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Iracema (personagem)

Predefinição:Info/Personagem fictícia Iracema é a personagem que dá título ao romance do escritor José de Alencar, publicado em 1865, que tem como argumento histórico a colonização do Ceará no século XVII, e os conflitos entre duas nações indígenas: os pitiguaras – habitantes do litoral e aliados dos colonizadores portugueses; e os tabajaras – habitantes do interior e aliados dos franceses. Para mais enriquecer a trama, o autor mistura tradição oral à sua imaginação criativa, servindo-se, ainda, de cronistas como Aires de Casal, frei Manuel Calado, e Gabriel Soares de Sousa, na busca de referências históricas.[1]

Os traços atribuídos a Iracema são análogos à exuberante natureza local. Ela é apresentada como “a virgem dos lábios de mel”, cujos cabelos eram mais negros que a asa da graúna e o sorriso mais doce que o favo da jati. Essa harmoniosa relação, entretanto, dura somente até o contato da índia tabajara com o colonizador. O amor entre eles serve de alegoria no processo de colonização do Brasil e da América pelos europeus e é duplamente interditado, pois pertencem a nações inimigas e Iracema representa um papel relevante entre os tabajaras, “Sua mão fabrica para o Pajé a bebida de Tupã. Iracema viola o segredo de sua tribo e prepara a bebida para Martim que, entorpecido, imagina possuir a jovem índia e, quando desperto, torna-se seu esposo.[1]

Iracema passa a viver um amor feito de renúncia e sacrifícios que a coloca na condição de pária e se vê obrigada a abandonar a sua gente. Não podia viver entre os brancos, nem entre os inimigos pitiguaras. Exilada, carregava em seu ventre o fruto de uma nova formação – o mameluco: nem índio, nem europeu, mas brasileiro.[1]

Só e saudosa de Martim, Iracema dá à luz o filho. Quando retorna da caça e da “peleja com seus aliados”, Martim recebe das mãos de Iracema o filho “Moacir”. Assiste a morte da esposa e a enterra ao pé do coqueiro. Este lugar, de acordo com o narrador, veio um dia a se chamar Ceará: ”O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. Havia aí a predestinação de uma raça?”.[1] Predefinição:Referência

Ligação externa

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  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 Revista Entre Livros, nº 20, págs. 26-27. Editora Duetto. São Paulo (2006).

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