Jane Goodall DBE | |
---|---|
Nascimento | 3 de abril de 1934 (90 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Londres |
Nacionalidade | britânica |
Alma mater | Universidade de Cambridge |
Prêmios | Prêmio Kyoto (1990), Medalha Benjamin Franklin (2003), |
Assinatura | |
Campo(s) | primatologia, etologia e antropologia |
Dame Jane Morris Goodall DBE, Ph.D. (Predefinição:IPA-en; nascida Valerie Jane Morris-Goodall em 3 de abril de 1934)[1] anteriormente chamada Baronesa Jane van Lawick-Goodall, é uma primatologista, etóloga e antropóloga britânica.[2] Considerada mundialmente a maior estudiosa em chimpanzés , Goodall tem seu trabalho mais reconhecido com o estudo das interações sociais e familiares de chimpanzés selvagens, desde em que ela trabalhou em campo no Parque Nacional de Gombe Stream na Tanzânia na década de 60, onde ela foi a primeira a testemunhar comportamentos de primatas semelhantes ao de humanos, incluindo o conflito armado.[3]
Ela é a fundadora do Instituto Jane Goodall e do programa Roots & Shoots, e ela tem trabalhado exaustivamente na conservação e bem-estar dos animais. Goodall tem servido no comitê do Projeto de Direitos dos não Humanos desde sua fundação em 1996.[4][5] Em abril de 2002, ela foi escolhida como mensageira da paz das Nações Unidas. Goodall é membra honorária do Conselho para o Futuro do Mundo.
Primeiros anos
Valerie Jane Morris-Goodall nasceu em 1934, em Hampstead (Londres),[6] filha do negociante Mortimer Herbert Morris-Goodall (1907–2001) e Margaret Myfanwe Joseph (1906–2000), uma romancista de Milford Haven, Pembrokeshire,[7] a qual assinava com o nome de Vanne Morris-Goodall.[1]
A família mais tarde se mudou para Bournemouth, e Goodall ingressou em uma escola independente perto de Poole.[1]
Quando criança, ganhou um chimpanzé de pelúcia em alternativa a um ursinho, chamado Jubilee. Goodall disse que o carinho por animais começou precocemente graças a esta figura, comentando que: "Minha mãe ficava horrorizada com esse brinquedo, pensando que me assustaria e me daria pesadelos." Atualmente, Goodall continua com a posse de Jubilee em Londres.[8]
África
Goodall sempre nutriu uma paixão por animais africanos, o que levou ela a ir para uma fazenda de um amigo nos planaltos do Quênia em 1957.[9] A partir dai, ela conseguiu o emprego de secretária, e atuando como conselheira de seu amigo, ela telefonou para Louis Leakey,[10] paleontólogo e arqueólogo queniano, sem qualquer outra coisa em mente do que discutir sobre animais. Leakey, acreditando que o estudo dos grandes primatas contemporâneos poderiam indicar como os primeiros hominídeos se comportavam,[11] estava em busca de um pesquisador de chimpanzés mas não tinha se manifestado publicamente por um. Ao invés disso, ele propôs que Goodall trabalhasse para ele como secretária. Após obter a aprovação de sua esposa e também pesquisadora, a paleoantropologista Mary Leakey, Louis mandou Goodall para a Garganta de Olduvai em Tanganica (atual Tanzânia), onde ele planejava seus estudos.[carece de fontes]
Em 1958, Leakey mandou Goodall para estudar o comportamento dos primatas com Osman Hill e a anatomia desses animais com o especialista John Napier.[12] Leakey arrecadou fundos e, em 14 de julho de 1960, Goodall foi enviada para o Parque Nacional de Gombe Stream, se tornando a primeira do que seria chamada de Os Anjos de Leakey.[13] Ela foi acompanhada de sua mãe, cuja presença era necessária para sua segurança de acordo com os requerimentos.[9] Goodall dá créditos a sua carreira de primatologia graças aos trabalhos de sua mãe, pois a primatologia era dominada por homens na época. Goodall afirma que as mulheres não eram aceitas nesse campo de atuação quando ela começou a trabalhar no final da década de 50.[14] Hoje, a primatologia é composta tanto por homens e mulheres, em parte por causa dos Anjos de Leakey e os encorajamentos de Goodall para que mulheres entrassem no campo de estudo.[15]
Leakey arrecadou fundos, e em 1962 ele mandou Godall, que não tinha graduação, para a Universidade de Cambridge, em específico para Newnham College, e obteve seu PhD em etnologia.[9] Ela se tornou a oitava pessoa a ser permitida a obter um PhD sem antes ter um BA ou BsC.[1] A tese de Goodall ficou completa em 1965 sob a supervisão de Robert Hinde, a qual foi denominada Behaviour of free-living chimpanzees, detalhando seus cinco anos de trabalho de estudo na reserva de Gombe.[1]
Em 19 de junho de 2006, a Universidade Aberta da Tanzânia galardoou Goodall com um BsC.
