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Bairro do Brasil | ||
Localização | ||
Município | Porto Alegre | |
Características geográficas | ||
Área total | 398 hectares | |
População total | 16 877 hab (2 000) 8 076 homens 8 801 mulheres hab. | |
Densidade | 42,4 hab/ha hab./km² | |
Outras informações | ||
Taxa de crescimento | (+) 3,1% (de 1991 a 2000) | |
Rendimento médio mensal | 16,94 salários mínimos |
Ipanema é um bairro nobre da zona sul da cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil. Foi criado pela Lei 2 022, de 7 de dezembro de 1959.
O bairro não é na sua totalidade um bairro nobre, tendo algumas áreas com residências de alto padrão, principalmente nas ruas mais próximas à beira do lago Guaíba.
Abriga a Praia de Ipanema, uma das praias lacustres do município que integram a Orla do Guaíba.
Topônimo
O nome do bairro homenageia a praia e o bairro de Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.
Histórico[1]
No século XIX, o português Antônio Francisco de Castro (1872-1929) adquiriu terras no bairro Ipanema, então conhecido como "Passo do Capivara", para fazer dali uma chácara de lazer para ele e sua família. Na época, a região não passava de uma área rural quase desabitada da capital gaúcha. Um comerciante influente, ex-diretor do Banco da Província, ex-presidente da Beneficência Portuguesa e também cônsul de Portugal no Estado, ele construiu um casarão de veraneio, que existe até os dias de hoje, numa rua que hoje leva o nome do "Comendador Castro" em sua homenagem. O casarão abrigou, também, temporariamente a primeira escola do bairro. Atualmente, há planos para revitalizar o imóvel particular e transformá-lo em centro cultural do bairro.[2]
No início da década de 1930, após a morte do Comendador Castro, os seus herdeiros venderam parte das terras para Oswaldo Coufal, que pôde assim iniciar o loteamento do "Balneário Ipanema", até então menos urbanizado do que os bairros vizinhos como Pedra Redonda, Tristeza e Cavalhada. Coufal, que queria ver o local transformado em ponto turístico, adorava a cidade do Rio de Janeiro, em especial a Ipanema dos cariocas, para onde levava sua família passar as férias, e inspirou-se nela para dar nomes às ruas e ao balneário. As praias gaúchas também foram lembradas por Coufal e por outros loteadores de Ipanema: muitas delas emprestam seus nomes às ruas de Ipanema e de outros bairros da Zona Sul, entre elas Tramandaí, Cidreira, Torres, Capão da Canoa, Cassino e Atlântida.
Em 1937, ergueu-se uma capela em homenangem à Nossa Senhora Aparecida, em estilo espanhol colonial, que teve sua construção incentivada por Déa Coufal, esposa de Oswaldo Coufal. Contudo, o primeiro pároco dessa igreja só assumiu seu posto em 1959, o que revela que Ipanema permaneceu um bairro relativamente desconhecido até então. A igreja, que teve sua fundação abalada por raízes de eucaliptos, acabou demolida posteriormente, para dar lugar a uma edificação mais moderna, onde hoje está o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na rua Leme, n° 441.
Em 1938, a prefeitura de Porto Alegre aprovou oficialmente os nomes de tais ruas dados por Oswaldo Coufal e pelos seus sócios.
Durante as décadas de 1950 e 1960, Ipanema se tornou um bairro residencial de classe alta e não apenas de veraneio, como no princípio de sua história. Os moradores dessa época eram profissionais liberais bem-sucedidos da capital, como médicos e advogados.
No final da década de 1960, contudo, a balneabilidade da região, que tinha atraído até a sede campestre do Banco do Brasil, perdeu seu brilho devido à poluição ambiental. Os alagamentos e o mau cheiro do arroio Capivara não foram tratados com seriedade pelas autoridades, que somente realizou a canalização do córrego em algumas partes.
Na segunda metade da década de 1980, um projeto para a construção de um aterro em Ipanema fracassou, porque houve discordância entre moradores e a prefeitura quanto ao aumento da faixa de areia da praia. Durante a década seguinte, ocorreu, de forma trabalhosa, a retirada de bares irregularmente instalados na praia, e a prefeitura elaborou projetos paisagísticos para a região.
Em 2009, uma área do bairro Ipanema, chamada Jardim Isabel, foi reconhecida como bairro oficial da cidade.
Características atuais
Amplamente arborizado e situado à beira do lago Guaíba, o bairro Ipanema é um lugar notadamente residencial. Um calçadão e um ciclovia atraem atletas e moradores durante os dias de verão. A praia é muito utilizada para lazer pela população de baixa renda, apesar de ser considerada imprópria para o banho.
Em 2004, o Morro do Osso, localizado no norte de Ipanema, foi ocupado por mais de vinte famílias de índios caingangues[3], que afirmam ser os antigos moradores do local, devido aos vestígios de um cemitério indígena. A situação continua indefinida até hoje.
Em 2020, a Prefeitura anunciou um projeto de revitalização da orla de Ipanema.[4]
Rádio comunitária
O bairro de Ipanema é um dos únicos em Porto Alegre a ter uma rádio comunitária autorizada, a Ipanema Comunitária 87.9FM,[5] 24 horas no ar sempre com uma programação destinada aos moradores.
