White, Georges St-Pierre, Sean Connery (falecido), Sonny Chiba (falecido) e Andy Hug (falecido).

O Karatê Kyokushin foi trazido ao Brasil na década de 1960 pelo mestre Tsunioshi Tanaka, designado por Oyama para assumir esta missão. No ano de 1972, o mestre Seiji Isobe (hoje 8º Dan e Shihan-chefe da Organização Sul-americana do estilo) substituiu Tanaka, assumindo as suas funções para o Brasil e América do Sul[1]. Isobe tornou-se mundialmente conhecido no meio das artes marciais ao formar os dois primeiros estrangeiros campeões mundiais de Kyokushin: os brasileiros Francisco Filho (1999) e Ewerton Teixeira (2007).

Masutatsu Oyama

Choi Yeong Eui nasceu na Coreia em 1923. Adotou o nome japonês “Masutatsu Oyama” (elevação da alta montanha) quando decidiu dedicar sua vida ao karatê.

Em sua terra natal, Yeong Eui descobriu cedo as artes marciais locais, principalmente o tae-kyon e o tae-kwon-pup, raízes do tae-kwon-do. Ainda em seu país, Oyama estudou também diferentes formas do kenpo chinês e japonês. Nessa época, o principal modelo de Oyama era Otto von Bismarck, unificador da Alemanha. “Queria ser o ‘Bismarck do Oriente’. Então, saí de casa aos 13 anos e fui para Tóquio”.

Na capital japonesa, Oyama praticou inicialmente o judô. Em 1938, matriculou-se na escola de karaté shotokan. “Pratiquei o Shotokan, mas já duvidava de sua abordagem linear. Não gostava da ideia de controlar minhas técnicas. Era rígido demais para mim, então saí”. Oyama deixou o dojo Shotokan dois anos depois. Passou a dedicar-se, então, ao Goju-ryu e ao estudo Zen.

“No karaté, o espírito conta mais que a técnica ou a força. É ele que permite ao indivíduo se mover e agir em plena liberdade. Para fortalecer o espírito, a meditação Zen é muito importante. Através dela, podemos vencer a emoção e o pensamento. O homem que quer seguir a via do karaté não pode negligenciar o Zen e o aperfeiçoamento espiritual”.

Exílio voluntário

Em 1948, Oyama se impôs um exílio voluntário de 18 meses, no monte Kiyosumi (Japão). “Todos que se dedicam a uma causa devem passar por um período de isolamento. Meu treinamento cotidiano começava bem cedo, com uma sessão de purificação espiritual sob as águas geladas de uma cascata. Depois, eu voltava correndo à minha humilde moradia para continuar o treino. Mudava pedras e troncos de árvores de lugar, mergulhava nas torrentes geladas. E terminava o treino matinal com nova sessão de meditação. A tarde era dedicada à prática do karaté. Instalei makiwaras nos troncos das árvores e os golpeava durante várias horas, com os punhos e com os pés. Exercitava também o quebramento até que o estado de minhas mãos me impedisse de continuar”.

Na medida em que Oyama tomava consciência de sua força, um projeto começou a germinar em seu espírito: o de realizar uma façanha fora do comum, que provasse a superioridade do karaté sobre todas as outras formas de combate a mãos nuas. Decidiu repetir o feito de certos praticantes de kenpo de Okinawa e abater touros.

Duelo com touros

Oyama foi a diferentes matadouros da prefeitura de Shiba, a fim de testar seu poder de golpe. Depois de várias tentativas cuidadosas, ele conseguiu abater o primeiro touro. A técnica consistia em desferir um golpe com o punho direto (tsuki) sobre a fronte do animal.

Em 1950, pela primeira vez, Oyama enfrentou um touro em uma arena. O animal dobrou sob o efeito do primeiro tsuki, mas Oyama não conseguiu acabar com ele. Tentou um golpe circular com a mão (mawashi-shutô-uchi) e quebrou os chifres do animal. Depois disso, no Japão e nos Estados Unidos, enfrentou 52 touros, partindo os chifres de 49 e matando os outros três. Um desses confrontos foi filmado pela Shochiku Motion Picture.