Trabalhos
Pesquisas no Parque Nacional de Gombe Stream
Arquivo:Jane Goodall, The Green Interview.webm Goodall é melhor conhecida por seus estudos da vida familiar e social dos chimpanzés. Ela começou pesquisando os chimpanzés da comunidade Kasakela no Parque Nacional de Gombe Stream, Tanzânia, em 1960.[16] Ao invés de numerar os chimpanzés que observava, ela deu nome para cada um deles como Fifi e David Greybeard, e observou que cada um tinha personalidades individuais e únicas, uma ideia não convencional para o período.[17] Ela se deparou que "não são somente seres humanos que tinham personalidade, eram capazes de ter pensamento racional [e] emoções como alegria e tristeza."[17] Ela também percebeu comportamentos como beijos, abraços, tapinha nas costas, laços emocionais e até mesmo fazer cócegas, coisas que consideramos como "atividades humanas".[17] Goodall insistiu que este gestos são evidência de "conexões próximas e de ajuda mútua que se desenvolvem entre membros familiares e outros indivíduos dentro da comunidade, que podem persistir por um ciclo de vida de mais de 50 anos".[17] Estes achados sugerem similaridade entre humanos e chimpanzés além dos genes e podem ser vistos nas emoções, inteligência, família e relações.
A pesquisa de Goodall em Gombe Stream é famosa na comunidade científica por ter desafiado o paradigma das ciências na época: que apenas humanos poderiam construir e usar ferramentas, e que chimpanzés são vegetarianos.[17] Enquanto observava um chimpanzé se alimentando de um cupinzeiro, ela observou ele colocar várias hastes de grama em buracos de cupins e, em seguida, removê-los do buraco coberto por cupins que estavam grudados nas hastes, como se estivesse "pescando" os cupins.[18] Os chimpanzés também pegavam galhos de árvores e arrancavam as folhas para torná-los mais eficazes, uma forma de modificação de objeto que não passa do início rudimentar da fabricação de ferramentas.[18] Os seres humanos por muito tempo tinham se distinguido dos restantes dos animais como o "ser que produzia ferramentas". Em resposta aos achados revolucionários de Goodall, Loius Leakey escreveu: "Devemos agora redefinir o ser humano, ou redefinir ferramenta, ou aceitar os chimpanzés como seres humanos!".[18][19][20]
Em contraste com o comportamento pacífico e carinhoso observado, Goodall também encontrou uma natureza agressiva dos chimpanzés em Gombe Stream. Ela descobriu que os chimpanzés sistematicamente caçavam e se alimentavam de primatas menores como os macacos Colubus.[17] Goodall assistiu um chimpanzé subindo em uma árvore em que um Colobus tinha todas as saídas bloqueadas, para então o Chimpanzé matá-lo.[20] Os outros membros do grupo pegaram parte da carcaça, compartilhando entre si enquanto alguns de hierarquia menores pediam por pedaços.[20] Os chimpanzés de Gombe mataram e se alimentaram de aproximadamente de um terço da população de Colobus no parque em cada ano. Esta observação por si só era um grande desafio para a concepção da dieta dos chimpanzés e seu comportamento.
