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José Pinto Peixoto

José Pinto Peixoto
Estátua em homenagem ao Prof. Dr. José Pinto Peixoto: detalhe da placa epigráfica.

José Pinto Peixoto GCSE (Miuzela, Almeida, 9 de Novembro de 1922Lisboa, 6 de Dezembro de 1996) foi um dos mais destacados geofísicos e meteorologistas portugueses. Do seu trabalho destacam-se alguns dos primeiros estudos sistemáticos da circulação global na atmosfera, e em particular do ciclo global de água na atmosfera.

Biografia

Estudou no Liceu Gil Vicente, em Lisboa e, em 1944, terminou a licenciatura em Ciências Matemáticas na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Em 1945 realizou um estágio no Instituto Geofísico Infante D. Luís, vindo a ingressar, no ano seguinte, no recém-criado Serviço Meteorológico Nacional.

Entre 1946 e 1952, estudou Física e Meteorologia e, em 1952, concluiu a licenciatura em Ciências Geofísicas e foi admitido como Assistente na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. No entanto, continuou a sua actividade no Serviço Meteorológico Nacional onde deu formação e criou a Divisão de Estudos.

Em 1954 obteve uma bolsa da Academia das Ciências de Lisboa para prosseguir o seu trabalho de investigação no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Aí, juntou-se ao grupo de investigação do Prof. Victor Starr, grupo esse que foi responsável pelos primeiros estudos sistemáticos da circulação global da atmosfera e que incluía cientistas reconhecidos em que se destacavam, para além de Pinto Peixoto, Edward Lorenz, Barry Saltzman e Abraham Oort.

Após voltar a Portugal, em 1956, manteve uma estreita colaboração com a equipa do MIT e de outros centros de investigação nos EUA, onde passou temporadas. Em 1958, no Ano Geofísico Internacional, foi fundado o actual sistema de observação contínua que gerou uma grande quantidade de dados a nível global. Pinto Peixoto fez o estudo do ciclo da água à escala global, produzindo os primeiros mapas de transporte global de água pela circulação atmosférica. Nas décadas de 1960 e 1970 participou no desenvolvimento dos actuais modelos de circulação global, utilizados na previsão meteorológica.

Entre 1969 e 1973 foi vice-Reitor da Universidade de Lisboa, e director do Instituto Geofísico em 1970. Ajudou ainda a criar as universidades da Beira Interior e Nova de Lisboa. Foi presidente da classe de Ciências da Academia das Ciências de Lisboa entre 1980 e 1996.

Em 1980 iniciou, em colaboração com Oort, uma síntese do seu trabalho de investigação. Essa síntese esteve na origem do livro "Physics of Climate", publicado em 1992 – uma obra de referência neste domínio.

Pinto Peixoto publicou igualmente vários livros de divulgação sobre temas ligados ao clima e ao meio-ambiente. A 11 de Março de 1993 foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[1] Quando faleceu, deixou publicados mais de 50 artigos de investigação. Foi erguida uma estátua sua em frente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Conhece-se-lhe a Regra dos Três Pês: Não há nada mais perigoso do que professor novo, prostituta velha e pistola encravada.

Referências

Ligações externas


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