Moradores famosos
- José Antônio Pinheiro Machado, apresentador do programa Anonymous Gourmet.[6]
- Carlos Caetano Bledorn Verri (popularmente Dunga), técnico de futebol.[7]
- Patrícia Bins, escritora e jornalista.[8]
Pontos de Referência
- Áreas Verdes
- Praça Marcello Dihl Feijó
- Praça Carlos J G de Carvalho
- Praça Breno P Só
- Praça Senador Alberto Pasqualini
- Praça Fenícios
- Praça Jorge Aveline
- Praça Benjamin de Magalhães
- Praça Brigadeiro Niederauer
- Praça Suíça
- Praça Davi Malinski
- Praça Luiz Heron Araújo
- Praça Pedro Vergara
- Educação
- Colégio Estadual Odila Gay da Fonseca
- Escola Monte Líbano
- Educandário São João Batista
- Escola Estadual de Ensino Fundamental Paraíba - CIEP
- Escola Professor Gilberto Jorge
- Escola Estadual de Ensino Fundamental Tancredo Neves
- Outros
- Santuário de Nossa Senhora Aparecida
- Paróquia Menino Jesus de Praga
Limites atuais
Avenida Coronel Marcos desde o seu início até a Rua Manoel Leão; desta, até a Avenida Guaíba; segue pela margem do rio até a Rua Ladislau Neto; desta, até a Estrada Juca Batista; por esta, na direção sul/norte, até a Estrada da Cavalhada e, daí, por uma linha reta, seca e imaginária, até encontrar a divisa do bairro Camaquã, defronte à estrada João Salomani, na Vila Maria; e daí, em direção leste/oeste, pela linha reta, seca e imaginária da divisa dos bairros Camaquã e Tristeza, passando pelo marco geodésico do Morro do Osso até encontrar o ponto de convergência da Avenida Wenceslau Escobar com a Avenida Coronel Marcos, seu ponto inicial.[9]
Seus bairros vizinhos são: Pedra Redonda (Porto Alegre), Jardim Isabel, Cavalhada , Espírito Santo e Campo Novo
Lei dos limites de bairros- proposta 2015-2016
No fim do ano de 2015, as propostas com as emendas foram aprovadas pela câmara de vereadores de Porto Alegre. Em relação aos limites atuais, há algumas alterações que é a ampliação dos limites do bairro em direção leste e eliminando as distorções na parte norte. Ponto inicial e final: encontro da Avenida Coronel Marcos com a Rua Manoel Leão. Desse ponto segue pela Rua Manoel Leão e por uma linha reta e imaginária até a orla do Lago Guaíba, ponto de coordenadas 00000. Segue pela orla, na direção sul, até o ponto de coordenadas 00000, localizado na projeção da Avenida Coronel Pedro Bitterncourt, segue por esse prolongamento e por essa rua até a Avenida Juca Batista, por essa até a Avenida Vereador Roberto Landell de Moura, por essa até a via projetada do Plano Diretor (Diretriz 6546), por essa até o limite de propriedade da Praça Pedro Vergara, ponto de coordenada 00000, por esse limite e por uma linha imaginária definida pelos pontos de coordenadas localizados no final da Passagem Cinco-Jardim Parque de Ipanema e Rua Armando Czamanski. Desse ponto segue por linha reta e imaginária até a Rua Dionélio Machado, seguindo por essa até o seu final, ponto de coordenadas 00000. Desse ponto segue por linha reta e imaginária até o final da Rua Selso Maffessoni e Rua Romana, ponto de coordenadas 00000. Desse ponto segue por linha reta e imaginária até o encontro da Rua Rio Grande com o prolongamento da Rua Ernesto Zeuner, por essa e seu prolongamento até encontrar a Avenida Eduardo Prado, desse ponto até o encontro com a Rua Egydio Michaelsen, por esta até a Avenida Cavalhada, por essa até a Rua Adão Juvenal de Souza, por essa até a Rua Professor Carlos de Paula Couto. Desse ponto segue por uma linha reta e imaginária até o encontro da Rua Conselheiro Xavier da Costa com a Rua Porto Calvo, por essa até a Avenida Coronel Marcos, por essa até a Rua Manoel Leão, ponto inicial.[10] [11] Sendo assim o Morro do Osso pertence ao novo bairro Sétimo Céu e os residenciais como Jardim Verde, Tapete Verde, Vitória Régia , Imperial Park e Morro Alto pertencem a Ipanema.
Referências
- ↑ História dos bairros de Porto Alegre
- ↑ Clave Incorporações e Construção - Arte e cultura em caráter permanente
- ↑ Instituto Paulo Freire - Rede de Educação Cidadã
- ↑ Jornal do Comércio: Revitalização da Orla de Ipanema poderá ser viabilizada por decreto do solo criado
- ↑ «Rádio Ipanema Comunitária FM 87.9». Consultado em 25 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 9 de abril de 2008
- ↑ Segundo Caderno Zero Hora - A vida em outro compasso na Zona Sul
- ↑ Dunga chama a polícia contra "TV lixo" em sua casa
- ↑ Zero Hora - Patrícia Bins morre aos 79 anos
- ↑ Informações por bairro - Ipanema
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 8 de abril de 2016. Arquivado do original em 20 de abril de 2016
- ↑ http://200.169.19.94/documentos/draco/processos/121312/Proc_279E06_2014_2015_12_07_14_26_00_379.pdf
Bibliográficas
- Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho
- FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: Guia histórico. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1992.