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Juvenal

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Juvenal
IVVENALIS.JPG
Saturae, 1535

Décimo Júnio Juvenal (em latim Decimus Iunius Iuvenalis; Aquino, entre 55 e 60Roma, depois de 127), foi um poeta e retórico romano, autor das Sátiras.

Os detalhes da vida do autor são obscuros, embora referências aos seus textos feitas no final do século I e começo do século II fixem as datas mais remotas de seus textos. De acordo com o poeta Lucílio - o criador do gênero satírico romano - e também de tradições poéticas que incluem Horácio e Pérsio, Juvenal escreveu pelo menos 16 poemas em hexâmetro dactílico cobrindo de forma enciclopédica os fatos do mundo romano. Apesar de as Sátiras serem uma fonte vital para o estudo da Roma Antiga a partir de um vasto conjunto de perspectivas, as suas hipérboles e a sua maneira sarcástica de se expressar fazem com que a utilização de suas declarações seja um fato problemático, para dizer o mínimo. À primeira vista, a obra poderia ser entendida como uma crítica ao paganismo de Roma, talvez tentando garantir sua sobrevivência dentro da monástica cristã - um estrangulamento na preservação dos textos antigos, onde a maioria dos textos antigos foi perdida.[1]

O livro de Juvenal inspirou muitos autores, incluindo Samuel Johnson, que modelou seus poemas "London" (1738) na terceira Sátira e "The Vanity of Human Wishes (1749), na décima.

As Sátiras também são a fonte de muitas máximas filosóficas bem conhecidas, incluindo:

  • Sobre os romanos, que antes eram tão poderosos, tornaram-se escravos de prazeres corruptores e só precisam de pão e circo (panem et circenses 10.81; i.e. comida e diversão)
  • Que - em vez de riqueza, poder, ou crianças - os homens devem orar por uma "mente sã num corpo sadio" (mens sana in corpore sano 10.356),
  • Uma mulher valorosa como as sabinas é uma ave tão rara quanto um cisne negro ( Rara avis in terris nigroque simillima cycno 6.165)

E propõe a questão de quem pode ser confiável, considerando a ideia de manter as esposas trancadas e sob vigilância:

  • E quem vai vigiar os vigias? (Sed quis custodiet ipsos Custodes? 6.347-48).

As informações precisas sobre a vida do autor não podem ser seguramente reconstruídas com base em evidências atualmente disponíveis. O Vita Iuvenalis (Vida de Juvenal), uma biografia do autor, que foi associada com seus manuscritos, o mais tardar no século X, é pouco ou nada mais do que uma extrapolação das Sátiras. É esse o texto que dá ao autor o tria nomina (nome completo romano) de Decimus Iunius Iuvenalis e é a melhor fonte da ideia de que Juvenal foi exilado em algum momento para o Egito ou para a Britânia.[2]

No livro III, a personagem Umbricius promete ouvir as Sátiras se o narrador voltar de Roma para o seu Aquino (3.318-22). No século XIX uma inscrição dedicatória teria sido encontrada em Aquino com o texto:

(Da esquerda para a direita: a inscrição como foi conservada, a inscrição restaurada e a tradução da inscrição restaurada). A inscrição convenientemente suspeita se perdeu e - se verdadeira - não teria certamente se referido ao autor ou à sua família, já que só seu cognome era conhecido.

Inúmeras tentativas de construir uma narrativa biográfica do autor a partir de sua obra têm sido feitas, notadamente por Gilbert Highet. Suposições, por exemplo, de que ele fosse relativamente pobre e dependente do mecenato artístico são comumente derivadas do livro VII das Sátiras, no qual ele manifesta o seu pesar em virtude da parcimônia da elite que, há tempos, deixara o patronato de lado. Leituras positivistas de textos antigos têm a desconfiança geral dos especialistas mais recentes. É virtualmente impossível lançar luz sobre a vida de Juvenal a partir de referências a outros autores. Há somente três potenciais referências a "Iuvenalis", todas nos epigramas de Marcial. No primeiro deles, Marcial compara sua amizade com Iuvenalis aos laços do Dioskouroi.

Vida

Os detalhes precisos da vida do autor não podem ser definitivamente reconstruidos só com a  evidencia presente. A Vita Iuvenalis, uma biografia do autor que tornou-se associada com os seus manuscritos, é principalmente  uma extrapolação das mesmas Satiras. 

As biografias tradicionaís, incluindo a Vita Iuvenalis, nos dão o nome completo do escritor, e nos diz também que ele era ou o filho biologico, ou o filho adotado de um liberto rico. Supõe-se que ele foi um aluno de Quintiliano, e que praticou a retorica até que era de meia idade, tanto para diversão como para propositos legaís (As Satiras referem frequentemente e fielmente a operação do sistema Romano legal). Supõe-se que a sua carreira como satirista começou numa etapa bastante tarde na sua vida.

Referências

  1. Rafael Cavalcanti do Carmo (2014). «As manifestações do cômico nas Saturae de Juvenal» (PDF). Repositório UFES. Consultado em 23 de fevereiro de 2021 
  2. Cf. O Apêndice: Vita Iuvenalis.
  3. Duovir
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