Goodall também observou a tendência para a agressão e violência entre os próprios membros do grupo chimpanzé. Goodall observou fêmeas dominantes matando deliberadamente os filhotes de outras fêmeas no bando para manter sua dominância,[17] algumas vezes indo tão longe que o canibalismo também foi observado.[18] Ela diz que essa revelação, "Durante os dez primeiros anos que pesquisei […] que os chimpanzés de Gombe eram, na maior parte do tempo, melhores do que seres humanos. […] Então subitamente nos vimos que os chimpanzés poderiam ser brutais consigo próprios—, que eles, como a gente, tem um lado obscuro de sua natureza.".[18] Ela escreveu sobre a Guerra dos Chimpanzés de Gombe em suas memórias, Through a Window: My Thirty Years with the Chimpanzees of Gombe. Seus estudos revolucionaram o nosso conhecimento sobre o comportamento dos chimpanzés, que existiam maiores evidências entre as similaridades entre humanos e chimpanzés, embora de uma maneira algumas vezes obscura.[carece de fontes]
Goodall também se distanciou da convenção tradicional do período ao nomear os animais ao invés de numera-los. A numeração era uma prática universal daquele tempo e embora importante para distanciar as emoções do pesquisador com o animal estudado, distanciar-se de outros pesquisadores levou Goodall a desenvolver um laço próximo com os chimpanzés e se tornar, naquela época, o único humano a ser aceita na sociedade chimpanzé. Ela foi colocada na parte mais inferior da hierarquia do bando por um período de 22 meses.
Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 The Biography Channel (2010). «Jane Goodall Biography». Consultado em 28 de julho de 2010. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2010
- ↑ Holloway, M. (1997) Profile: Jane Goodall – Gombe's Famous Primate, Scientific American 277(4), 42–44.
- ↑ «Jane in the Forest Again». National Geographic. Abril de 2003. Consultado em 17 de novembro de 2014
- ↑ «About Us». NhRP Website. Nonhuman Rights Project. Consultado em 3 de setembro de 2013. Cópia arquivada em 26 de junho de 2012
- ↑ «2013 is here, and we are ready!». NhRP Website. Nonhuman Rights Project. 16 de janeiro de 2013. Consultado em 3 de setembro de 2013. Cópia arquivada em 14 de outubro de 2013.
The following year, I created the Center for the Expansion of Fundamental Rights, Inc. (CEFR), which is now the Nonhuman Rights Project, Inc., with Jane Goodall as a board member.
- ↑ "Morris-Goodall, Valerie J" in Register of Births for Hampstead Registration District, volume 1a (1934), p. 748.
- ↑ England & Wales, Civil Registration Death Index, 1916–2007.
- ↑ Goodall, Jane; Phillip Berman (2000). Reason for Hope: A Spiritual Journey. New York: Warner Books. p. 4. ISBN 978-0-446-67613-7
- ↑ 9,0 9,1 9,2 «Early Days». Jane Goodall Institute. 2010. Consultado em 29 de julho de 2010
- ↑ «Jane Goodall Biography and Interview». www.achievement.org. American Academy of Achievement
- ↑ Jane Goodall helps humans and animals live together. Arusha, Tanzania: TED. Junho de 2007. Consultado em 28 de julho de 2010
- ↑ Morell, Virginia (1995). Ancestral Passions: the Leakey family and the quest for humankind's beginnings. New York: Simon & Schuster. p. 242. ISBN 978-0-684-80192-6
- ↑ Goodall, Jane; Peterson, Dale (25 de setembro de 2002). Beyond Innocence: An Autobiography in Letters: The Later Years. [S.l.]: Houghton Mifflin Harcourt. p. 1. ISBN 978-0-618-25734-8. Consultado em 13 de julho de 2011
- ↑ Morgen, B.(Director).(2017). Jane [Motion Picture]. United States: National Geographic Studios
- ↑ She Walks with Apes, CBC/Radio Canada, www.cbc.ca/natureofthings/features/louis-leakey-selected-three-women-to-study-the-great-apes-they-inspire-youn.
- ↑ «Study Corner – Gombe Timeline». Jane Goodall Institute. 2010. Consultado em 28 de julho de 2010
- ↑ 17,0 17,1 17,2 17,3 17,4 17,5 17,6 «Jane Goodall's Wild Chimpanzees». PBS. 1996. Consultado em 28 de julho de 2010
- ↑ 18,0 18,1 18,2 18,3 18,4 Goodall, Jane. Reason for Hope: A Spiritual Journey. New York: Warner Books, 1999.
- ↑ Tool Use
- ↑ 20,0 20,1 20,2 The Jane Goodall Institute: "Chimpanzee Central", 2008.
Ligações externas
Predefinição:Medalha Benjamin Franklin Predefinição:Prémio Nierenberg Predefinição:Inteligência hominidae