Este artigo não cita fontes confiáveis. (Junho de 2011) |
Frei João de Vila de Conde nasceu em Vila do Conde na última ou penúltima década do século XV e faleceu em Cochim, Costa do Malabar, na Índia, cerca de 1570. Pouco se sabe dele até seguir para o Sri Lanka (então dizia-se Ceilão) em 1543, a fim de promover a pregação cristã naquela ilha. De qualquer dos modos, viveu na sua terra um dos momentos áureos da cidade, a que o comércio ultramarino deu grande incremento, como ainda hoje o testemunham edifícios como a Matriz de Vila do Conde, os Paços do Concelho, o próprio Convento de São Francisco (onde Fr. João pode ter professado), o Convento de Santa Clara, a Alfândega Régia, etc.
Há várias razões para crer que a ida de Fr. João para o Sri Lanka resultou duma manobra política do imperador cingalês, que precisava do apoio das forças portuguesas do Oriente. Mas Fr. João enfrentou a realidade da situação e, por entre dificuldades e momentos de desânimo - que o levaram, em 1549, a vir expor pessoalmente a D. João III a verdade das manobras do imperador (Buvaneka Bahu VII) -, conseguiu deixar obra feita na ilha.
Foi também um educador, pois fundou vários colégios e teve outras iniciativas educativas.
Fr. João trabalhava, em certo sentido, sob as ordens de São Francisco Xavier, que sobre ele escreveu um testemunho muito elogioso, dirigido a D. João III. Veja-se:
- Deve-lhe dar V. A. muitos agradecimentos, pollos muitos trabalhos que nestas partes da Imdia tem tomados por serviço de Deus e descarego da comciemcia de V. A.; porque os trabalhos corporaes que o Padre Frey Joam levou nestas partes da Imdia, ainda que sejam muitos e gramdes e continuos, em comparaçam dos trabalhos do espiritu, em ver o mao tratamento que os capitães e feitores fazem aos que novamente se comvertem, avemdo-os d'ajudar, são imcomportabilis e casy hum genero de martirio, ter paciêmcia em ver destruir o que com tanto trabalho tem guanhado.
Assistiu com este santo e mais dois religiosos aos derradeiros momentos de D. João de Castro e com eles assinou uma carta dirigida a D. João III em que se expunham as últimas vontades do grande Vice-rei.
Viveu de perto alguns dos acontecimentos mais épicos do Império Português do Oriente (chegou aí dez anos antes de Luís de Camões e por lá se manteve mesmo depois dele regressar…).
Conservam-se lá para dezena e meia de cartas de Fr. João.