A prova dos cem combates

Ainda restava um desafio a ser vencido. Oyama decidiu reviver, no Karaté Kyokushin, uma antiga prova praticada nas escolas de kendo e judô: os cem combates.

Oyama foi além. Lutou por três dias consecutivos. Cem combates a cada dia. Oyama saiu seriamente ferido de uma das provas, mas venceu todas elas.

A Organização

Entre 1952 e 1954, a convite da US Professional Wrestling Association, Oyama fez mais de 200 demonstrações pelos Estados Unidos e aceitou numerosos desafios contra lutadores e pugilistas.

“Na verdade, não tinha vontade de partir nessa turnê. Desgostava-me aceitar dinheiro por demonstração de Budo, mas era preciso viver. Ofereciam-me 100 dólares por semana e todas as despesas pagas. Para o pós-guerra, no Japão, era uma fortuna. Eu era muito forte nesse tempo. Poderia ser campeão de atletismo, mas tudo que me interessava era o karaté”.

Em 1954, Oyama retornou ao Japão onde fundou o primeiro “Oyama Dojo”.

A organização Kyokushin-Kai foi fundada três anos mais tarde, em 1957. Oyama preferiu deixá-la à margem das outras organizações japonesas de karaté, pois não apreciava o business-karaté e os constantes desentendimentos da Japan Karaté Association. Pagou um alto preço por isso.

“Queria realizar o primeiro campeonato mundial no salão de artes marciais (Budo-kan), em Tóquio. Era o único imóvel capaz de acomodar mais de 10 mil espectadores. Entretanto, notificaram-me que o Budo-kan não seria alugado para mim, pois achavam que o Kyokushin não era um karaté legítimo. Porém, mais tarde, verifiquei que um poderoso dirigente de outra associação de karaté estava por trás do incidente. Alguns anos antes, ele havia me oferecido uma grande ajuda financeira se eu concordasse em filiar o Kyokushin à sua organização, mas eu recusei”.

Em 1958, Edward Bobby Lowe criou a ramificação havaiana da Kyokushin-kai e, no ano seguinte, organizou, em Honolulu, o First Hawaian Karaté Tournament, primeiro torneio oficial de Karaté Kyokushin. Nessa ocasião, Oyama fez uma demonstração de kata e quebramento. Em 1960, o segundo torneio havaiano já contava com a participação de 16 países.

Em 1962, foi organizado no Madison Square Garden, em Nova Iorque, o primeiro North American Open Karaté Tournament. Dois anos depois, a organização Kyokushin já ocupava espaço na crônica internacional ao ter aceitado um desafio lançado por lutadores tailandeses. A escola de Oyama delegou três de seus representantes para ir a Bangkok.

Neste mesmo ano, foi criada a International Karaté Organization (IKO).

Hoje, a organização Kyokushin está presente em mais de 130 países. Todos os anos, em cada um deles, realizam-se competições regionais e nacionais que preparam os competidores para o torneio mundial de Tóquio, a cada quatro anos.

No Brasil

O Karatê Kyokushin foi inicialmente introduzido no Brasil pelo Shihan Tsunioshi Tanaka, falecido em 2017. Tanaka difundiu o Kyokushin em solo nacional com grande afinco e por diversos meios[2], chegando a apresentar o estilo no célebre programa televisivo de Sílvio Santos[3]. Por discordâncias (nunca totalmente esclarecidas) com as políticas da matriz do Japão, desligou-se do Kyokushin (fundando sua própria escola, a Associação Karatê-Dô Tanaka, por meio da qual formou muitos senseis e escolas vinculadas, no Brasil e no exterior)[3], sendo substituído pelo Shihan Seiji Isobe em 1972[1].

Isobe começou a praticar a modalidade com quinze anos de idade e conheceu o Sosai Masustatsu Oyama quatro anos depois. Aos 21 anos, desistiu de sua carreira como engenheiro agrônomo e passou a trabalhar como instrutor (sempai) na matriz Kyokushin-kai, em Tóquio.

A convivência com os veteranos na academia durou dois anos e meio e, nesse ínterim, o mestre conseguiu graduar-se como 2º dan. Depois, retornou a sua cidade natal, Fukui-ken, para abrir um dojô. Ao final de várias viagens, chegou-se ao consenso de que seu destino final seria o Brasil. Aqui tivemos grandes vencedores, alguns famosos no meio das artes marciais, ainda muito jovens na década de 1990, como André Luiz Pereira Dias (Yamato), Juliano Reis e Otavio Santos, os quais, na época ainda adolescentes, desempenhavam grandes combates até hoje lembrados como "batalhas de Katatê". Com o passar dos anos foram surgindo outros talentos e verdadeiros ícones jovens ao redor do mundo.

Em 10 de outubro de 1972, Sensei Isobe, pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, São Paulo, chega enfim ao Brasil. Sem saber ao certo onde estava e sem falar ou entender uma palavra em português, seguiu os demais passageiros até chegar ao portão de desembarque, quando ouviu dizerem “OSSU”.

Palavras do mestre:[4]

Após 1994 quando o mestre Oyama morreu no Japão, a Organização Kyokushin se dividiu, criou-se outras organizações.

As organizações com mais tenacidade de ser verídica são as organizações de Discípulos diretos de Sosai Oyama.

Existe muitas outras que deve tomar cuidado pois não tem conhecimento técnico e teórico , toda base de sua aprendizagem é o youtube.

Características

O estilo Kyokushin, segundo quer dizer seu nome, busca a verdade e a realidade. Fundamentado em técnicas compactas e eficazes visa nocautear o indivíduo com um único golpe (Ichigeki), aplicado com força espetacular. Através deles, atraem ondas de dinamismo e criam vagalhões de potência.

Também tem como intuito tonificar os músculos, melhorar a resistência aeróbica, a flexibilidade, postura e controle emocional.

A sua filosofia, baseada no budo, o código ético dos guerreiros japoneses, tem por princípio a disciplina rígida dos seus próprios atos, na compreensão dos limites alheios, no respeito aos pais e superiores e na fidelidade aos seus ideais.

Os combates tendem a resolver-se por nocaute. As provas de quebramento e resistência querem desenvolver a força de vontade. Kihon e kata são peças importantes, permitindo a cada um progredir na arte marcial. O estilo pretende ser mais do que uma arte de combate, mas uma escola dotada de uma fabulosa riqueza técnica, onde a humildade é rigorosa, onde o respeito por si próprio se adquire no respeito do próximo, onde o mental se consegue com a disciplina e com o rigor necessário nos treinos.

Lista de kata: Taikyoku sono ichi, Taikyoku sono ni, Taikyoku sono san, Sokugui Taikyoku sono ichi, Sokugui Taikyoku sono ni, Sokugui Taikyoku sono san, Pinan sono ichi, Pinan sono ni, Pinan sono san, Pinan sono yon, Pinan sono go, Yansu, Tsuki no kata, Tekki sono iti, Sanchin, Gekisai dai, Gekisai sho, Tensho, Saifa, Seienchin, Garyu, Seipai.[5]

Graduação

Branca - 10º Kyu Ceinture blanche.png
Laranja - 9º Kyu Ceinture orange.png
Azul - 8º e 7º Kyu Ceinture bleue.png
Amarela - 6º e 5º Kyu Ceinture jaune.png
Verde - 4º e 3º Kyu Ceinture verte.png
Marrom - 2º e 1º Kyu Ceinture marron.png
Preta (1º ao 10º "Dan") Ceinture noire.png

Referências

  1. 1,0 1,1 «História | Kyokushin Liberdade». Kyokushin Karate (em português). Consultado em 6 de junho de 2022 
  2. CHAGAS, Bruno (18 de janeiro de 2021). «Obrigado, mestre Tsunioshi Tanaka!». Puro Karate (em português). Consultado em 6 de junho de 2022 
  3. 3,0 3,1 NAGATA, José Koei (30 de julho de 2016). «História do Kyokushinkaikan no Brasil: mestres do Brasil» (em português). Consultado em 6 de junho de 2022 
  4. «Kyokushin Karate - Liberdade Dojo :: Matriz da América do Sul». Consultado em 24 de novembro de 2010. Arquivado do original em 27 de julho de 2010 
  5. «Kyokushin Katas» (em English). Consultado em 8 de abril de 2012 

Ligações externas

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